Capítulo Dezenove

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— Mamãe, tem certeza de que quer continuar aqui? A senhora pode morar comigo, sem problema algum - Tay insistiu mais uma vez, mas a mulher madura apenas sorriu e negou.

— Não se preocupe com isso, querido, o mau dessa casa já se foi e eu realmente gosto dela - Tay suspirou se rendendo e se levantou. Passou o olhar pelas três pessoas no sofá e arregalou os olhos quando analisou o pulso direito de Vegas - pelo amor, como você está vivo ainda?

— O que? - Pete perguntou olhando para o namorado de forma preocupada, procurando algo de anormal em Vegas. Quase desmaiou novamente ao ver o pulso rasgado do outro - amor, vamos para o hospital agora!

— Não precisa disso, são apenas alguns arranhões - gemeu ao mexer a região e a dor dar as caras novamente. Sua raiva era tão grande que havia se esquecido do seu ferimento.

— Arranhões - o menor repetiu de maneira baixa, guardando o celular após avisar Macau sobre o ocorrido - fale tal barbaridade novamente e eu esqueço meus princípios e te espanco aqui mesmo - se levantou e puxou o braço de Vegas, o arrastando para fora de casa. Temendo pela sua feição, Vegas apenas acompanhou o namorado sem pestanejar, não queria provar da fúria de Pete.

— É tão bom ver Pete assim - Malee suspirou ao ver o caçula entrando num carro e puxando Vegas para dentro - estou tão aliviada que finalmente estamos livres daquele infeliz.

— Nem me fale, mamãe - Tay abraçou a mulher e deixou um beijo na testa da mesma - agora tudo acabou e finalmente poderemos ser felizes.

Se separando do abraço, Malee mudou seu olhar para um mais cerrado e com dúvida. Tay arqueou a sobrancelha, imaginando as próximas palavras que sairiam da boca da mulher.

— Pete arrumou alguém e você, querido? Não está saindo com ninguém? - Tay revirou os olhos e caminhou até a cozinha para pegar um copo de água.

— Aí mamãe, é melhor ter alguns casos de curta duração do que tentar algo realmente sério - Saengtham suspirou se lembrando de suas esperanças fracassadas.

— Quer me contar o que aconteceu? - a mulher perguntou e se sentou numa das banquetas da cozinha. Tay deixou o copo, agora vazio, na pia e se apoiou na bancada, ficando de frente para Malee.

— Algum tempo atrás, fiquei com um homem que realmente me despertava um interesse avassalador, mas ele se mostrou ser um completo idiota. Porra, eu realmente queria algo com aquele gostoso filho da puta! - fechou as mãos em punho enquanto se lembrava das atitudes patéticas de um de seus chefes, Time.

Depois daquele infeliz dia em que o outro insinuou que Tay era uma puta traidora, o modelo sofria diariamente com Time e suas provocações baratas, usando Tem para fazer ciúmes.

Tay também o provocava a maioria das vezes, sempre alisando demais os fortes músculos cobertos pela camisa de botões do fotógrafo, aproximando muito seus rostos e sussurrando no ouvido do homem. Aquilo deixava seu superior fervendo de raiva — o fotógrafo era realmente belo e até mesmo Tay não aguentou tamanha provocação. Transou com o mesmo em um dos banheiros do camarim enquanto Time estava do outro lado, procurando loucamente pelos dois homens.

Desde então, Time e Tay vivem nessas disputas de provocações. Os dois são orgulhosos demais para baixarem a guarda e finalmente conversarem, mas uma coisa é certa: Tay iria provar a Time que ele havia afrontado o homem errado. Time iria se ajoelhar perante a Tay, implorando por perdão antes de se ocupar por uma noite inteira.

— Dá para sentir essa tensão sexual de vocês de longe - Malee riu e o filho a olhou de forma indignada. Havia contado tudo à sua mãe e esperava um apoio da mesma, mas só recebeu gargalhadas.

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