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Olhando pela janela traseira da limusine, observo atentamente os insignificantes seres humanos que atravessam a rua com pressa de chegar aonde quer que seja que estão indo.

Enquanto aguardo, impaciente, o sinal verde, percebo com o canto do olho um idiota segurando um telefone - certamente lendo alguma mensagem -, atravessar a avenida movimentada. Não preciso de trinta segundos para prever o que vai acontecer.

É rápido.

O motorista, em um Raptor, é pego de surpresa e não consegue frear a tempo. A caminhonete atinge o homem com força, fazendo seu corpo voar para longe antes de finalmente atingir, com um baque mudo, o asfalto. Não preciso ver o que restou para saber que está morto.

Imediatamente fico irritada. Que ótimo, agora certamente vou me atrasar.

O acidente atrai diversos idiotas que correm para tentar salvar o saco de ossos. Patético.

"Sra. Young, não se preocupe, vou me certificar que a senhora chegue a tempo," meu motorista, Vincent, diz.

Ele cumpre com sua palavra. Apesar de termos levado quase vinte minutos para atravessar a avenida, me permitindo um deslumbre rápido do saco de ossos - sim, ele está morto -, ele compensa o tempo perdido, e em trinta e dois minutos chegamos ao meu destino.

O carro para na porta da frente do Tarask, um bar decadente da cidade, e eu começo a me preparar.

"Precisa de ajuda?" Vincent pergunta, olhando pelo espelho retrovisor.

Apenas nego com a cabeça, enquanto me certifico de que minhas duas armas estão carregadas. Quando me dou por satisfeita, verifico as facas que carrego escondidas em meu tornozelo, e um segundo depois já estou com a mão na maçaneta da porta, pronta para sair.

"Cinco minutos."

Ele acena em concordância, e me afasto da limusine sem olhar para trás. Cinco minutos depois estou de volta, e os corpos dos meus inimigos, no chão imundo daquele bar.

"Está ferida?" Ele pergunta antes de acelerar.

O questionamento me faz rir.

Nem mesmo um fio de cabelo na minha cabeça está fora do lugar, mas por algum motivo o homem acha necessário me fazer aquela pergunta estúpida. Sequer me dou o trabalho de responder.

No caminho para a OCS, minha casa noturna e um dos lugares mais bem frequentados da cidade, visto meu colete e terno preto Brunello Cuccinelli especialmente customizado, e dou um nó duplo na gravata fina da mesma cor.

Em uma noite como essa, preferiria voltar para casa e beber um whisky em silêncio, mas tenho obrigações. Então faço Vincent parar na porta de trás do meu estabelecimento, e desço, satisfeita, porque como de costume a casa está lotada.

Me orgulha dizer que mantenho o lugar no melhor padrão. Tudo, desde a limpeza, música, bebida, garçons, luzes... exijo que tudo seja perfeito. E quando não está, acredite, os responsáveis são responsabilizados.

Entro no lugar, após um rápido aceno para Dora, uma das minhas seguranças favoritas, e antes mesmo da porta se fechar atrás de mim, escuto a batida forte da música eletrônica.

Particularmente prefiro música clássica, mas entendo o apelo daquelas batidas que o público parece adorar. Por isso, todas as quintas-feiras são de música eletrônica.

No entanto, não tenho paciência para as mulheres bêbadas e desejosas que se amontoam ao meu redor sempre que apareço aqui, então me dirijo ao bar, onde Camila, a bartender, entretém algumas pessoas com suas habilidades como mixologista.

Burn me awake (A Warrior Nun Fanfic)Onde histórias criam vida. Descubra agora