De sangue - Deckard Shaw (Livro Dois)

9

— Já vai desistir? — Charlotte debochou vendo o homem a sua frente a olhar com ódio. — Acho que é melhor você treinar mais um pouco — Ela continuou e o barulho alto da mão do homem batendo contra a mesa de bar foi ouvido.

Todos gritaram comemorando, a maioria bêbado demais pra saber o porquê estavam gritando. Charlotte sorriu vitoriosa e pegou o dinheiro da aposta, colocando no bolso. Não era a primeira vez que ganhava uma guerra de braço contra um soldado do batalhão.

Do outro lado do bar, um certo major a observava e ela sabia disso, ela até gostava de ser o centro da atenção dele.

Iria fazer um mês que ela estava no MI6 e ela era considerada a melhor cabo do batalhão, em pouco tempo de treinamento. Alguns diziam que era porque ela estava dando para o Major, mas eles dois sabiam que isso estava longe de acontecer, se dependesse de Deckard.

Depois de algumas doses de whisky, alguns shots de arco-íris e algumas competições de quem bebia mais, Charlotte decidiu aproveitar o resto da noite da sua folga na pista de dança. Era a primeira vez desde que chegara que ela usava um vestido. Ele era vermelho de alcinha, de cetim justo ao corpo. O ponto negativo era que quanto mais ela se movia, mais ele subia por suas coxas. Mia não esperava que sua irmã ganharia corpo.

Charlotte dançava de olhos fechados, sentindo a música. Seus quadris se movimentando ao ritmo da música chamavam a atenção do Major que se segurava para não socar o rosto de cada soldado que a olhava como se ela não tivesse dono. Ela tinha, só que nem ela sabia disso ainda.

Quando Charlotte se cansou de dançar, ela viu o olhar de Deckard pra ela e um arrepio frio percorreu sua espinha. Se fosse possível, ele a comeria pelos olhos naquele momento. Sua mão apertava com tanta força o copo de whisky que os nós dos dedos estavam brancos. Charlotte não perderia a chance de provoca-lo, era o objetivo dela levá-lo ao limite. Foi isso que a levou a andar até ele, agradecendo que poderia usar a saída como desculpa.

— Feche a boca Major, daqui a pouco uma mosca vai entrar — Ela piscou para o seu chefe ao passar por ele e riu ao vê-lo fechar a boca automaticamente.

Ao sair do bar, Charlotte se dirigiu até o Mustang preto estacionado logo à frente, mas antes de ter a chance de tirar as chaves da bolsa, ela foi brutalmente prensada na porta do carro. Ela sorriu, sabendo exatamente a quem pertencia a mão que segurava seu pescoço com posse.

— Você está acabando com o resto da minha paciência — O sotaque britânico estava forte na voz grossa de Deckard e Charlotte se viu segurando um gemido de satisfação.

— Eu? — Ela disse com um ar inocente e sorriu mais ainda quando o aperto em seu pescoço aumentou.

— Acho que você merece uma lição — Ele mordeu seu ombro à mostra e Charlotte se viu gemendo baixinho.