Capítulo 5

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Mansão de Gideon Parker. Ilhas Cayman, Caribe.
Aprox. 19°16'35.29" N, 81°15'15.12" W


- Bastou uma tentativa de assassinato para te corromper, não?

Gideon conduziu Koji até um escritório, onde inúmeras telas estampavam as movimentações financeiras dos grandes fundos de pensão. Seu amigo fiscalizava até as transações feitas por criptomoedas, nos mercados sem fiscalizações e perfeitos para negociações feitas por debaixo dos panos da justiça.

Que era realmente cega.

- Já estava corrompido. Agora, seu safado, me diga como eu posso me livrar do grande alvo das minhas costas.

- Através da ilusão, faremos guerra. - Gideon arrastou a cadeira gamer diante das telas antes de apontar para a movimentação bancária de uma conta localizada na Suíça. - Sua arma é movimentar dinheiro, realizar contratos e investimentos. Patrocinar negócios.

Illya comentava a mesma coisa. Lembrou até do termo usado: "fio dourado". Um grande elo que ligava a escuridão dos negócios aos acordos feitos dentro da legalidade, que nas mãos de um financista tornava-se a marreta dos deuses, capaz de estraçalhar máfias e gangues inteiras.

Pegaram Al Capone pelo dinheiro, derrubaram Pablo Escobar quando rastrearam seus negócios, derrubaram chefes mafiosos na Itália ao prejudicar a arrecadação... O segredo para o controle em um mundo tão globalizado e interligado sempre passou pelas movimentações de recursos.

Ser o títere dos mafiosos lhe daria poder, incontrolável e insano poder.

Foi por isso que eu te queria, Koji. Damiani sussurrou, divertidamente. Quem melhor do que eu, um banqueiro das Cayman, para controlar os negócios dos inúmeros homens?

- Aperte o cerco para quem te atacou e libere recursos para seus inimigos. Assegure aliados. - Gideon começou a digitar em seu computador. - Damiani era o responsável pelos negócios da família Santoro nesse lado do planeta.

- Mentira... - Koji levou a mão a boca, tentando ocultar a incredulidade daquelas palavras.

- O dinheiro não mente. - Gideon era impiedoso. A verdade por trás das transações feitas por parte da família que ele considerava como sua era como um soco no estômago. - Depósitos para as contas que Damiani gere vieram de empresas de fachada ligadas a membros da família Santoro.

- Mas Damiani é de seu banco!

- Existe mais de um gerente para inúmeros tipos de conta. Minha especialidade são fundos de pensões. A de Damiani era a mesma da sua, gerir contas sensíveis e de alto teor financeiro.

- Mas por que Michele não me avisou que...

- Você não estaria vivo para contestá-lo. - Gideon sentou na ponta de sua mesa e cruzou os braços. - Aliás, eu não estou te ajudando por mera bondade. - As pernas de Koji bambearam imediatamente, mas o amigo o tranquilizou com um aceno de mão. - Como você não morreu, Michele pode pensar que eu avisei você, afinal ele me ligou, exigindo que o novo banqueiro dele te encontrasse.

Imaginou os palavrões ditos por Leslie se ela estivesse presenciando aquelas palavras.

- Você tem algumas horas, o que quer fazer?

- O que sugere?

- Atacar onde os Santoro são mais frágeis. E nada melhor que dinheiro para facilitar nossos trabalhos.

Um pop-up surgiu na tela principal onde Gideon acessou as contas governadas por Koji. Quase oitocentos mil libras, frutos de quase cinco anos servindo fidedignamente as grandes famílias do cenário mundial. Homens e mulheres capazes de decidir quem vive e quem morre, de eleger e derrubar governos.

Instintos Criminais [Em Hiatus]Donde viven las historias. Descúbrelo ahora