Suavidade

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Depois daquela sessão de amor, Adrien fez com que Marinette deitasse o rosto no seu peito, enquanto a acariciava em seus cabelos soltos e ainda molhados. Os dois descansavam, até que a mestiça falasse baixinho.

- Você é muito intenso.

- Acha isso ruim?

- Pra te dizer a verdade...eu não sei ainda.

Olhando para ele, tentou sorrir, algo que não foi despercebido pelo Agreste, que apertou seus braços fortes envolta de seu corpo para aconchega-la melhor.

– Me diz uma coisa com sinceridade.

- Uhum.

- Esta chateada com a forma que fizemos agora? Você não queria?

- Não, não é bem isso. É que, é tudo muito novo pra mim.

- E isso te assusta?

- Da um pouco de medo. Medo da gente.

- Medo de nós...? Por que?

- As vezes fico pensando que sou muito diferentes das mulheres que passaram por essa cama Adrien. Talvez eu, não consiga corresponder às tuas existências aqui. Não sei...- ela ria de si mesma. - Parece uma bobagem, na verdade.

- E é, que bom que você sabe.

- Mas eu acabo pensando também, que depois de um tempo, por eu talvez não conseguir realmente dar pra você o que quer de mim, você acabe se cansando.

Olhando em seus olhos azuis, Adrien a encarou sério. Não tinha ficado chateado, só estava pensando, que ele no fundo, também pensava um pouco assim. Não sobre ela, mas sim, sobre a si mesmo.

Ajeitando-se melhor na cama, sentou-se de frente à ela. Mesmo que estivessem nus, e com os cabelos dela ainda molhados, precisavam seguir com aquela conversa.

- Você pensa que nós dois, não iremos dar certo no fim disso tudo?

- Não que eu esteja desejando isso, claro que não. Mas uma parte de mim não pode deixar de pensar que somos de mundos completamente diferente, Adrien. Você é um empresário rico e um estilista famoso, e eu, sou a sua assistente.

- E namorada também né.

Ela riu, balançando a cabeça. - Esse não é o ponto!

- Claro que é Marinette, esse justamente é o ponto. Não entende que você, é como se fosse, a minha primeira namorada?

- Não, eu não entendo.

- Ora...- pensando um pouco para que pudesse exemplificar melhor suas palavras, Adrien coçava a cabeça. Aquilo parecia ser mais difícil do que era. - Marinette, você é a minha primeira namorada. Pronto!

Ou seja, não tinha explicado nada e feito com que a mestiça risse um pouco mais daquele jeito confuso dele.

- Adrien, você estava noivo a um dia atrás.

- Não Marinette. Quando eu digo "primeira namorada" eu quero dizer, que é...a primeira pessoa que eu tenho um relacionamento pela qual eu realmente amo, que eu estou sendo sincero pra valer.

Agora sim, aquelas palavras a pegaram do jeito que ele queria. Mantendo-se em silêncio, a mestiça pareceu refletir o que acabara de ouvir.

Talvez estivesse sendo muito insegura sem ter tantos motivos assim. Por outro lado, não poderia ignorar que havia dito uma verdade. Apesar de saber que Adrien, não estava dando a mínima para essa tal "diferença de mundos" entre os dois, não poderia negar, que isso era um fato.

- Okay. - suspirou baixinho conformada, olhando de repente para a algema que estava no chão. - Usou aquilo com as outras?

Bom, ela nem precisava ter feito essa pergunta.

- O que você acha?

- Acho que sim. E me surpreende um pouco, apesar de eu já saber, que você não passa de um safado.

- Eu sou mesmo. E acredite, já fiz coisas muito mais intensas, em uma noite só, com uma mulher só.

Marinette revirou os olhos, demonstrando um pouco de inquietação diante daquela que não deveria ser uma revelação tão drástica assim. Fala sério, aquele canalha traía a noiva em plena empresa! O que mais poderia fazer?

Sem contar que não passava de dois dias que haviam se acertado e ele já estava lá, pagando de machão.

Talvez, esse fosse o momento de mostrar para ela que não estava mais lidando com qualquer uma. Ela era a sua única namorada, certo?

- Pois é , eu não duvido da tua presença de espírito aqui na cama, senhor Agreste. - foi levantando, pegando a calcinha que havia no chão junto com as algemas, voltando olhar para ele logo em seguida. - Mas não vá achando que vou permitir que faça comigo como bem entende. Até porque, se começar a se comportar mal... sou eu, que vou acabar te algemando.

Jogou sobre a cama o brinquedo sexual diante de um olhar atônito do loiro que realmente, se sentia um idiota.

Idiota por achar que havia pego pesado demais com aquela mulher que deveria ser delicada e singela.

Estava convencendo-se de que ela precisava de mais suavidade, mas no fundo Marinette tinha algo muito em comum com ele, ela era tão intensa, quanto ele, e o deixava louquinho.

Praticamente andando rápido para alcançá-la, aproveitou para tomar um banho também, juntos, e quem sabe arrancar mais daqueles lábios cheios de respostas aguçadas, a suavidade de um beijo apaixonado.

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