05| Under Pressure

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Até cortar os próprios
defeitos pode ser perigoso.
Nunca se sabe qual é
o defeito que sustenta
nosso edifício inteiro.

Clarice Lispector


Vegas.

[Carbonio, Restaurante, Bangkok, 11h00 da manhã, 24 de abril de 2024]


O restaurante estava agitado quando me sentei à mesa com Pete, o barulho das conversas ecoando pelas paredes de mármore. Sob a luz suave dos lustres dourados, trocamos olhares e o dele irradiava uma intensidade penetrante, uma chama intensa que parecia queimar através de mim, eu sabia por que estávamos ali, e Pete também. Era hora de colocar todas as cartas na mesa, mas seria fácil tirar algo de Pete? Com certeza não. Ele demonstrava uma superioridade, mesmo que ele esteja vestido com uma roupa bem casual; o que diga-se de passagem era bem lindo nele.

- Você vai ficar me olhando, como se eu fosse uma bolsa da Louis Vuitton? Que tipo de coisa você está pensando? Algo tipo: será que ele tomou banho hoje? - Pete diz sorrindo para mim, com umas covinhas na buchecha

Por que seus olhos dizem algo mais Pete?

- Na verdade eu tava pensando que você deve gostar mais da Prada do que a Louis Vuitton. - respondi saindo dos meus pensamentos.

- Channel. Eu gosto mais da Channel.

- A Prada é melhor, Pete. - digo e o Pete se afasta da mesa cruzando os braços sem quebrar o contato visual.

- Você não me chamou para falar de marca de grife, não é, Vegas? - ele diz com a voz baixa mais forte.

- Você sabe por que estamos aqui, Pete. - comecei, minha voz baixa e controlada. Pete não disse nada, mas seus olhos ardiam com determinação. Eu podia sentir o peso das palavras não ditas entre nós, a tensão quase palpável no ar. Sabíamos que essa conversa mudaria tudo.

- Eu quero que você diga. - desgraçado.

- Você não quer só pegar seus projetos, não é Pete? O que mais você quer? - perguntei sem enrolação.

- Por quê, você acha que eu quero algo a mais? - Ele continua me olhando como se só tivesse eu e ele no mundo, eu era o único foco dele naquele momento.

- Você vai responder minhas perguntas com mais perguntas? - perguntei e Pete gargalha.

- Você nem ao menos me deixou pedir algo para comer. - outro sorriso.

Enquanto Pete sorria, seus olhos não brincavam. Havia algo mais ali, algo obscuro e calculista que eu não conseguia decifrar. Era como se ele estivesse jogando um jogo muito mais profundo do que eu imaginava, e eu não sabia se estava preparado para todas as peças que ele tinha em jogo.

- Não estamos aqui para discutir moda ou pedidos de comida, Pete. Você sabe do que se trata. - retruco, firmando o olhar.

Pete inclina-se para a frente, seu rosto agora sério, as covinhas desaparecem enquanto sua expressão se torna mais sombria.

- Você acha que sabe, Vegas. Mas há mais em jogo aqui do que você imagina. - Pete responde, sua voz tingida com um tom de desafio.

Apertei os punhos sob a mesa, lutando para manter a calma diante das palavras enigmáticas de Pete.

- Então me diga, Pete. O que é que você quer? - exigir saber, minha voz ecoando com uma determinação fria. Pete sorri de lado, como se estivesse se divertindo com a situação. - Você falou "ele pegou minhas coisas", plural, isso significa que são mais de uma tecnologia, não Pete?

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⏰ Last updated: May 20 ⏰

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Revenge terms.Where stories live. Discover now