Capítulo 02

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Serkan Bolat

A situação estava pior do que eu imaginava. Quanto mais eu olhava os papéis em minhas mãos, mais eu tinha a certeza que Yildiz roubara várias vezes. Trabalhou com meu pai durante muitos anos, até que resolveu se tornar um homem “honesto”. Pelo menos aparentemente. Já que vivia do dinheiro que nos roubou.

Assim que descobrimos suas artimanhas, preparamos uma armadilha e ele caiu feito um pato. Antes de executá-lo eu ainda o fiz me devolver tudo o que roubara durante esses anos. E o resultado Deixara seus filhos na miséria, sem um centavo sequer. Apesar de tudo eu não tinha nada contra os filhos dele. Sequer os conhecia. Sabia apenas que era uma moça e um rapaz. Nunca fiz questão alguma de saber da vida de ninguém. Assim como não permitia que se enfiassem na minha vida.

Eu planejava realmente deixá-los curtindo sua “herança” por um tempo. No entanto esse pensamento me ocorreu antes que Engin me trouxesse outra bomba.

– Serkan ?
– Entre, Engin .
– não tenho boas notícias.
– E desde quando você me traz boas notícias?
– Caramba, serkan
– Desembucha logo!
– Aquela cocaína que forneceu há alguns meses para o tal Burac
– Eu forneci, não. Vocês forneceram. Eu nem sei quem é o fulano.
– Sim. Eu forneci. Tudo bem, o cara não tem grana para pagar.
– Como assim não tem grana?
– Foi o que ele disse.

Fechei meus olhos, segurando a ponta do nariz.

– Que porra de amadorismo é esse Engin ? Será que vou ter que ensinar tudo de novo? Como você me fornece droga para alguém que não quer pagar? – Engin baixou os olhos evitando me encarar. Desconfiei na hora.
– O que mais? O que está tentando EM VÃO esconder de mim?
– O cara… o tal Burac, é filho do Yildiz.

Ótimo! Maravilhoso! Era tudo o que eu precisava agora. Era óbvio que não iria pagar. Estava falido, embora ainda não soubesse.

– Vá até a casa dele, Engin
– Serkan …ele acabou de perder o pai. – Dei um soco na mesa.
– QUE PORRA DE MARIQUINHA É VOCÊ? TODO SENTIMENTAL AGORA? – Ele não respondeu. – Engin, ou você honra essas calças ou então cai fora do esquema. Eu não admito gente fraca do meu lado. Ele suspirou antes de me responder.
– Tudo bem, Serkan. Eu vou até lá.
– Melhor assim.

Agora eu entendia porque meu pai simplesmente desistira de tudo e jogara nas minhas costas. Um bando de inúteis ao seu lado. Só aborrecimento.

E além de tudo, hoje era dia de almoçar com meus pais. Sempre a mesma lenga, lenga e não deu outra.

– Pai, eu sei disso. Já me falou um trilhão de vezes.
– Então está esperando o quê?
– Estou esperando uma mulher que preste para me dar esse filho.
– E Selin?
– Não. Selin não tem cacife pra isso.
– Então está com ela por quê? – Olhei bem para minha mãe antes de responder. Ela ia me trucidar.
– Sexo. – Balançou a cabeça, inconformada.
– Não entendo. Você sempre foi meu bebezinho, Serkan. Meu caçulinha. Veja no que se transformou.
– A vida me fez assim, mãe.
– A vida coisa nenhuma. Essa máfia maldita.
– Aydan! Você sabia disso desde quando se casou comigo.

– Ah, pronto! Agora iria começar a briga de casal.

Sai de lá chateado, como sempre. Melhor trabalhar. Era menos desgastante. Verifiquei o carregamento que havia chegado na noite anterior e voltei para o escritório. Nem tive tempo de me sentar e Engin entrou, seguido por Ferit
- Serkan, temos uma má notícia.  Disse Engin quebrando o silêncio.

- Novidade! Quando que vocês me vem com notícias boas. Eles abaixam a cabeça.  - Cadê o rapaz que mandou vocês trazerem para mim ?

- Serkan, esse é a notícia má, não tem rapaz, tivemos um problema com pagamento e inclusive não conseguimos,  pegar nem o dinheiro e nem o Yldiz.  Levantei-me e dei um soco na mesa assustando-os

- Como que não vai ter pagamento Engin! Quem o Burac pensa que é para brincar comigo desse jeito! Ele perdeu amor pela vida ?. Ferit e Engin se olham por um instante.

- Na verdade Serkan,  não falamos com Burac. Disse Ferit. - Falamos com a irmã dele.

- Certo! E o que ela disse ?. Os dois ficam calados, bato outra vez na mesa. - ME RESPONDAM!

- Serkan,  ela falou não vai tirar um centavo da herança dela e da família para pagar um vagabundo e miserável como você.

- O quê?!. Eu dei uma risada alta e irônica cruzando os braços.  - Ela disso isso é? Hum corajosa!

- E tem mais,  ela falou que a culpa do irmão dela está viciado é tua , inclusive,  falou que você vai pagar por ter a ruinado o pai dela.

- Aah! Que maravilha! Culpa minha que aquele filhote de urubu é um viciado. Eu falo saindo de trás da mesa. - Daqui a pouco ela vai falar que sou eu que montei uma barraca de drogas na frente da casa dele e oferece pro retardado do irmão dela.

- Mas foi isso que ela disse Serkan. Disse Engin. Eu olho para os dois me aproximando.

- E vocês se deixaram levar por uma garota! A única pessoa que vocês tem que respeitar sou eu, não rabo de saia.

- Problema não é isso,  Serkan, aquela mulher é um demônio,  ela soltou os cachorros atrás da gente. Disse ferit. E realmente que percebi suas roupas tudo rasgado comecei a rir

- Olha! Como vocês estão ficando uns frouxas! Daqui a pouco vou pegar os dois , e eu mesmo vou jogar para os cachorros comerem. Eu falei voltando para minha mesa. - Quantos anos a garota tem ?

- Ela tem 20 anos Serkan, Ela se chama Eda Yildiz.

- Hum! Certo! Trazem ela pra mim! Se o Burac  não quer pagar a divida, a irmã dele paga.

- Mas Serkan a garota não tem nada haver. Disse Engin.

- Cala a boca! Eu sou dono daqui! Sou que mando! E se eu estou mandando trazer a garota e para trazer para mim nem que amarrada! Vão.

     

O Mafioso e a Herdeira Where stories live. Discover now