Capítulo 17

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📍Rio de Janeiro, complexo do alemão. 22:56pm.

Trovão🌩

Do terraço alto da minha casa, eu observava o morro. Bonito pra caralho menor, tem nem como descrever. As casas todas iluminadas no meio da escuridão do céu fechado, o bagulho que eu mais tinha orgulho de observar.

Minha mente tava longe. Como sempre, tava nela. Ela, sempre ela. Maria Cecília é de outro mundo, ela me tira desse mundo, e eu não gosto nem um pouco disso. Me sinto um vagabundo, filho de uma puta, na verdade. Parece que eu tô traindo a Priscila, a alma dela.

Porra, a Priscila foi meu mundo. A Priscila é o meu mundo! E ter a porra da Maria Cecília na minha cabeça 24 horas por dia, acaba comigo! Amei tanto a Priscila, que quando ela morreu, ela levou todo o amor que eu tinha pra dar junto com ela.

Eu amava tudo nela. Amava aquela boca, o cabelo dela, o corpo que se encaixava no meu, amava a risada, amava os olhos cor de piscina, amava o jeito que ela dava pra mim. A Priscila foi feita pra mim, e qualquer pessoa via aquilo, tá ligado?

Mas tudo acabou.

Quando mataram ela, eu só pensava em me vingar. Fui atrás de cada um, de cada filho da puta que planejou a morte dela. Matei cada um, um por um. Eles pagaram, pagaram por terem tirado o  brilho do olho dela, e pagaram por terem tirado a única luz da minha vida.

— Chefe. — Pisquei forte os olhos balançando a cabeça, me despertando.

— Manda a visão. — Falei pegando um isqueiro, e acendendo um cigarro de maconha enquanto encarava o morro.

— Então, o bagulho lá da menina...

— Hum. — Murmurei me virando em direção a ele, que coçava a cabeça.

— Tá difícil Chefe, namoral mermo. Aquelas veia lá da recepção não tá colaborando não. — Soltei uma risada irônica balançando a cabeça negativamente enquanto ainda fumava meu cigarro.

— Puta que pariu. — Falei assoprando a fumaça — Porra, tu é bandido ou não é cara? Tá maluco porra?! Te pedi informação! Pedi não, ordenei! E tu fraquejando pra velha de recepção?So pode ta maluco, namoral mermo. — Falei estressado, me aproximando dele que a cada passo se afastava mais de mim com medo.

— Descu-ulpa Chefe. — Gaguejou.

— Desculpa é o caralho! E não guagueja não, porra. Tu tá muito frouxo pra ser vapor meu, será que vou ter que te dar uma lição? — Ameacei apontando o dedo na cara dele.

O menor me olhou com medo, com o olhar assustado. Ele sabia que eu falava muito e fazia o dobro, por isso tava assim. Ele negou com a cabeça em pânico.

— O que tu descobriu sobre ela? Ou não conseguiu saber de porra
nenhuma? — Perguntei autoritário.

— Descobri sim, Chefe. As veia fofoqueira que tava por la, tudo tava falando dela. Maior fofocaiada lá no postinho.

— Não quero saber de porra de fofoca nenhuma não meu fi, eu quero saber é como ela tá! — O vapor engoliu seco.

— Pelo o que eu descobri, ela tá bem sim. Tá em observação, fez uns exames lá mas pelo jeito era só fraqueza mermo. Falaram que a garota não tava comendo nada, daí pelo jeito a pressão dela abaixou. Um bagulho assim.. — Me virei novamente em direção ao morro, dessa vez aliviado.

— Tô ligado. — Falei pensativo enquanto ainda fumava meu cigarro apoiado no murinho do terraço. — Mas quero tu lá 24horas por dia, tá ok? Não sai daquela porra enquanto ela não sair de lá. Quero saber de tudo, e se tu vier com papinho de que veia de recepção não tá deixando tu saber dela, quem não vai saber mais de tu é o resto do morro, que eu vou acabar contigo, tá ligado? — Ameacei encarando os olhos dele.

— Ta-a bom che-e-fe.

— Agora vaza, porra. — Mandei. Logo o vapor saiu vazado, não se via nem mais o rastro dele.

Peguei meu celular no bolso da bermuda e abri a lista de chamada procurando o nome dela. Cliquei ouvindo chamar e chamar, eu precisava ouvir a voz dela. Aquela voz de anjo que me fazia virar um demônio por ela. Quando ela atendeu, pude ouvir sua voz aveludada do outro lado da linha.

— Alô?

Murmurou fraca. Continuei em silêncio, como eu fazia em todas as outras vezes em que eu ligava pra ela. Ela tava cansada, e eu sentia isso pelo outro lado da linha. Eu sentia tudo nela em qualquer lugar, em qualquer hora.

Eu vou desligar!

Ameaçou. Então não esperei que ela fizesse, eu mesmo fiz. Desliguei a chamada me sentindo mais uma vez culpado.

Ela me tinha, mas eu não poderia ser dela.

Continua...


Apareci! gente, tão bipolar com essa fanfic. As vezes penso em parar, mas as vezes fico extremamente animada com ela por causa de vocês!

Vocês me ajudam a continuar aqui escrevendo. Enfim, amo vocês!❤️✨️

O que acharam do capítulo de hoje?🤫

Obsessão - MorroWhere stories live. Discover now