1° capítulo

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Abri meus olhos e voltei a fecha-los, me arrependendo profundamente de ter misturado bebidas ontem

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Abri meus olhos e voltei a fecha-los, me arrependendo profundamente de ter misturado bebidas ontem. Uma mão morena, e magrinha tocou meu peito e eu olhei para o lado encarando a mulher de cabelos cacheados dormindo do meu lado. Não me arrependia nem um pouco disso aqui, do outro lado da cama e de costas pra mim, uma ruiva muito gostosinha dormia, as costas nuas expostas. Nem podia reclamar da ressaca, eu tinha comido duas mulheres gostosas demais pra reclamar. Me sentei na cama mordi o lábio olhando entre elas, não conseguia sequer dizer qual era mais gostosa. Levantei da cama tomando cuidado pra não acorda-las, não queria dar explicações logo cedo. Peguei minhas roupas pelo chão me vestido, a minha cabeça estava latejando, eu tinha misturado todo tipo de bebida ontem a noite. Realmente preciso parar com isso, tenho que beber só um tipo específico.

Me vesti e fui até o banheiro, dando um jeito já minha cara de ressaca, antes de deixar sair do quarto. Antes de ir embora, paguei pela diária e depois fui embora no meu carro. Eu ainda tinha perdido a hora, precisava estar numa reunião do conselho em menos de meia hora, não tive nem tempo de passar em casa pra tomar um banho decente e segui direto para o prédio onde tratamos desses assuntos. Nos últimos anos o FBI intensificou duas buscas pra descobrir algo da Cosa Nostra e outras máfias, e nós precisamos maquiar mais as coisas. Eu por exemplo, seria estranho eu ser somente um bilionário e não ter um motivo, de faixada, eu tenho uma empresa de carros, realmente a empresa existe e os sócios são outros membros, usamos mais para lavagem de dinheiro, mais não é nosso único negócio, temos empresas espalhada por todo o país pra justificar tanto dinheiro. Quando cheguei na empresa, me apresentei e depois segui até o estacionamento parando a BMW na vaga reservada pra mim. Saí do carro arrumando minha camisa e caminhei até o elevador. Esperava de verdade que ninguém chegasse perto de mim, meu cheiro consistia em álcool e sexo, passei as mãos pelos cabelos bagunçados e sai do elevador, sorri para a secretaria, a qual eu já tinha me relacionado e segui até a sala.

Quando entrei, por sorte, todos estavam conversando em grupos, ufa, seria péssimo chegar e encontrar todo mundo sentado. Corri os olhos pela sala e me aproximei do meu pai e do meu tio. Os dois homens que me forjaram a ser o melhor possível, tentando de toda forma, que meu treinamento não fosse como o deles foi. E isso é bem difícil na máfia, eles tentavam descontrair quando eu estava literalmente com um fuzil nas mãos, com apenas doze anos, a minha primeira morte foi até tarde, aos quatorze, quando cheguei em casa, só quis ficar agarrado com a minha mãe. Depois ficou mais fácil, sou grato por ter eles dois pra me ajudar nisso, sei que meu pai teve um treinamento quase cruel, e meu tio não fica atrás, perto deles, fui tratado com uma pétala de rosas, nunca me levaram em bordel alguém, agradeço por isso.

Mas eu sempre fui meio rebelde, eu fui sozinho, queria saber como era uma mulher pelada, além dos filmes, eu queria ver na realidade, ai fui, com uns dezesseis anos mais ou menos. Percebi que gosto muito de mulheres, são a melhor coisa do mundo, e eu gosto de mulher, sendo mulher tá ótimo pra mim, gorda, magra, branca, negra, loira, morena. Só precisa ser mulher, ri em pensamento e me aproximei deles. Meu pai franziu a testa e me encarou frio.

— Bom dia— Sorri.

— A gente estava só te esperando—Me pai falou e eu balancei a cabeça concordando.

— Então…já estou aqui— Ele me encarou mais uma vez e cerrou os olhos antes de ir de sentar no seu lugar.

Bastou isso para que todos os outros fizessem o mesmo e a reunião desse início, eu voltei toda a minha atenção, era uma reunião de rotina então os assuntos são bem tranquilos, nada fora do normal, mas tinha alguma coisa. Conhecia meu velho e ele estava sério demais, mais que o normal. Me ajeitei na cadeira quando o assunto, do nada se tornou eu.

