Capítulo Quatro

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— Finalmente saímos desse inferno! - Macau suspirou fundo, aliviado ao pisar o pé para fora dos portões da escola - agora faltam mais cento e noventa e nove dias para finalmente me livrar disso tudo.

— Não reclame tanto - Pete sorriu acompanhando os passos largos de seu amigo - estou indo para a igreja, quer me fazer companhia? - o menor perguntou sorrindo de maneira fofa. Macau bufou e passou seu braço pelos ombros do outro.

— Odeio quando faz essas expressões de gatinho sem dono, me faz ceder a qualquer coisa - o menor riu e virou seus pés, andando em direção a paróquia na qual frequentava - mas já vou logo avisando, não vou entrar e nem nada do tipo.

— Eu ainda vou te fazer entrar numa igreja, Cau - Pete murmurou com convicção arrancando uma gargalhada irônica de Macau.

Após o Theerapanyakul mais novo cessar seu riso, se pôs a caminhar ao lado do menor que sorria para os quatro cantos da cidade — quase sempre Macau se perguntava como Pete poderia ser tão feliz mesmo passando por várias desgraças ao lado de seu pai, mas ele não ousaria reclamar, amava ver seu amigo tão sorridente assim. Achava extremamente fofo as bochechas rosadas assim como seu nariz redondinho.

Pararam sua caminhada quando ficaram de frente à grande construção com vários elementos da arte barroca — Pete se virou para o maior e sorriu agradecido.

— Não quer mesmo entrar? - Saengtham tentou mais uma vez, mas como sempre, Macau negou rapidamente - tudo bem. De qualquer jeito, obrigado por me acompanhar até aqui. Até mais, Cau.

Se afastando do maior enquanto acenava, Pete ultrapassou as grandes portas do lugar e respirou fundo, sentindo seus ombros ficarem mais leves. Sorrindo, caminhou até as salas do fundo, encontrando alguns seminaristas e coroinhas da igreja. Cumprimentou todos rapidamente e pegou uma vassoura, começando a varrer a pouca sujeira que se encontrava no chão da paróquia.

Varreu todo o lugar enquanto via rostos conhecidos adentrando o lugar para conversarem com o Senhor de maneira mais íntima e calma. Sorria grande ao presenciar tal ato.

Saengtham caminhou até a entrada da igreja e desceu a pequena escadaria, começando a varrer as poucas folhas que ocupavam a grande calçada — sorria de maneira educada ao ver as pessoas entrarem no lugar e voltou sua atenção para o seu “trabalho”.

Algumas roupas antes, um carro extremamente caro e conhecido perambulava pelas ruas do centro de Bangkok — Vegas ocupava o banco do motorista de seu Bugatti, dirigia calmamente enquanto escutava “Judas” ecoar de maneira baixa pelo som do carro.

Sua intenção era ir até o restaurante italiano que tanto gostava, — era o seu horário de almoço e seu estômago estava reclamando muito mais do que o normal — mas seu plano foi por água abaixo ao passar pela matriz de Bangkok e avistar um pequeno garoto se livrando das folhas secas das árvores que ocupavam parte da calçada. Sorrindo ladino, Vegas estacionou seu carro na primeira vaga que viu e saiu do mesmo, caminhando calmamente até o garoto dono de uma beleza que jamais vira durante toda sua vida — sua fome poderia esperar, era uma oportunidade e tanto que a vida lhe dera de bandeja.

— Olá - Theerapanyakul ditou assim que parou atrás do garoto. O menino deu um pequeno salto pelo susto e se virou rapidamente. Vegas riu um pouco ao ver o olhar assustado do menor, parece que ele não o reconheceu - Sou Vegas, irmão de Macau, se lembra?

— Oh, sim, claro - o menor se embaralhou em sua fala e suas bochechas ganharam um tom mais rosado. Oh céus, Vegas sentiu sua calça ficar mais apertada, por sorte, estava vestido com seu sobretudo - como vai, senhor Vegas? Veio fazer uma visita? - Pete sorriu, mostrando seus dentes alinhados.

— Sem essa de senhor, não sou tão velho assim, honey - Vegas murmurou se aproximando mais. Pete sorriu envergonhado pelo apelido. Ele havia gostado daquilo - mas respondendo suas duas perguntas, estou muito melhor agora e sim, vim fazer uma visita ao lugar - Theerapanyakul piscou e Saengtham sentiu um friozinho gostoso na barriga, mas tratou de deixar aquilo de lado - será que você pode me guiar?

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