Capítulo Dezoito

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— Tio, se acalme, por favor - Porsche se meteu no meio, tentando impedir os passos lentos e ameaçadores de Daw.

— Está feliz, Porsche? - o homem maduro perguntou, virando seus olhos fumegantes na direção de Porsche – olha só, me filho se tornou uma bicha assim como você e o bastardo do irmão delee. Aposto que seu irmãozinho também não passa de um viadinho de merda!

— Sim, estou muito feliz, senhor Saengtham, estou feliz por ver meu amigo sorrindo como nunca sorriu na vida ao lado do senhor. Feliz por não ver o mesmo se torturando no quarto todos os dias por estar sentindo "coisas" por homens que ele via. Finalmente Pete está se aceitando e não será um idiota como você que irá estragar tudo novamente! - Porsche jogava todas as merdas na cara do velho furioso. Porchay tentava a todo custo afastar seu irmão daquele homem. Mesmo que ele também quisesse agredir Daw, ele não podia em respeito a Malee e Pete.

— Saia da minha frente, imprestável - Daw empurrou Porsche para longe e voltou seu olhar para o filho.

Num momento de desespero, Pete abriu a porta de entrada e empurrou Vegas para fora. Deu uma última olhada para o maior e sussurrou um "eu te amo". Vegas se desesperou ao ver o menor fechar a porta e correu até lá, vendo que já estava trancada.

Dentro da residência, o velho praticamente correu em direção ao filho e agarrou um punhado de seus cabelos, puxando fortemente - vou fazer você aprender a ser homem!

Vegas assistia toda a cena pelo vidro da janela. Pete sendo brutalmente espancado na frente de todos os olhos ali presente.

Daw chutava o corpo de Pete, socava seu rosto, puxava seus cabelos de maneira brutal e o humilhava em palavras — Pete apenas chorava, sentindo a dor insuportável daqueles golpes. Daw ria em meio às agressões.

— Desgraçado! - Vegas sentia aquele sentimento feio se aflorando por todos os seus sentidos. Uma raiva inexplicável se apossou de todo o seu ser. Começou a dar fortes chutes na porta, na tentativa de abrir a mesma, mas foi inútil.

A mulher chorosa correu em direção ao marido e agarrou seus braços, o impedindo de se levantar. Ela já estava farta daquelas atitudes de Daw. Malee não iria se deixar perder mais um filho por causa daquele homem repugnante.

— Me solte agora, Malee! - Daw gritava, lutando contra as mãos da esposa e olhando o filho quase desacordado no chão. A mulher apenas fungou, sentindo a fraqueza em suas mãos.

Porchay, que estava do outro canto da sala, soltou o irmão raivoso e correu em direção a Pete. O menor estava jogado no chão, gemendo de dor enquanto sangue escorria por várias partes de seu corpo. Chay sentiu uma enorme vontade de chorar, mas se segurou. Ele nunca havia presenciado tal cena.

Porsche correu em direção aos mais velhos e ajudou a mulher, arrastando Daw para longe — no caminho, o mais velho olhou para a mulher e deixou um forte chute na barriga da mesma. Malee gemeu de dor e caiu no chão.

Theerapanyakul sabia muito bem que ainda não era a hora dos mais velhos voltarem, mas eles estavam ali na sua frente. Alguém deveria ter dado com a língua nos dentes.

E Vegas iria fazer essa pessoa se arrepender de abrir a boca mais uma vez!

Deixando a porta, Vegas encontrou uma enorme pedra em meio a grama e a pegou, jogando contra a janela logo em seguida — aproveitou o buraco que o minério havia feito e fechou sua mão em punho, deixando socos na extremidade do vidro quebrado. As pontas afiadas faziam um estrago em sua mão, mas ele não ligava para dor, já estava doendo ao máximo ver seu garoto completamente humilhado e machucado.

— Mamãe! - Pete sussurrou e tentou se levantar, mas foi impedido pelas mãos de Porchay - mamãe, me perdoe - Saengtham chorava, se sentindo culpado por toda aquela situação. Chay deixou algumas lágrimas caírem e abraçou o corpo fraco.

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