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Há três semanas, me encontro regularmente com Ava. Meu tempo se divide entre minhas empresas, assuntos paralelos e ela. Tenho sido uma escrota sem tamanho. Limito nossos encontros a algumas horas ou minutos de prazer, e quando termina, geralmente me retiro sem hesitar. Não permaneço um segundo a mais do que o necessário.

A cada vez que fecho a porta atrás de mim, uma parte de mim receia não ser mais bem-vinda. Outra parte, porém, anseia por isso. Até agora, isso não aconteceu. Pelo contrário, ela sempre me recebe com um sorriso, pronta e ansiosa pelo meu toque, e, sendo honesta, eu pelo dela.

Ava repousa adormecida ao meu lado, tão próxima que seu calor ajuda a aquecer o meu próprio corpo. Estou exausta, não só por conta de nossas... atividades, mas também porque tenho enfrentado dificuldades para dormir. Não sei se é a culpa me consumindo pelo que faço com ela (embora saiba que não deveria sentir qualquer culpa, afinal deixei claro minhas regras desde o início), preocupação ou meus sonhos, que têm se tornado cada vez mais perturbadores.

Aquele maldito armário é uma das poucas lembranças vividas que ainda guardo do passado. De antes. E é a que mais gostaria de esquecer. No entanto, ela insiste em me assombrar. Então, preciso levantar, ir para o hotel. Não posso adormecer ao seu lado apenas para acordar gritando. Não quero assustá-la.

Mas não consigo.

Não quando ela está ali, adormecida, agarrada ao meu braço, seu corpo nu, tão inocente e frágil. Observando-a, com seu rosto sereno e satisfeito, um instinto protetor toma conta de mim. Deus, como ela é linda. A mulher mais bonita que já conheci.

Não entendo como aquele homem teve coragem de abandoná-la. Não sei por que ela está perdendo tempo comigo, uma filha da mãe. Ela merece ser amada por alguém. Alguém digno. Alguém que possa lhe proporcionar uma vida estável, segura, normal. Alguém que não seja eu.

"Bea...", ela murmura baixinho, adormecida.

Um aperto de culpa domina meu peito, e percebo que não sei o que fazer. Só sei que não quero machucá-la. Devo me afastar?

Será que consigo?

Não. Pelo menos ainda não.

Qual é a pior consequência de tratá-la melhor? Conversar ocasionalmente? Levá-la para comer algo? São apenas seis meses. Talvez eu esteja sendo arrogante ao pensar que ela se apaixonaria por mim.

Mas e se ela se apaixonar?

Então, ela estará em perigo. Ele virá atrás dela para me prejudicar. E se ele fizer algo com ela, eu...

"Bea?" ela me chama novamente, abrindo os olhos, sua expressão sonolenta. "Você ainda está aqui?" Há surpresa em sua voz, tenta disfarçar, mas vejo a felicidade em seus olhos. Ela quer que eu fique. Também quero ficar.

Concentro-me no som da chuva, sentindo meu corpo tenso, sem saber o que fazer. E então, ela se ergue um pouco acima de mim e me beija o seio direito, enquanto acaricia meu abdômen. É improvável que ela queira mais. Está exausta, e francamente, eu também.

"Ava?"

Ela não para. Seu beijo é urgente, e ela coloca meu mamilo em sua boca. Estremeço, algo não está certo. Levanto o rosto dela com minhas mãos, percebendo seus olhos brilhantes. "O que você está fazendo?" murmuro calmamente, acariciando seu rosto com o polegar.

"Quero ficar com você essa noite."

Ela está fazendo isso porque...

Ava volta a atenção para meu mamilo, e sinto seu joelho forçando minhas pernas a se abrirem. Peço para parar. Ela me olha com tristeza, magoada, e tenta se afastar, mas a seguro.

Burn me awake (A Warrior Nun Fanfic)Where stories live. Discover now