capítulo 4

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ᴀʟʙâɴɪᴀ, ᴠʟᴏʀë , 2017

Quando minha consciência voltou, minha cabeça parecia pesar toneladas. Mexi meu corpo levemente, mas ele parecia estar preso em algo. Ainda com os olhos fechados, puxei meu braço para alcançar meu rosto, o barulho terrível de correntes fez minha cabeça doer mais ainda. Não consegui alcançar meu rosto com a mão, e então percebi que algo me prendia a um colchão macio. Abri os olhos e por instinto me levantei rapidamente, puxando todo ar que consegui para os meus pulmões.

Minhas mãos estavam presas a correntes de ferro que tinham uma mordaça de couro para o pulso. Puxei meus pés mas para a minha infelicidade eles também estavam presos ao pé da cama. Ainda com a visão embaçada, olhei em volta de onde eu estava, não reconhia aquele lugar. Olhei pela brecha da janela e vi que ainda era noite, mas qual noite? Por quanto tempo eu fiquei apagada depois de colidir com aquele outro carro?

Utilizei mais força para tentar me soltar, mas estava na cara que qualquer esforço que eu fizesse seria em vão.

- onde eu estou?

Falei, minha voz saiu baixa, minha boca estava seca como um deserto.

Um vento gelado entrou pela janela, batendo em meu peito, só então eu percebi e tive a sensação de que estaria nua. Meu olhar se direcionou para baixo e eu vi meus seios que estavam do lado de fora do enorme cobertor que me cobria.

- que porra é essa? O que aconteceu?

Sacundi meus braços mais uma vez, tentando escapar daquelas correntes que me prendia a cama.

- Socorro! Tem alguém aqui?

Gritei, esperando uma resposta.

Olhei para o lado direito do quarto, ao lado da minha cama, havia um soro que corria para o meu braço, "eu estou a bastante tempo aqui" pensei.

Eu estava sem forças para tentar escapar agora, e a cada barulho que as correntes fazem quando me mexo, faz parecer que minha cabeça vai explodir a qualquer momento. Tentei me acomodar naquela cama e depois de me remexer um pouco, consegui cobrir novamente meus seios com o lençol. Fiquei olhando pela brecha da cortina a lua que estava posicionada bem alí, a encarei até pegar no sono novamente.

- 1,2,3 agora!

Ouvi uma voz alta e grossa entrando em meus ouvidos.

- usem mais força, estão com pena?

Gritou.

Abri os olhos e então percebi que a voz vinha do lado de fora, virei o rosto para o lado da janela e vi que já tinha amanhecido. E mais uma vez eu tive a sensação de que dormi por muito, muito tempo. Minha cabeça já não doía mais como a noite, coloquei toda força que tinha e puxei meu braço para frente com tudo, tentando me soltar das correntes que ainda me prendia a cama.

- que droga.

Falei irritada.

Meus olhos pousaram em meu braço, o soro que estava lá na noite anterior, simplesmente sumiu, "alguém entrou aqui" pensei. Tentei me soltar, sacudindo meus braços com força, mas nada funcionava.

- inferno! Eu vou matar a pessoa que fez isso.

Minha cabeça caiu no travesseiro e eu respirei fundo para tentar manter a calma.

- acordou, bela adormecida?!

Ouvi uma voz familiar, vindo do canto do quarto. Levantei minha cabeça e olhei para a direção onde ouvi a voz, tinha um homem sentado em uma poltrona no canto do quarto. A luz do sol que passava pela brecha da janela não chegava até ele, me impossibilitando de vê-lo.

APOSTA DA MÁFIA ( Livro 1 )Onde histórias criam vida. Descubra agora