Capítulo 1.2

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  (Venha a nós o teu reino... E também a sua força...)

 
  Pode-se dizer, de maneira bem honesta, que o local no qual Joe havia chegado após alguns poucos minutos caminhando, era um tanto pequeno. O ponto dos skatistas não era nada mais que uma pequena garagem atrás de um casarão antigo, aonde alguns colegas da escola se reuniam periodicamente para se distraírem e esquecerem um pouco de seus problemas.
 
  Ao ouvirem falar sobre esse local, algumas pessoas acabavam tirando conclusões precipitadas, mas, obviamente, é só mais um lugarzinho simples para alguns adolescentes se reunirem.

  A residência principal pertencia a família de uma garota que também se reunia naquela garagem, e, por isso, todos tinham a liberdade para usar aquele espaço quando fosse conveniente.

  Ao virar a esquina da casa, chegando em um ponto da calçada aonde já era capaz de enxergar dentro da pequena garagem, Joe pôde ver uma cena com a qual já estava bastante familiarizado. Uns oito ou nove adolescentes estavam assentados, alguns em pequenos pufes e outros em latas de tintas com uma almofada macia em cima. Todos pareciam está em um estado de distração profundo, sendo que dois estavam entretidos com um videogame conectado a uma pequena tv de tela plana; quatro deles estavam ao redor de uma minúscula mesa de vidro, que possuía algumas cartas e copos em cima; e os outros dois pareciam dormir confortavelmente, encostados na parede ao fundo, com fones sem fio em seus ouvidos.

  — Quem tá ganhando essa partida aí?
 
  Otto, o garoto mais baixo dos dois que estavam com Joe, entrou quase correndo dentro daquele espaço, já vidrando seus olhos na partida de futebol que estava acontecendo entre os dois adolescentes do videogame.

  — Cala a boca, Otávio! Se eu perder por sua culpa, você vai me pagar caro!

  Uma garota de cabelo levemente colorido de azul, reagiu a chegada do garoto com ferocidade, mas, não desviou o seu olhar da tela nem por um segundo. Enquanto isso, o garoto que estava jogando com ela, nem sequer reagiu; parecia mais que ele estava ignorando todo o resto do mundo.

  Os que ocupavam a pequena mesa, interromperam, por alguns segundos, a partida de cartas que estava acontecendo entre eles, apenas para cumprimentar os outros dois que estavam entrando na garagem. Joe conhecia aqueles rostos e seus nomes, mas, não sabia de mais nada sobre eles, salvo as personalidades estranhas de cada um.

  — Chega aqui, Joe, joga um pouco com a gente!

  Um garoto, de cabelos escuros e olhar fundo, sacudiu três cartas de barulho, chamando o garoto para uma partida de truco.

  — Entro no lugar de quem?

  — Some daqui, Yuri, você já me fez perder mais do que gostaria!
 
  Uma garota com cabelo curto e um corte militar nas laterais, deu um sinal impaciente para que o garoto à sua frente se levantasse, dando lugar para Joe se sentar.

  — Tá valendo o que hoje?

  Joe realmente parecia empolgado com a partida, e enquanto se sentava na lata com almofada, já foi logo pegando as três cartas que o outro garoto lhe ofereceu.

  — Quem perder vai pagar o lanche amanhã. Mas, por causa desse idiota aí, a gente já perdeu três rodadas. Vê se joga direito hoje, Joe.

  — Tá bom, Renê, principalmente, porque essa semana tô sem dinheiro!

  — Uai, você não recebia mesada semanal?

  — Sim. Mas, eu tive uma discussão com meu pai ontem, e ele me deixou sem o dinheiro das próximas semanas.

  — Por quanto tempo?

  — Sei lá. Enquanto ele tiver irritado comigo.

  — Mas o que aconteceu entre vocês? O seu pai é o único daqui que realmente presta.

A Escolha Certa - Um Romance Um Tanto Quanto Cristão Where stories live. Discover now