As coisas serão a minha maneira

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Como ela poderia negar tal pedido, se era justamente a mesma coisa que queria? E que não poderia ser diferente, porque suas vidas desde aquele dia se encontravam mais entrelaçadas do que qualquer coisa.

- Tudo bem Adrien. Vamos.

Quando percebeu, havia trocado de roupa, tirado toda aquela maquiagem, tudo aquilo de si, para voltar a ser como antes, sentando-se ao lado de Adrien já no outro carro dele, para que os dois fossem até sua casa.

Era mais do que esperado, que seu pai iria armar o maior escândalo quando soubesse de sua decisão. Isso a fazia ficar um pouco nervosa. Por conta desses pensamentos, apertava os dedos uns nos outros.

- Fique calma. Eu vou estar do teu lado o tempo todo.

Adrien nem precisou olhar na sua direção para saber que se sentia assim. Deu um sorriso, acalmando-se brevemente, até que finalmente chegaram no endereço onde vivia. Respirando fundo, saiu do carro com ele e de mãos dadas, adentraram a sala onde seus pais a aguardavam voltar do trabalho.

Obviamente, os dois não entenderam nada quando viram o empresário cruzando a porta ao lado da sua filha única, ainda mais naquela hora. Isso se alongou até que ele abrisse a boca e disparasse sem pensar duas vezes, todas as suas pretensões com a mestiça.

- Sr Dupain, vou ser direto. Eu amo Marinette. Estou disposto a ficar ao lado dela, e preciso, que ela fique ao meu lado também. Por tanto, estou aqui para dizer a vocês dois, que temos planos de morar juntos.

Apertando a mão de Marinette ainda unida à sua, buscou nela forças a medida que eram observados pelos olhos atônitos dos seus pais. Dando um longo suspiro, ele a encarou sorrindo, o que a fez sorrir também. Iriam até o final, juntos.

- Eu entreguei a minha vida pra ela. Não quero nada além, do que a mesma coisa.

- Marinette, mas o que é isso tudo! – enfim, Tom exclamou, com o olhar arregalado perante a sua primogênita que apenas sorriu a ele, conformada.

- Pai, eu também já entreguei a minha vida a esse homem. Ele abriu mão de tudo, para que possamos ficar juntos, e por isso, eu não posso abandoná-lo.

Sabine olhou para o marido preocupada. Não sabia exatamente qual seria a reação explosiva dele, perante aquelas súbitas revelações, tudo o que sabia, e que aconteceu de fato, era que Tom, não iria aceitar nada daquilo.

- Não. De jeito nenhum, não! Marinette, você não vai sair de casa para viver com esse homem como se fosse uma qualquer, você é a minha filha, e só sai da minha casa, para casar!

- Não a trate como se ela fosse uma adolescente, sr Dupain.

- E você não dê palpite de como eu cuido da minha filha. Não pense que só porque é rico, e muito respeitado, pode vir a minha casa e me dizer o que tenho que fazer. O respeitei antes porque era chefe dela, mas agora vendo tudo o que está acontecendo, logo debaixo do meu nariz, eu não posso permitir que você se divirta com Marinette, para depois deixá-la!!

Foi então que na hora, Marinette sentiu sua mão sendo apertada com um pouco mais de força.

- Eu jamais vou deixá-la. - Adrien soltou em um tom baixo, convicto, que fez com que ela se colocasse na frente dele e de seu pai.

- Não minta para nós, podemos ser gente simples, mas não somos idiotas!

- Pai. Por favor, chega. Adrien não está mentindo, eu acredito nele!

- Acredita porque é uma deslumbrada, uma moça inocente que caiu na lábia desse oportunista!

Aquilo já estava passando do limite, a própria mestiça entendia que precisava tomar as régias da situação de uma vez por todas.

- Eu não sou essa iludida que pensa de mim! Muito pelo contrário pai, eu sei muito bem me virar!

- Então acha que a vida é assim menina? Nós te criamos com o melhor, te paguei as melhores escolas, a melhor faculdade, te dei tudo, amor, carinho, afeto, um teto para morar... e agora, só porque arranjou um namoradinho, quer ir com ele, pra fazer o quê? Ficar grávida e vir correndo de volta pra casa??

- Não. - ela então, sem poder acreditar naquelas acusações sem fundamento nenhum, sorriu apática. - Eu só estou querendo ir viver a minha vida, ao lado do homem que amo.

- Então vá, vá logo! O que veio fazer aqui final de contas? Me pedir permissão? Estou te dando Marinette, vá logo para que veja a burrada que está fazendo!

- Tom! –Sabine o segurou pelo braço. - Para!

Adrien fez menção de falar algo, mas foi impedido quando Marinette o cortou, murmurando baixinho.

- Não fale mais nada. Não vai adiantar. Vamos sair daqui logo.

- Vá logo Marinette, está doidinha para ir com ele né, mas eu só vou te dizer uma coisa!

- Tom, por favor, não fale nada do que irá se arrepender depois.

- Sabine, você é a mãe dessa menina, e pode pensar do jeito que quiser, mas pra mim, só existe uma coisa no meu coração, e é o que eu acho certo, se ela quer tanto a independência dela que vá, mas antes, vou te dizer uma única vez Marientte, se sair daquela porta desse jeito, não poderá mais voltar para cá, porque eu não quero ter que reparar os teus erros, depois de você ter crescido tanto, não é isso?

- Tudo bem, pai. Eu já imaginava que iria me impor isso, e quer saber de uma coisa? Eu também não quero voltar para uma casa que é uma prisão, uma jaula. Eu prefiro morar num quartinho de albergue, sabendo que ninguém, ainda mais o meu próprio pai, que eu amo tanto, só quer me ver feliz nas condições dele..!

- Minha filha por favor...! – Sabine na tentativa de apaziguar " a guerra" que estava se formando na sua sala, dentre a sua família, segurou gentilmente a mão de Marinette.

- Mãe, ta tudo bem.

– Eu não posso te impedir que vá mas... não leve rancor do seu pai, ele só esta querendo te proteger, apesar de eu não concordar com o que esta fazendo, porque é a sua vida minha filha, e você não merece tanta desconfiança!

- Eu sei mãe, e jamais levarei ódio, ou raiva de vocês, muito menos da senhora... mas eu preciso ir viver a minha vida.

Sabine então sorriu sentindo-se orgulhosa e acariciando o rosto da sua única, evitando não chorar.

- Certo, então vem comigo, vamos lá no seu quarto arrumar suas coisas.

Com isso as duas saíram juntas, enquanto que no caminho, Marinette pediu para que Adrien a aguardasse no carro. Ele já estava saindo também, indo para a porta, até ouvir Tom lhe dizer algumas palavras.

- Só espero que não esteja de brincadeira com a minha filha.

- Eu não estou, senhor Dupain. Nem um pouco. Eu pretendo me casar com ela, quando ela estiver pronta, quando nossas vidas finalmente estiverem organizadas.

Sendo assim, os dois não trocaram mais conversa, com o Agreste saindo logo em seguida, e Tom, ficando na sua sala, a chorar por saber que de agora em diante, não iria mais poder ver o rosto da sua amada menina, entrando por aquela mesma porta.

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