A madame pode falar agora?

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— Licença. — Matinha batia na porta aberta do escritório do sul. Estava acompanhada de Goiás. — Ocê isqueceu di assiná isso daqui. — Abanou o papel no ar para o gaúcho.

— Bah guria. Me dá aqui que já faço!

— Num preocupa qui eu pego mais tarde, eu já queria í direto pro almoço agora. — Se virou para a catarinense. — Ocê qué vim cum a gente Catarina? Hoje o Goiás vem também.

— Claro amiga. Só ajeitar as coisas aqui, peraí.

— Oi Goiás tu por aqui! — Paraná não deixou de cumprimentar o cantor de forma diferenciada. Se levantou de seu lugar e foi de encontro ao casal. Fez questão de cumprimentar com um beijo e abraço, começou pela mulher. — Matinha!

— Oi Paraná. — A morena correspondeu apertando o menor contra si de forma um pouco mais próxima, sabia o que ele estava fazendo. — Tudo bão?

— Claro! — Se virou em expectativa para o goiano, que não teve como recusar o contato constrangido pelas normas sociais. — Goiás. — Abriu os braços no típico convite de abraço.

O maior foi obrigado a corresponder, um pouco a contragosto, pois estava muito ciente das intenções daqueles dois. Paraná fez questão de o abraçar com intimidade na cintura, achava divertido o desconforto alheio.

— O-oi Paraná, tudo bão? — Falou um pouco automático, não queria ser rude.

Enquanto isso Sul também se levantou para seguir os planos do namorado, cumprimentou MT com proximidade enquanto encarava significativo o mais alto.

— Mais tarde eu passo lá e deixo isso contigo guria. — Abraçou e deu um beijo em sua bochecha. Se virou pro goiano e estendeu a mão. — Que tri que veio nos visitar também Goiás.

Assim que o cantor correspondeu o perto de mão o gaúcho o puxou para um abraço mais próximo. Murmurou baixinho em seu ouvido.

— Não foge de mim guri. Eu não mordo. — O soltou. — Só se pedir. — Sorriu de canto.

O goiano corou a contragosto, tinha uma expressão engraçada no rosto. Isso fez sua namorada e os dois sulistas sorrirem divertidos. Tinham certeza de que pouco a pouco conseguiriam convencê-lo. Nesse meio tempo Catarina acabara de se arrumar e finalmente poderiam ir ao restaurante.

— Vamos gurizada? Estou pronta. — A loira anunciou já se dirigindo à porta. Foi seguida pelos centro-oestinos. Finalmente saíram.

Sergipe assistia à tudo em silêncio sentado em seu lugar. Observava os flertes e galanteios sendo trocados entre eles, era clara as intenções daquelas interações. Seu coração apertava a cada sorrisinho do barbudo, seus toques oferecidos a outros. Não era ciúmes propriamente, mas era pro gaúcho estar de certa forma dedicado a si naquele período de tempo. Pelo menos esse era o acordo que fizeram, ou o que havia entendido do combinado.

O nordestino se sentia como uma barragem prestes a desmoronar, estava fazendo força para segurar as lágrimas. Até que sentiu um toque em seu ombro.

— Tudo bem Gipe?

Rio Grande do Sul perguntou preocupado. Aquilo foi a gota d'água que faltava, o loirinho não conseguiu mais se segurar. Por que tinha que ser justamente o gaúcho a perguntar aquilo?

Mas no estado em que estava não ia fazer muita diferença. As lágrimas escorriam abundantes pelo seu rosto. Viu o maior se agachar ao seu lado com a expressão mais preocupada e surpresa que já o tinha visto. Aquilo o fez soluçar, escondeu o rosto com as duas mãos.

Paraná percebeu que era bom fechar a porta e assim o fez, se aproximou e se agachou do outro lado do surfista.

— Gipe! — Também estava preocupado. Lhe tocou a coxa suavemente. — O que foi?!

RepetecoWhere stories live. Discover now