𝟎𝟎𝟒.

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— Ah — Cocei minha cabeça — Entendi.

— É. — Ele olhou para frente.

Percebi que estava me familiarizando demais com Walker. As coisas não deveriam ser assim. Depois de tudo o que aconteceu entre a gente, depois de tudo o que aconteceu comigo.

Eu vou voltar lá para dentro — Me levantei — Eu já estou bem.

— Certo — Se levantou também — Eu vou com você.

Me senti meio desconfortável naquela hora, mas por alguma razão, ter Walker ao meu lado era reconfortante. Mas eu com certeza não queria aquilo tudo de novo, por isso sabia que teria que me manter afastada.

*

Era uma aula vaga e eu estava falando com Momona por mensagens de texto. Ela estava me contando como a vida dela estava corrida na faculdade e eu estava contando como minha vida estava terrível na escola.

Momona havia me prometido que iria para minha casa no dia seguinte contar sobre outras novidades que não tinha tido tempo de contar, e eu também prometi algumas novidades. Desliguei o celular e fiquei apenas curtindo o som da minha música depressiva, sim, era esse o tipo de música que eu escutava.

Olhei para um canto da sala e vi Walker conversando com alguns caras de quem eu nunca havia visto e algumas meninas também, detalhe, uma delas era Heather. Eles riam de alguma coisa que parecia realmente muito engraçada.

Walker percebeu que eu estava onservando e logo desviei o olhar. Meu plano foi por água a baixo quando ele gritou:

— Ei, Hill! Por que você não vem aqui?

Eu até estava pensando em dizer não, mas quando vi a cara de Heather... Se algum de vocês estivessem no meu lugar, também sentiriam um prazer imenso de dizer:

— Tá, tudo bem.

E se levantar da cadeira como se nada estivesse acontecendo. Walker abriu espaço na roda para mim e me sentei, sorrindo para todos e ignorando os olhares feios de Heather para mim.

— Oi, Hillary! — Um garoto de cabelos pretos falou — Eu sou o Jack. Eu soube da sua história. Fico feliz que você esteja melhor.

Sorri para ele.

— Obrigada.

Todos na roda começaram a perguntar sobre a minha vida. Querendo saber sobre coisas minhas, mais sobre mim, sobre meu irmão mais novo, e felizmente Heather estava ficando de fora. Até que a queridinha se irritou com toda a atenção vinda para mim e decidiu falar:

— Ei, galera — Sorriu, travessa — Por que não jogamos verdade ou desafio? Talvez possa ser bem legal.

Aquele sorrisinho dela... Eu sabia que tinha alguma intenção. Mas eu já estava lá e não podia recuar naquela hora. Todos toparam o jogo e eu não fiz diferente. Heather se levantou do chão e andou até a cadeira de uma de suas amigas que se chamava Helen e pegou seu estojo para usar como instrumento do jogo.

— A ponta roxa é pergunta — Apontou — E a ponta rosa é resposta.

— Certo.

𝐌𝐄𝐌𝐎𝐑𝐈𝐄𝐒, walker scobell.Where stories live. Discover now