Capítulo Onze

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— Meu Deus! - o garoto gritou após alguns minutos em transe. A realidade havia invadido sua mente. Pete Saengtham acabará de beijar um homem - meu Deus! Meu Deus! Meu Deus!

— O que aconteceu? - Vegas mudou seu semblante sereno e satisfeito, para um preocupado após ver Pete saltar de seu colo e correr para o banheiro - Pete, abra a porta.

— Eu sou um maldito pecador! - Vegas escutava os gritos que o outro dava em meio ao choro compulsivo. Merda! Por quantas lavagens cerebrais seu garoto passou para agir dessa maneira? — tentava abrir a porta do banheiro de todos os jeitos possíveis, escutar todo o sofrimento de Pete era horrível - seu idiota!

— Honey, se acalme, por favor - Vegas suplicava enquanto ainda escutava o choro compulsivo - você não fez nada de errado, amor, pare de se martirizar, por favor.

— Eu não tenho salvação, cometi o mais bárbaro pecado de todos - dentro do banheiro, Pete se ajoelhou no chão, ainda chorando se curvou, apertando o tecido da camiseta entre os dedos - fui fraco e agora mereço o pior dos castigos de Deus…

— Pare de falar bobagens e abra essa porta!

— Vá embora, Vegas! - gritou o menor ainda desnorteado. Sua cabeça estava a mil, o torturando com duras consequências que Pete acreditava que iria sofrer após ter cedido seus caprichos e ter beijado um homem.

Ele não deveria ter feito aquilo…

Papai iria ficar furioso ao descobrir que seu outro filho era um tremendo pecador…

Se encostando na parede, soluçou e fechou suas mãos em punho, começando a dar socos em sua cabeça enquanto sibilava palavras desconexas. Pete estava a ponto de enlouquecer.

Se afastando um passo da porta, Vegas deu um chute na mesma, a fazendo abrir brutalmente, dando visão do seu garoto aos prantos enquanto se auto agredia.

— Pare com isso - segurando os braços do outro, o puxou para o seu peito enquanto afagava os cabelos lisos e pouco úmidos pelo suor - está tudo bem, não fizemos nada de errado.

— Foi algo horrível, eu estou fadado à desgraça! - gritou com toda a força que tinha, ainda se torturando com sua mente conturbada. Vegas apertou o garoto frágil ainda mais em seus braços, tentando o acalmar de alguma forma - vá embora, Vegas!

— Não sairei daqui em hipótese alguma - passando as mãos pelo rosto molhado do outro, secou suas lágrimas e afastou a franja de seus olhos, vendo o rostinho completamente vermelho e sofrido. Aquilo estava acabando com Theerapanyakul - se acalme, sim? Estou aqui do seu lado e não irei te abandonar nunca.

O choro desesperado foi cessando, sendo possível escutar apenas alguns soluços que saíram da boca de Saengtham — se levantando calmamente, Theerapanyakul o levou de volta para o quarto, sentando-se novamente na cama e trazendo o menor para suas pernas. Instantaneamente, Pete escondeu o rosto na curvatura do pescoço de Vegas, estava fragilizado e precisava de algum apoio estável.

— Sei muito bem que irá demorar para tirar esses pensamentos insanos da sua cabeça, mas por enquanto, quero que tenha em mente de que você não fez nada de errado - Vegas sentiu a respiração pesada em sua pele e levou uma de suas mãos para a cintura do outro - sempre existiu e sempre irá existir diversas maneiras de amar alguém e essa é a nossa, pequeno.

— Mas nós somos dois homens - Saengtham sussurrou e estremeceu um pouco ao sentir um leve aperto em sua cinturinha - é errado…

— Não, não é errado - o maior prontamente respondeu - não existe nada de errado dois homens se relacionarem amorosamente, assim como duas mulheres também podem se relacionar normalmente. O amor é livre, seja para um casal hetero ou lgbt, como nós - Saengtham levantou a cabeça, encarando o perfil de Theerapanyakul - pessoas preconceituosas criam narrativas completamente insanas para amedrontar pessoas mais vulneráveis, como você, amor. Acha mesmo que nos tempos de Cristo, ele fazia toda essa descriminação que seus “seguidores” fazem?

Hot || VegasPete Where stories live. Discover now