Prólogo.

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Minha respiração se intensificou enquanto me agachava sob a mesa do escritório e permaneci escondida.

Sinto meu coração bater mais rápido quando ouço os seus passos se aproximando.

— Está tudo bem, Chae. Eu não vou te machucar. — Eu a ouvi dizer. — É uma promessa, mas ultrapasse meus limites e se considere morta.

Fiquei parada.

Eu não podia confiar nela.

Não depois do que eu vi com meus próprios olhos há alguns minutos.

— Você pode sair agora. Eu disse que não vou te machucar. Você tem minha palavra. — Alguns segundos depois, quando não fiz o que ela disse, ela continuou. — Você não confia em mim, princesa?

Cobri a boca com a mão e observei pelas imagens de vigilância nas telas montadas na parede enquanto ela rondava pela sala, longe do meu esconderijo. Ela não podia me ver.

Depois de alguns meses conhecendo-a, percebi que ela era mais inteligente e perspicaz do que aparentava.

— Você quer brincar de esconde-esconde? Por mim tudo bem. Sabe, quando eu era pequena... eu sempre conseguia encontrar as outras crianças. Até mesmo as mais velhas. — Ela riu baixinho, a mesma voz feminina com um tom encantador pelo qual me apaixonei, agora era a mesma voz que percorreu meu corpo num arrepio.

Algo quebrou e o som foi alto o suficiente para eu escutar.

Ela danificou as luzes de emergência, deixando a sala completamente escura.

Ela estava se aproximando de onde eu estava escondida.

Era bom eu ainda poder vê-la através das telas acima por causa da luz da lua que entrava pela janela.

E como se tivesse lido minha mente, ela pegou um pedaço de pau que havia encontrado e partiu a câmera um, seguida pela câmera dois e três.

— Isso deve resolver o problema, eu acho. Agora, você nem poderia saber se estou bem atrás de você

As telas ficaram estáticas e depois ficaram pretas.

Pelo canto do olho, vi os sapatos dela passarem por mim.

Prendi a respiração e um arrepio percorreu meu corpo novamente enquanto me perguntava o que aconteceria se ela me apanhasse.

Poucos minutos depois, ouvi que a porta se abriu e fechou.

Esperei alguns segundos, atenta a qualquer outro som na sala, mas tudo que conseguia ouvir eram as batidas do meu próprio coração.

Cautelosamente, olhei por baixo da mesa para verificar e, felizmente, ela não estava por perto.

Soltei um suspiro de alívio me levantando, dando alguns passos em direção à porta. Assim que saísse pela porta, planejei correr pelo corredor e pedir ajuda.

Quando saí, descobri que as luzes estavam apagadas.

Já tinha visto vários filmes de terror e sempre ri das vítimas por serem muito ingénuas ou estúpidas, sem perceber que um dia poderia estar naquela situação... hoje.

A minha vida não estava melhor do que um filme de terror.

As luzes piscaram quando tentei andar silenciosamente, mas o som dos meus sapatos ressoou pelo corredor vazio.

Ouvi passos suaves atrás de mim, então acelerei o meu e me escondi num canto quando um par de braços me rodeou.

O aroma familiar do perfume dela entrou no meu nariz.

Ela sussurrou. — Eu peguei você. O jogo acabou, Chaewon.

mental asylum ── purinzOnde histórias criam vida. Descubra agora