Capítulo 32 - Despedidas e Recomeços

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O que se ouvia naquele enorme sal era apenas o silêncio, depois do ensurdecedor barulho de um tiro; sinto o peso de Dominic sobre mim e tento me livrar dele o mais depressa possível, eu sabia que a sua situação não era nada boa, e eu estava certo

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O que se ouvia naquele enorme sal era apenas o silêncio, depois do ensurdecedor barulho de um tiro; sinto o peso de Dominic sobre mim e tento me livrar dele o mais depressa possível, eu sabia que a sua situação não era nada boa, e eu estava certo. Assim que consegui visualizar meu irmão, percebi que sua camisa estava manchada de sangue.

Dom levou um tiro no peito, segurei sua cabeça em meu colo, e implorava internamente para que Deus não o levasse de mim, não daquela maneira, nós ainda tínhamos muito o que conversar e assuntos a resolver. Enquanto o segurava, o olhar de Dom não saía dos meus, de alguma maneira ele estava se despedindo de mim.

Vejo Mavie correr até nós, ela se abaixa e com o choque da cena, ela leva suas mãos à boca, espantada. Sem pestanejar a garota pega o celular no bolso de Dominic e liga para a emergência; olho ao nosso redor e não vejo mais ninguém ali, os bandidos haviam fugido, mas aquele era o menor dos problemas.

— Vai ficar tudo bem, ok? A emergência já está a caminho, aguenta mais um pouco — Dizia eu, tentando manter a calma.

Um sorriso fraco surge no rosto de Dom.

— Não...se preocupe... irmãozinho — Ele tosse algumas vezes, e volta a falar. — Só... quero... que me perdoe... por favor!

Balanço a cabeça freneticamente em confirmação, ele não poderia partir sem perdão.

— É claro que eu te perdôo, somos irmãos e brigar é normal — Seco minhas lágrimas que caíam. — Poupe suas forças, você vai ficar bom.

Dominic segura minha mão a qual estancava seu ferimento, em seguida me olha com intensidade.

— Me prometa que vai ser feliz com Mavie... me prometa?!

Cada palavra era como um golpe no meu peito, um lembrete doloroso de todas as vezes que falhamos um com o outro, de todas as palavras não ditas, de todos os momentos perdidos.

— Dom... Por favor..

— Me prometa logo... eu estou morrendo, porra!

Engulo em seco antes de responder.

— Eu prometo!

— Ótimo... — Ele suspira pela última vez. — Você foi o melhor irmão... que eu... poderia ter.

E assim Dominic fechou seus olhos eternamente, eu sabia que não havia mais nada a ser feito, então me deitei sobre o seu corpo sem vida e me permiti chorar. De longe se ouvia a sirene da ambulância, que chegara tarde demais.

Enquanto lutava contra as lágrimas, meu coração se partia em mil pedaços, consumido pela dor da despedida. Lembranças de nossa infância juntos inundavam minha mente, desde os momentos de cumplicidade até as brigas intermináveis que só fortaleciam nosso vínculo fraternal.

Dominic, apesar de todos os nossos desentendimentos e diferenças, era meu irmão, meu sangue, meu companheiro de vida. E agora, diante de sua fragilidade, eu me sentia perdido, sem chão, sem saber como seguir em frente sem ele me odiando.

A Garota dos Meus Sonhos Where stories live. Discover now