XI

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Jão Romania

Quando acordo, vou pro banheiro, ir tomar um banho. Só pra acordar, até porque tinha combinado de passar o dia fora com a galera do time.

Quando saio do banheiro, me assusto, encontrando com Isa bem na porta.

- Ihh, tá querendo o que agora?

- Quero saber aonde você estava ontem, que não estava no quarto com o Pedro.

- Ele me levou pra atuar no auditório..

- Com um violão?

- Você viu, né?

- vi.

- Eu resolvi te ouvir.. Vou tentar fazer amizade com ele.

- Sério!? Eai, o que achou dele?

- Ele é bem legal até.. Mas não quero prolongar assunto, posso ir me arrumar?

- Vai.. E ó, seu segredo tá guardado comigo.

Ela passa a mão na boca, como um zíper, da um sorriso, indo pro quarto dela.

Vou pro meu quarto, me arrumando pra ir pro parque onde iríamos passar quase o dia todo. Pego minha bola de vôlei, então uma bolsa. Descendo pra tomar café com meus pais.

- Bom dia filho. Vai aonde logo cedo?

- Vou passar o dia no parque com os meninos mãe.

- E o Pedro liberou?

- Desde quando ele tem que me liberar?

- Desde que ele está te ensinando, para você ser o melhor ator daquele peça.

- Ah, ele não disse que viria hoje, então deve ter me liberado sim.

- Uhum.. Sendo assim, aproveite

- Obrigado mãe.

Logo Isa se junta na mesa, e não demora pra meu pai se sentar também. O café foi quase todo em silêncio, até perguntarem pra Isa sobre as aulas de enfermaria.

Não demora pra eu me levantar da mesa, pegando minha bolsa e a bola, saindo de casa, já me encontrando no meio do caminho com metade do time.

Saímos pela rua de brincadeiras e risadas, até chegarmos no parque. Nós colocamos nas posições na quadra e o jogo começou. A bola nunca vinha ate mim, por isso acabo de distraindo com a quadra do lado.

A quadra ao nosso lado, era uma quadra de basquete. Na ponta dela, tinha uma garota sentada, parecia esperar alguém. E logo que procuro entre a quadra, em meio de todo o jogo, Pedro. Ele também jogava? E basquete ainda por cima?

Ele jogava bem, roubava a bola perfeitamente, saia passando por todo mundo sem dificuldade alguma, fazia lindas cestas de longe, e sabia todos dos mais diferentes passes.
Pedro estava lindo com aquela regata do Lakers. Os tênis que logo iriam se desamarrar, e o short preto, que estava baixo.

Só me desconcentro quando..

- Aii! Meu rosto!

É a única coisa que sai da minha boca, quando meu rosto é acertado em cheio pela bola, me desnorteado um pouco, fazendo eu me sentar no chão. Otto vem até mim rapidinho, igual ao resto do time.

- Jão! Você está bem? Levanta, vamos lavar o rosto!

Ele diz estendendo a mão para mim, me puxando. Vamos caminhando até o banheiro do parque.

- Cara, como você deixou a bola acertar seu rosto?

- Eu tava.. tava distraído olhando o céu.

- Jão.. você não me engana

- Eu tô falando sério.. Eu tava olhando o céu e bem na hora a bola veio pra mim.

- Uhum..

Fico molhando minha cara diversas vezes, enquanto Otto fica ao meu lado. Então alguém entra no banheiro e uma voz familiar é solta.

- Você tá bem?

levanto a cabeça e olho pra ele, era Pedro. Ele deve ter visto.

- Oi.. Oi Pedro.. Tô bem sim, tá tudo certo..

- Seu rosto tá bem vermelho.. Se quiser eu tenho uma pomada pra aliviar dor..

- Eu vou querer. Otto, vai lá avisar pro time que logo eu volto..

- Tá bom! Mas volta pra quadra e não esquece de voltar pra terra também.

Ele fala com um sorrisinho saindo do banheiro, voltando pra quadra avisar o time que eles poderiam seguir com o jogo.

Pedro Tófani

Tiro da minha mochila das costas, ignorando a piadinha do amigo do Jão e deixo na pia. Pego os papéis pra secar a mão

- Chega mais perto!

Falo e ele se aproxima, ficando parado, virando o rosto bem na parte acertada pela bola.
Passo o papel pela cara dele, secando com todo cuidado, ouvindo ele resmungar em murmurinhos

- Para! Nem tá doendo! Eu tô nem encostando. 

- Tá sim!

- Acho que o dramático tá reclamando muito!

- Ei! Eu não sou dramático!

- Uhum.. agora fica quieto..

Jogando o papel fora, pegando a pomada, passando um pouco no meu dedo, colocando na cara dele. Gelol pra fazer efeito tem que esfregar bem, pra ficar quente e arder aonde está machucado..Bem é assim que meu pai me ensinou..
Então faço o mesmo no rosto dele que resmunga mais ainda.

- Puxa assunto! Assim você vai se distrair..

- Tá.. desde quando você joga basquete?

- Desde moleque.. Meu pai sempre me fez gostar do basquete.. E eu realmente adoro, mas meu mundo é no palco mesmo..

- Você joga muito bem..

- Obrigado... Tenho anos com o melhor treinador.. Pronto, passou..!

- Tá ardendo!

- Sinal que tá fazendo efeito! Respira fundo e se cuida!

Falo limpando meu dedo, guardando a pomada enquanto ele me encara

- Uai, que foi? Tá bem? Ou quer um beijinho pra sarar também?

Nem deixo ele responder e dou um beijo na testa dele

- Até o próximo final de semana..

Dou um sorrisinho saindo com banheiro me encontrando com Malu, pra irmos embora pra casa.

Eu fui corajoso, mas ainda estava atormentando pelo sonho. E se eu estivesse gostando dele? Buff.. que piada. Vou ignorar esse sonho pelo resto da minha vida

Desculpa o atraso, estou em uma festa
(Capítulo não revisado)

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