Dia 18 • Regina George

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Por mais incrível que pareça, eu acordei feliz comigo mesma. Não que isso já não acontecesse, mas parece que falar com Parker libertou uma dor, um rancor feroz que eu carregava no meu coração.

E parece que perdoá-lo e entender a sua situação, me fez pensar em múltiplas coisas que estavam acontecendo na minha vida.

Como por exemplo, o facto de eu só ter doze dias em terra, ou também que eu estava perdidamente apaixonada por Gregory.

Eu estava apaixonada por Gregory desde o maldito dia em que ele ofereceu-me os cupcakes, desde que ele levou-me para brincar com as crianças no hospital e me ajudou quando eu estava tendo uma crise de lembranças más. Desde o dia em que eu encontrei Parker e Morley na biblioteca e ele levou-me para sua casa e quase nos beijamos.

Ele contou-me que me amava — a Molly no caso —, será que ele ainda poderia me amar?

Estava me encarando no espelho, enquanto penteava-me de uma maneira diferente e sem querer já tinha escrito o nome de Gregory diversas vezes com batom sobre a minha imagem reflectida.

Se isso era o que as pessoas diziam sentir por estar apaixonadas, eu gostaria de puder guardar tudo isto num pote e relembrar-me dessa fase maravilhosa num futuro distante, pois é uma sensação gostosa demais.

— Molly, nós vamos sair daqui a nada — Matthew disse ao abrir a porta, o que me fez dar um pulo de susto e bater a cabeça contra o espelho. — Por que o nome do Gregory está impregnado no espelho e escrito por batom?

— Isso não é da sua conta! — Respondi rispidamente. — E não me chame de Molly por favor, nem todos precisam saber a verdade.

— Está bem, Stephanie — Matthew pronunciou o nome devagar de propósito. — Mas nós vamos deixar você se continuares a idolatrar o Greg no espelho. E ah, o Dylan está apto pra ir a escola mas não se encontra de bom humor.

Matthew tornou a fechar a porta e eu suspirei.

Dylan estava melhor do que a dois dias atrás e pelo menos riu comigo ontem à noite quando estávamos assistindo um reprise fora de época de Sozinho em Casa e contei-lhe algumas fofocas da escola e meio que ele me contou que terminou com a Sasha — a loira do banheiro — e que isso tinha completado o seu mau humor durante esse tempo.

Mas deu para o perceber e mesmo que eu não conhecesse bem a sua relação amorosa com a Sasha, talvez ele a amasse de verdade. Não tinha certeza e nem podia afirmar suposições da minha mente.

Ajeitei o meu vestido preto que ia até aos joelhos e não tinha mangas. Por cima tinha o meu casaco jeans e os All Star de sempre nos pés.

Me certifiquei de colocar tudo na mochila e antes de sair do quarto beijei o espelho sobre as repetições do nome de Gregory e senti o meu coração aquecer.

Se estar apaixonada por alguém era uma droga, eu estava totalmente viciada.

Saí do quarto com os fones de ouvido bem altos, Katy Perry cantando Last Friday Night (T.G.I.F) e eu abanando a minha cintura a cada degrau da escada que eu descia.

— Bom dia, pessoal! — Falei animada, dando um beijo na bochecha da Sra. Walker que sorriu pra mim e retribuiu o gesto na minha testa.

Dei um choca aqui com o meu punho para o Mason e abracei o meu querido Dylan que sorriu para mim e desejou um bom dia.

— Alguém está mesmo feliz — comentou a Sra. Walker e eu revirei os olhos com um sorriso enorme nos lábios. — Podemos saber o motivo de tamanha alegria?

— Bem, no momento não posso vos falar tudo — eu disse a eles. — Mas só posso dizer que o meu coração está pulando como se estivesse num concerto de uma cantora pop.

Trinta Dias Para Amar VocêOnde as histórias ganham vida. Descobre agora