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Estávamos todos reunidos na sala

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Estávamos todos reunidos na sala. Todos discutindo uns com os outros sobre a foto. Eu, por outro lado, olhava para as minhas unhas pensando que precisavam urgentemente serem pintadas. Não prestava atenção em nada do que diziam, e nem mesmo queria. O fato de Cipher ser minha mãe é totalmente uma especulação. Não tinha certeza de nada. Uma foto com ela comigo no colo não é a confirmação que ela pariu. No máximo, só que ela conhecia minha família biológica. Ou a matou.

Mas eu não podia evitar pensar em nossas semelhanças, mesmo que fossem comuns. Rosto marcante, cabelos loiros, mesmo formato da boca. Eram coisas que você acharia em qualquer loira oxigenada que trombasse pela rua, mas ainda assim, eram semelhanças com uma pessoa que me pegou no colo quando eu era um bebê.

Eu não sabia a que ponto essa história importava pra mim, se ela era ao menos relevante na minha vida, mas eu não podia negar que ela me intrigava. Desviei os olhos da foto na mesa e encarei a foto do meu filho que estava nas minhas mãos. Eu não o conhecia, nem mesmo me lembrava de carregá-lo, porém ele era uma parte de mim que eu não abriria mão. Ele era meu. E eu mataria e queimaria o mundo inteiro se isso significasse ter ele em meus braços.

O assunto Cipher foi deixado de lado quando Dom começou a ditar o plano para acabar com a Eteon. Isso chamou a minha atenção e a de Deckard, que parecia ter ultrapassado uma linha invisível que ele mesmo tinha criado que o impedia de chegar perto de mim.

Não sei o que estávamos parecendo, eu nem mesmo o conhecia direito, mas ele era, e eu não poderia negar, uma pessoa que tinha feito parte de grandes momentos da minha vida. Eu não disse a ninguém sobre meus "sonhos", não queria dar esperanças a ninguém de que eu estivesse recuperando a memória. Então, não me importei se Deckard estava me tocando.

Ele poderia não ser importante pra mim, mas eu era pra ele e ele precisava do meu apoio.

Me levantei da cadeira e a mão de Deckard que estava em meu ombro escorregou para se fechar em minha cintura, mais especificamente em meu baixo ventre com a mão espalmada na minha pele. Eu tinha trocado de roupa e vestido uma regatinha que deixava uma parte da minha barriga descoberta, o shorts não cobria então acho que ele se aproveitou da situação pra me abraçar. Não me importei, as carícias que ele fazia ali eram boas o suficiente.

— A base mais próxima da Eteon é em Londres. — Interrompi Dom antes que ele pudesse completar sua ideia. — Eu fiz algumas pesquisas para o Jay, ele estava planejando invadir o sistema de segurança da Eteon para pegar um projeto que eles estavam trabalhando.

— Desde quando virou criminosa? — Uma morena de cabelos cacheados perguntou pra mim. Virei meu rosto pra ela parada ao meu lado e levantei a sobrancelha.

— E quem seria você? — Perguntei calma, porém fria, apoiando minhas duas mãos na mesa e inclinando meu corpo em sua direção. Percebi todos ficarem tensos e a garota se encolher no lugar totalmente amedrontada. Acho que não aprendi a controlar a minha expressão.

— Megan, ou Ramsey, se quiser. — Sua voz falhou e eu segurei a vontade de revirar os olhos. Agora ser fria é um crime? Cadê as algemas?

— Bom, o que eu estava dizendo antes de ser terrivelmente interrompida? — Deckard apertou minha cintura e eu diminui o sarcasmo na minha voz. Meus nervos não estavam ótimos para serem testados.

— Sobre invadir o sistema de segurança da Eteon. — Dom lembrou e eu sorri pra ele, recebendo um sorriso de volta.

— Isso. Como eu disse, ele planejava invadir e nós até conseguimos sem ser pegos, porém ao ver a profundidade do que ia a base, nós desistimos. — Dei de ombros e olhei para as pessoas ao redor da mesa me olhando confusas. — A base é subterrânea, foi montada abaixo das ruas de Londres e cobre toda a cidade. São milhares de quilômetros abaixo da terra que teríamos que fazer varredura. Eles tem um prédio na superfície que se passa por um hospital psiquiátrico, que era onde eu estava, porém a alguns anos o prédio foi fechado e dado como falência.

— Isso significa que não temos por onde entrar. — Deckard disse pensativo.

— Exatamente. Porém, quando Jay me explicou que era na Eteon que eu estava antes dele me salvar, eu mesma fiz minhas pesquisas sobre ela. — Endireitei minha postura e cruzei os braços, olhando séria para cada um ali. Vi Dom dar um sorrisinho e foi quando percebi que estávamos do mesmo jeito. Isso também me fez sorrir.

— E o que descobriu? Que eles trabalham com aliens? — Tej, que havia se apresentado no meio de toda essa loucura, perguntou enquanto ria.

— Eles acreditam que máquinas são melhores que humanos, por isso manipulam os mais vulneráveis para que eles façam parte de seu pequeno exército de super homem. — Eu ri. Um clique, e todos desligam. — Mas enfim, não foi só isso que eu descobri. Toda empresa precisa de uma comandante, principalmente aquelas que existem ao redor do mundo. A Eteon tem uma. É ela que faz a ligação com todas as outras e se acabarmos com ela, acabamos com as outras. É onde o diretor da Eteon vive e comanda todo o problema.

— E onde é? — Deckard virou o rosto pra mim e eu levantei a cabeça para olhá-lo. 10 centímetros. Nunca odiei tanto 10 centímetros. Não tinha como negar que eu me sentia atraída por ele. Acho que qualquer um se sentia.

— Saara. Longe da civilização e perto do mar. A base é subterrânea, com entrada por uma casinha em decadência na superfície que todos acham que é assombrada. Ninguém entra lá e quem já tentou, morreu. Por isso o mito de fantasmas. Ela é altamente protegida por segurança a laser, soldados fortemente armados e bombas no solo perfeitamente separadas que são ativadas por peso. Se tivermos sorte de passar, existe um elevador que nos leva a 100 metros abaixo para uma sala de reconhecimento onde tem uns 50 soldados esperando e fazendo guarda.

— É uma fortaleza. — Mia suspirou.

— Não vai ser fácil, mas acho que consigo formar um bom plano e reunir os equipamentos certos que vamos precisar pra invadir sem sermos mortos. — Descruzei os braços e fui até a geladeira, pegando o fardo de cerveja.

Entrei uma para cada e bebi um gole da minha ao mesmo tempo que Brian e Dom, em completa sintonia.

— O que estamos esperando?

É assim que se fala, Brian.

De sangue - Deckard Shaw (Livro Dois)Where stories live. Discover now