ᴀᴘᴏᴄᴀʟʏᴘsᴇ|ɢᴏᴊᴏ sᴀᴛᴏʀᴜ

𝖓𝖎𝖓𝖊𝖙𝖊𝖊𝖓

Pov [Nome]
09/02/2018
21:00PM

Eu não sei se é apenas impressão mas eu sinto que tem algo errado. Quando digo que sinto isso, não é sobre mim. Eu não sei de mais nada, para falar a verdade.

Sei que há possibilidades de ser apenas uma ilusão da minha cabeça mas não consigo deixar de me sentir desesperado com essa sensação. Pior do que isso, sinto que é com Satoru Gojo, visto que esse homem é um problema.

Queria ter chances de ligar pra ele, ver se aconteceu alguma coisa mas logo me lembro que isso nunca vai ser possível, já que nem celular tenho mais. É realmente engraçado.

Não consigo me distrair desses pensamentos, mesmo tentando. Fico agoniado com a sensação de que algo está acontecendo com ele e logo meus batimentos cardíacos começam a acelerar. Esse fenômeno é algo que tem que ser evitado, visando as condições que hoje estou inserido. Me sinto inútil por me preocupar por algo que nem sei se é verdade, mas minha intuição não falha.

Estou preso nesse hospital quase morto de tanta dor e preocupado, fico pensando o porquê da eutanásia ser proibido, não deveria. Estou vivendo um inferno, no que você foi se meter, Gojo.

                               [...]
A noite se passou tão rápido, em meio aos meus pensamentos adormeci como um bebê, mais como um desmaio.

São exatas nove horas da manhã e eu nem sinto fome, mas percebo que, provavelmente, alguma enfermeira deixou uma maçã e um pão, junto a um medicamento de febre. É horrível.

Me permito comer, mesmo com toda a dor inexplicável em todas as juntas, dando um descanso logo depois.

Me sinto como um grande filósofo ao refletir todas as horas do meu dia, quer dizer, eu nunca reparei mas eu penso e repenso em cada coisa que acontece em cada parte do meu dia. Isso é bom ou ruim?

Mesmo pensando desse jeito, alguém ousou bater na porta. Eu com a esperança de ser a pessoa no qual tem olhos oceanos deixei entrar, e para a minha surpresa, era ele.

Ele estava estranho, na verdade. Estava com os olhos vermelhos, bem vermelhos e com olheiras, no mínimo esquisito.

— Oi amor! Mil perdões pela demora, mas o seu bebê chegou. — Tem alguma coisa estranha, e eu vou descobrir.

— Querido, sente aqui por favor. — Falava no meu tom calmo de sempre, mas querendo saber algumas informações por trás de um sorriso doce. — Você tem algo para me contar? Quer dizer, pode falar. — Sinto que ele tremeu quando eu disse isso, olhando para o lado.

— Só posso dizer que senti saudades, mesmo não tendo tanto tempo longe. É o que seu amor faz comigo. —Ele beija minha mão. Falso, você esconde alguma coisa.

— Seus olhos estão vermelhos por conta do seu amor por mim ou não? — Falo seriamente com ele, indo direto ao ponto. — Gojo Satoru , por acaso você fumou? — Pergunto o encarando firmemente. Ele pode até negar, mas seus olhos não mentem.

Ele tentava a todo custo achar uma desculpa esfarrapada, mas em minha não colava.

— Você é louco?! — Grito com ele. — Mesmo sabendo de todos os riscos você foi lá e fumou, ah que lindo! Será que você não percebe o quanto isso faz mal? Que inconsequente. — Falo desesperado e gritando, já com lágrimas nos olhos. Que raiva. — Saia daqui, não quero me estressar mais, saia! — Mando.

Que ódio! Que ódio! Ele já é um adulto, deveria mais do que ninguém saber que suas ações geram consequências, maldito! Como pode? Eu não posso passar estresse, mas a inconsequência dele me irritou profundamente, menino burro.

Fico tão descontrolado com sua estupidez, que não me dou ao trabalho de perceber que meus batimentos cardíacos estão muito, mais muito acima do normal. Batendo fortemente, percebo logo que minha visão fica turva.

Pov Gojo Satoru
10/08/2018
09:15AM

Eu estava preocupado, seriamente preocupado. Fui xingado, expulso, esculhambado mas nada disso importava. Só comecei a me importar quando uma equipe de paramédicos adentrou o quarto dele.

Sei que fui inconsequente com minhas ações, mas eu fiz tão mal a ele? Tão mal que ele me expulsou, eu sou tão burro, que ódio!

Tento não me preocupar com os paramédicos que entravam em seu quarto mas era impossível, Olhava cada passo que eles davam, ouvia cada som que eles faziam, o que eu fiz?

Eu passeio pela cantina do hospital, tentando e só tentando me distrair da péssima sensação que eu estava sentindo sobre o meu [Nome]. Nem como nada, mas me sento sobre a mesa.

Acho que serei demitido do meu emprego, faz muito tempo que eu não vou dar aula, não tenho forças. Quero que tudo se exploda, na verdade.

A real, é que eu estou muito preocupado e nada me acalma, o que será que tá acontecendo? Como será que eles estão cuidando dele? Por que eles vieram? Tudo isso se passa na minha mente.

Fico olhando algumas pessoas no mesmo estado de preocupação que eu, talvez com seus filhos, pais, namorados, tanto faz, compartilhamos a mesma dor. É tudo minha culpa.

Ele não pode de jeito nenhum me deixar agora, não pode. Agora que eu finalmente descobri o que eu nunca tinha descoberto, o amor. Mas isso não vai acontecer, ele vai ficar aqui comigo, ele me ama! E aí daqueles médicos se não salvarem ele.

É nessas horas que a gente precisa de um ombro amigo mesmo, me sinto impotente e principalmente, culpado. Se eu não tivesse vindo com essa cara fodida, olhos vermelhos com olheiras o coração dele nunca teria se acelerado, eu sou um lixo mesmo. Espero que ele possa me perdoar pela minha burrada, que droga.

E quando você pensa que nada pode piorar, você recebe um e-mail da escola onde você trabalha que diz que estão preocupados com a sua falta, que ridículo. Mas é claro que eu nem prestei o trabalho de responder, focava em outras coisas. O fato é, não consegui ficar na cantina.

Eu precisei voltar aos corredores do tão temido hospital, porque não aguentei ver as pessoas na mesma situação que eu. Não intencionalmente, me sentei em um banquinho que era na frente do quarto onde [Nome] está internado. Queria que tudo ocorresse bem.

Mas meus planos não são como o esperado, de uma hora para a outra, um médico sai de dentro da sala e começa a gritar desesperadamente para que outros médicos e paramédicos venham de forma urgente ajudar, o paciente estava em risco alto de morte. Eu congelei.
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                            Notas
Boa noite, galera! Não é habitual postar nesses horários mas eles ficarão um pouco desregulados, postarei em qualquer dia.

Queria deixar os créditos a OC do [Nome], suano___ no Twitter.
1098 palavras.