— Senhor Rael— O Bianchi ficou de pé e ajeitou o terno impecável— Eu e outros membros acreditamos que o seu filho, Enzo— Me olhou e eu ergui as sobrancelhas cruzando a perna— Já está na idade de se firmar com alguma mulher, afinal o senhor nunca aceitou um casamento arranjado quando ele era mais novo— Além disso, podemos oferecer nossas filhas pra ele, ele poderá até mesmo escolher…

— As mulheres da Famiglia não são objetos— Tio Matheo falou.

Ele andava a maioria do tempo com a cara fechada, para qualquer um, que pensasse, falasse sobre a Pérola, a garota faria dezoito anos em breve e ele já recebeu muitas propostas de casamento. Na cabecinha dele, a filha nunca vai casar. Eu sempre tive muito respeito por ela, ainda mais sabendo que era dez anos mais nova que eu. Mas eu já percebi muitas vezes, que ela deve ter alguma paixão por mim, isso é estranho, ela é tipo…uma irmã.

— O motivo da reunião não é sobre um casamento do Enzo— Meu pai disse— Todos sabem que quando faço uma pergunta, eu já sei a resposta— Seus olhos correrem pelos membros da máfia— Eu soube, de uma garota chamada Flora— Sorriu em escárnio— Uma prostituta, sabem o que eu ouvi? Que ela foi traficada— Eu virei a cabeça olhando para meu pai— É todos sabem que tráfico de mulheres não é aceito aqui— Ele ergueu a mão e junto dela uma pistola— A minha pergunta é…de onde a garota surgiu?— A arma foi depositada sobre a mesa com o cano em direção aos homens que começaram a falar todos juntos.

— Não faço ideia, estou tão chocado quanto o Don— Bianchi disse e eu olhei as pessoas com cuidado, era bom nisso.

— Pois é…

Fixei os olhos em Marco, um dos nossos, o pai tinha morrido a pouco tempo, e ele assumiu. Batuquei os dedos sobre a mesa e percebi quando seus olhos encontraram os meus e ele desviou.

— E você Marco?—Puxei um pequeno pedaço de papel e caneta e comecei a rabiscar— Tem algo a dizer? Soube de alguma coisa?

— Não— Respondeu rápido e preciso— Não sabia, também estou surpreso quanto vocês.

— Engraçado…meu pai falou e só agora você demonstra surpresa?—Ergui os olhos e olhei para ele que engoliu seco— Você mesmo ouviu? Quando o Don pergunta, ele só quer que sejamos honestos, já sabe a resposta.

— Eu não sei…— Gaguejou olhando entre meu pai e eu.

Aquela atitude de nervosismo dele já entregava que ele era o responsável, ergui a mão acenando para que os outros saíssem e isso foi feito imediatamente. Eu me voltei pra ele que olhava assustado.

— Você fez isso sozinho?— Meu tio indagou.

—Eu trouxe ela pra Sicília— Cerrei os olhos.

— Estava ganhando dinheiro encima da garota né?—Foi meu pai quem perguntou— Você sabe das regras, mulheres traficadas não trabalham pra gente, e só quem quer isso. E eu quero o nome de trouxe ela pra você, porque você não saiu da Sicília.

— Eu não sei…

Meu pai pegou a arma encima da mesa e a destravou mantendo os olhos nele. Eu revirei os olhos e levantei da minha cadeira.

—Quem trouxe ela pra você?

— Eu juro…— Eu dei a volta na mesa parando atrás dele— Eu não sei.

Levei as mãos até sua cabeça e empurrei contra a mesa, uma, duas vezes, o sangue manchou o mármore e quando puxei sua cabeça para trás o nariz sangrava juntamente dos labios.

— Fala, cazzo!— Ordenei segurando em seus cabelos.

— Rodrigo— Ele falou e eu franzi a testa— Alencar…ele quem distribui as meninas.

— De onde ele é?—Perguntei.

— Do Brasil—Peguei a arma encima da mesa e empurrei o cano na lateral da sua cabeça— No Rio de Janeiro, por favor, não me matem, eu posso ajudar muito mais…

— Você não tem mais utilidade—Me afastei e puxei o gatilho fazendo cara de nojo quando a cara dele estourou e sujou envolta.

                             ....❤️....

Sejam bem vindas!

Sob O Poder Da Máfia - Livro 3 série "Cosa Nostra" Onde histórias criam vida. Descubra agora