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"Eu sei o que aconteceu com você," Reya diz, rindo, de joelhos, enquanto se esvai em sangue. Ela está morrendo. Ambas sabemos disso. Mas mesmo nesse momento derradeiro, ela ainda me encara com uma expressão desafiadora. "Ele realmente te destruiu, não foi?"

Ela ri mais alto, mas eu não reajo. A vitória é minha, isso é inegável. Qualquer coisa além disso seria... um desperdício. Eu me abaixo na frente dela, meus olhos fixos nos dela. Quero testemunhar a vida se esvaindo daquele rosto.

"Agora que me tirou do caminho, ele vai te procurar. Mas você quer isso, não é, Beatrice? Vingança."

"Vingança é fácil demais. Rápido. O que eu quero é muito mais difícil."

"Justiça?" seus lábios começam a ficar brancos.

Nego. "Justiça é um atribuição de Deus, não minha".

"Então o que?"

"Paz," digo, antes dela cair morta no chão, seus olhos encarando para sempre o eterno nada. Isso não é uma vitória. Sei disso. É parte do caminho, parte do que preciso fazer, me tornar, para alcançar meu verdadeiro objetivo.

Preciso admitir, no entanto, que o que disse soa estranho até mesmo para os meus ouvidos. Tanto suor. Tanto sangue. E para quê? Então me lembro que é por isso que guerras existem. Mas no final, não é por isso que existe guerra? Para que possamos encontrar o caminho que leva à 'paz'?

"E então? Não vai mesmo me contar sobre ela?" A voz de Camila me traz de volta para a realidade. A OCS não irá abrir por algumas horas, mas vim ver como o clube está sendo administrado e se precisa de algo.

"Não há nada para dizer."

"Não minta para mim, vejo nos seus olhos que tem. Você gosta da noivinha."

"Ava," corrijo. "O nome dela é Ava."

Camila me analisa com cuidado, e tomo um gole de água, ciente de que estou disfarçando mal minha verdade. "Você realmente gosta dela," ela conclui, assombrada.

"Estou feliz por você," ela continua, interrompendo meu diálogo interno. "Você merece ser feliz, chefinha."

Reviro os olhos. "Não se acostume. Isso é apenas temporário."

"Se você diz," ela fala, antes de piscar para mim brincando. E então se vira, pega um pano de limpeza e começa a polir os copos atrás do balcão, enquanto dou uma olhada rápida no ambiente ainda vazio da boate.

"Como vão as coisas na OCS? Algum drama digno de novela acontecendo por aqui?"

"Nada demais, felizmente. As noites temáticas estão atraindo bastante gente, as últimas semanas têm sido uma loucura."

"E você está precisando de alguma coisa?" questiono, séria.

Ela revira os olhos. "Sabe que minha vida é só trabalhar aqui. A propósito, obrigado pelo aumento."

"Precisamos arranjar uma vida mais emocionante para você," digo, encarando-a. "Ficar sentada atrás de um balcão não parece muito interessante."

"Pelo contrário. É o melhor lugar para se estar. É onde estão as melhores fofocas," ela cochicha. "Além disso," diz, levantando uma garrafa orgulhosamente. "Ainda não tem um nome, mas estou experimentando uma mistura de rum, suco de abacaxi e gengibre. Quer experimentar?"

"Você sabe que não gosto de beber."

"Pois é. Mas às vezes não acredito que está sóbria quando faz certas coisas... tipo dançar Sugar Matto com uma certa noivinha."

Enrubesço furiosamente. O que é que essa garota não vê, meu Deus?

"Me lembre de te arranjar um namorado."

Burn me awake (A Warrior Nun Fanfic)Where stories live. Discover now