Capítulo 8

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Janine

Não dirigimos nenhuma palavra, um ao outro, enquanto caminhávamos pelo castelo. Os meus guardas e espiões estavam por toda a parte. Eu sabia que estava vigiada e guardada em todo o lado. O meu bem-estar tinha de ser garantido até que tivesse um herdeiro ao trono, coisa que ainda não aconteceu. Os tronos dos dois reinos dependiam da mim. Eu necessitava de deixar herdeiros, preferencialmente dois, para manter um em cada reino. Já me bastava ser a única a tomar conta de dois reinos, dividir-me para dar atenção a duas nações que não podiam ser mais diferentes. Enquanto o meu avô reinar, eu darei total atenção ao reino que me viu nascer e no qual vivi até ao momento. Eu sou filha da luz e das trevas! Sou a descendência de dois dos mais poderosos povos do mundo.

Os meus guardas abrem a porta dos aposentos. Parei e rodei os calcanhares, para ficar em frente a todos os meus empregados.

— Não quero ninguém a vaguear por aqui. — Ordenei. — Apenas manterei os guardas da porta, para impedir qualquer pessoa que entre nos meus aposentos. A minha conversa é de cariz pessoal e privado. — Avisei.

Olhei para uma das partes mais escura, onde alguns dos meus espiões estavam resguardados. Além de espiões, eram também os meus protetores pessoais, preparados para atacar qualquer pessoa que se atrevesse a fazer-me mal. Estavam treinados para atirarem fatalmente a quem se atravessasse no meu caminho, mantendo-se sempre longe dos holofotes.

— Apenas solicitei um lanche leve. A minha aia deve vir servir-nos. — Falei para os meus guardas dos aposentos. — Os restantes estão dispensados do resto das tarefas até ao fim da noite que se avizinha. — Levantei a voz para deixar os meus desejos.

Os meus espiões saíram dos seus esconderijos e apresentaram-se à minha frente. Fizeram uma vénia e desapareceram. Axel tinha os olhos esbugalhados ao presenciar aquilo.

— Entramos? — Virei-me para Axel.

Ele assentiu e voltei a colocar a mão no seu antebraço.

Assim que trespassamos as portas dos meus aposentos, esta fechou-se. A sua expressão ainda continuava a mesma. Os seus olhos verdes ainda estavam esbugalhados e a sua boca aberta, dava-lhe um ar adorável.

— Quantos é que eram?

— Digamos que tenho seis protetores pessoais a seguirem-me diariamente.

Invoquei um encantamento para que ninguém conseguir ouvir a nossa conversa.

— Como consegue?

— Faz parte da minha vida desde que os meus pais morreram, assassinados por aquele monstro. — Encolhi os ombros. — Aprendi a viver com eles. Eles protegem-me em todos os locais, à exceção da sala do trono e nos meus aposentos. Estes locais só são guardados quando eu assim o exijo.

— Está a contar-me isto porque acha que eu não sou uma ameaça, Caracol?

Revirei os olhos ao ouvir-me tratar assim.

— Qualquer um é uma ameaça! — Respondi-lhe. — Apenas acredito que uns são mais do que outros.

Sentei-me na poltrona ao lado da mesa do pequeno-almoço. Fiz sinal para que Axel fizesse o mesmo, e sentou-se na outra.

— Não acredito que me vá fazer mal nos meus aposentos. — Pisquei-lhe o olho.

Eu estava a namoriscar com o meu futuro pretendente! Como poderia estar a fazer isto? Eu sou uma princesa!

— Nem em nenhum outro lugar! — Assegurou-me. — O assunto que me traz aqui é de extrema importância, Janine. Acho que a sua segurança está em perigo.

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⏰ Last updated: Feb 28 ⏰

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