Capítulo 4.2

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  Aquelas crianças haviam ocupado Luna por quase meia hora, e, agora, ela se via caminhando mais meia hora, sem nenhum sinal da igreja que estava procurando.

  De início, ela pensou em seguir reto na direção apontada, mas depois de uns três quarteirões, ela chegou diante da entrada de uma imensa avenida que muito provavelmente, levava mais ao centro da cidade.

  Logo após isso, Luna voltou a mesma distância que havia caminhado, e dessa vez, virou à direita, andando até chegar em uma rua sem saída.

  Frustrada, Luna suspirou alto, olhando para o céu, enquanto pedia ajuda a Deus em sua mente. Alguns segundos se passaram mas, nenhuma resposta veio para o seu pedido, então a garota decidiu por voltar para trás, e tentar seguir noutra direção para achar alguma igreja.

  Apesar da grande quantidade de passos que a garota deu, Luna não se via desperdiçando esforço, já que as ruas eram tão belas que seus olhos não se cansavam de admirar cada casa que passava em frente.

   No caminho, ela também encontrou algumas pessoas caminhando; algumas apressadas para pegar um ônibus, outras apenas sentadas na frente de sua casa brincando com alguma criança agitada. A todas essas, Luna se limitava apenas a sorrir educadamente, para não incomodá-las.

  Luna caminhou quase dois quarteirões inteiros depois da rua de sua casa, e no caminho, acabou por ver algumas janelas das casas abertas, e sem a intenção de bisbilhotar a vida dos outros, acabou vendo algumas crianças assistindo a cena de um desenho animado, aonde um gato meio azulado, persegue incansavelmente um ratinho marrom. A garota apenas sorria ao ver as crianças rirem alto, sempre que o gato se dava mal na perseguição de seu alvo.

  A garota começou a se sentir incomodada quando o calor do sol começou a surgir, forçando ela a diminuir o ritmo de seus passos. Ainda faltavam alguns horas até o meio-dia, mas, o sol da manhã parecia não querer olhar as horas também.

  Com o ritmo mais lento de seu caminhar, ela começou a prestar mais atenção no ambiente ao seu redor, e até notou que algumas árvores possuíam ninhos de passarinho em seus galhos. Na maioria deles, os donos dos ninhos não estavam presentes, mas, alguns pios eram ouvidos quando ela passava por debaixo das árvores.

  Ao atravessar um cruzamento e andar mais alguns metros, Luna viu alguns adolescentes reunidos em uma pequena garagem, deitados quase um em cima do outro, assistindo um filme que ela não conseguia reconhecer qual era. Normalmente, ela só teria passado direto, no máximo, apenas cumprimentaria quem olhasse para ela, mas, enquanto caminhava em frente aquela garagem, teve a sensação de que algo a chamava para aquele lugar.

  — Ô Deus, eu tô procurando um lugar pra me encontrar com o Senhor.

  Luna já havia se acostumado com essas sensações, apesar de que quase sempre, ela sequer entendia o porquê daquilo acontecer em momentos tão aleatórios, mas a garota sabia que o tal chamado apontava para uma situação importante aos olhos do Deus que ela servia.

  “Motivada” por aquele pressentimento, Luna deu alguns passos para trás, e erguendo a sua mão para chamar a atenção daqueles que estavam dentro da garagem, gritou, perguntando se alguém podia ajudá-la.

  Da calçada, ela viu um garoto se levantar, após todos olharem para ela e depois para ele, e caminhar para o lado de fora, em sua direção.

  “Agora eu quero saber o por quê disso tudo, Senhor!”

  Em seus pensamentos, Luna estava tentando compreender o motivo daquela situação em que se encontrava agora.

   — Tudo bem?  Eu sou nova aqui no bairro, moro seguindo algumas ruas naquela direção, e eu tava andando por aí, procurando por uma igreja. Você sabe aonde tem alguma por aqui?

  Luna era simpática ao falar, aproveitando aquela oportunidade de pedir uma direção, literalmente.

  O garoto, que era um pouco maior que ela, a explicou o caminho com bastante educação, e até mesmo foi paciente quando ela pediu novamente para ele explicar o caminho porque ela não havia entendido. Levou quase dez minutos para que ela entendesse corretamente que direção seguir, podendo assim agradecer e ir embora.

  Após ela o agradecer, o garoto se virou para voltar à companhia de seus amigos, mas antes que ele pudesse se afastar, aquela sensação de antes voltou a sua memória, impelindo ela a agir de alguma forma.

  — Posso te fazer uma pergunta?

  Luna não gostava muito de sair perguntando sobre a vida de alguém que não conhecia, mas naquele momento, isso parecia mais que necessário.

  — Fique à vontade.

  — Você é cristão?

  — Sim.

  O garoto pareceu indiferente quando respondeu a sua pergunta.

  — Deixa eu perguntar de outra forma. Você gosta de ir na igreja?

  Luna nem sabia porque estava perguntado aquilo. Ela apenas estava se movendo, segundo o que seu instinto mandava.

  — Sendo bem sincero, houve uma época que eu amava, mas, meio que eu cresci e tudo isso perdeu o sentido.

  Ele deu de ombros enquanto falava, mostrando que não se importava muito com aquilo que estava falando.

  —Entendi. Posso te fazer um último pedido então? – “Por que estou fazendo isso, Deus?”

  —Vai depender do que for.

  —É rapidinho! Eu só gostaria de fazer uma oração pra você.

  Ela nem sequer esperava que ele aceitasse. Luna tinha em mente que, por causa de cristãos religiosos da forma errada, as demais pessoas têm um certo preconceito com quem oferece orações e outras coisas do tipo.

  A surpresa dela foi ver o garoto estender as suas mãos, mesmo que ainda se mantivesse em silêncio. De imediato, Luna começou a orar em voz alta, segurando as mãos dele com carinho.

  — Senhor, meu Deus Amado, eu sei que tenho o costume de pedir muitas coisas a Ti durante meu dia a dia, mas gostaria de te fazer mais um pedido. Se possível Deus e se for da Tua vontade, proteja a este seu filho, e o dê assistência naquilo que precisar durante a sua vida. Nós dois sabemos que eu não o conheço, e por isso, não conheço aos problemas que o cercam, mas assim como todos nós temos dificuldades durante a nossa vida, Deus eu te peço que esteja com ele o tempo todo, dando forças para que não caia em meio a esse grande deserto. Assim te peço meu Senhor, e te agradeço.

  Luna fez uma pequena pausa, recuperando um pouco de fôlego, e também esperando que o garoto falasse algo, mas este permaneceu em silêncio.

  — Pai nosso que estás no céu, santificado seja o Teu nome, venha a nós o Teu reino, seja feita a Tua vontade, assim na Terra como no Céu. O pão nosso de cada dia nos dai hoje, perdoa as nossas dívidas, assim como perdoamos aos nossos devedores, não nos deixei cair em tentação, mas, livra-nos de todo o mal, porque Teu é...

  — O reino...

  — O poder...

  O coração de Luna se aqueceu quando ouviu a voz do garoto completando aquilo que ela estava recitando.

  — A honra...

  — E a glória...

  — Amém!

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⏰ Ultimo aggiornamento: Mar 14 ⏰

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