• 37

477 60 43
                                    


ISAGO

Levantei pela manhã e preparei um café para Olívia, liguei meu celular no Spotify e deixei no aleatório enquanto finalizava as panquecas.

A noite foi incrível e me pego rindo sozinho toda vez que lembro, porra nada poderia ter sido melhor, Olívia é maravilhosa em todos os quesitos.

— Bom dia. — escutei a voz dela sonolenta vindo do quarto, a mesma bocejou e abraçou minha cintura descansando o corpo sobre minhas costas. — Achei que você tinha ido embora.

— Acha que eu sou moleque, é?

— Precisa responder? — me provocou e eu semicerrei os olhos para ela que, gargalhou baixo me soltando. — Oque você fez aí?

— Café, panquecas, iorgute e suco natural de laranja. — ela me olha impressionada. — Lembro que você gostava pra caralho de panquecas e espero que seu gosto não tenha mudado. — ela se sentou na cadeira apoiando as mãos na mesa.

— Não mudou. — alisou as mãos. — Estou faminta. — coloquei as panquecas na mesa junto ao mel, me sentei de frente para ela e comecei a comer.

— Está bom? — perguntei.

— Está ótimo! — levou a mão até a boca por falar com a mesma cheia. — Sério, você é o melhor.

— Receita da minha mãe, nunca esqueço. — ela ri.

Tomamos café no puro silêncio e depois Olívia me ajudou a lavar a louça do café, ela foi tomar um banho e eu arrumei minhas coisas para poder ir para casa, até que bateram na porta.

Abri a mesma e dei de cara com uma mulher que aparentava ter seus 60 anos, cabelos grisalhos e brancos, um batom vermelho fortíssimo nos lábios e uma bengala nas mãos.

— Me desculpa atrapalhar a essa hora da manhã, querido. — falou. — Eu moro no andar de cima e ontem à noite eu escutei uma gritaria... — engulo seco. — Queria saber se está tudo bem.

— T-ta. – gaguejo. — Pra falar a verdade eu também escutei, até pensei em chamar a polícia. — minto.

— Que bom que não estou ficando louca. — levou a mão até o coração e suspirou aliviada. — Olha eu tenho uma teoria que seja a mulher da 22.

— Do apartamento da ponta? — apontei e ela afirmou com a cabeça. — Também acho viu? Olha a senhora fique tranquila que se eu escutar novamente vou eu mesmo lá ver oque está acontecendo.

— Obrigada filho. — disse. — E mais uma vez me desculpa atrapalhar.

— Que isso, tenha um bom dia. — fechei a porta e comecei a rir descontroladamente.

Fui até o quarto da Olívia e me deitei na cama dela enquanto mexia no celular, vi que minha mãe havia postado uma foto, estava linda como sempre, e o talarico do Vinicius foi lá comentar.

— Perdi a noção do tempo. — Olívia apareceu no quarto de roupão andando pra lá e pra cá, acho que nem notou minha presença. — Aí Isago! — parou no meio do quarto e colocou a mão no coração. — Tá parecendo uma assombração aí.

— Ó fala baixo que a vizinha de cima veio aqui reclamar que tinha alguém gritando muito essa noite. — ela levou a mão até e boca e arregalou os olhos, dei risada de seu semblante e me levantei indo até ela. — Na próxima eu tapo sua boca. — ela estreitou os olhos.

— Não vai ter próxima. — passou por mim.

— A não? — mordi os lábios rindo.

— Não! — abriu o guarda-roupa tirando a roupa do treino. — Como é que eu vou sair do prédio agora? Porra se ela ouviu, quero nem ver os outros vizinhos.

Maktube - Thiago Silva [Disponível até 30/06]Hikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin