capítulo 29

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ᴀʟʙâɴɪᴀ, ᴠʟᴏʀë , 2017

A porta atrás de mim foi aberta com tudo. Quando olhei para trás vi Domenic parado no meio dela. Ele estava apenas com uma toalha enrolada na cintura e tinha um semblante sério em seu rosto.

— Lilith.

Pela primeira vez eu senti medo dele, senti medo dele se aproximar de mim, senti medo dele me tocar.

— Lilith.

Repetiu. Domenic deu alguns passos e tentou segurar minha mão.

— não toca em mim.

Falei, puxando minha mão para longe dele.

— me escuta.

Seus olhos não tinham um brilho como quando estávamos em Madrid. Eles estavam vazios e ao mesmo tempo com raiva.

— saí daqui, Domenic.

Atravessei para o outro lado da cama, me afastando dele. Domenic olhou para a mala encima da cama e depois olhou para mim.

— para aonde você vai?

— não interessa.

Ele passou as mãos nos cabelos, se virou, e depois se voltou para mim.

— você precisa entender que o que eu fiz foi necessário.

Eu o encarava com repulsa. Na minha mente só vinha as cenas de ontem.

— agora está tudo acabado. Podemos viver em paz.

— viver em paz? Olha o que você fez Domenic. E foi necessário para quem? Para você? Só porque você não suportava o fato de eu já ter me deitado com outro homem?

— e porque você se importa tanto com a morte daquele merda?

Ri em tom de ironia e peguei uma blusa que estava na cama.

— eu não vou cair no seu jogo.

— responde, Lilith. Porque você se importa?

Gritou.

— por que eu o amava.

Gritei de volta para ele.

Domenic cerrou os punhos. Em passos curtos se aproximou da cama.

— como você pode me falar que amava aquele verme? E por que você o amava, Lilith?

— ele não precisou me sequestrar para me fazer entender que eu gostava dele. Ele nunca precisou matar ninguém por causa de coisas do meu passado. Ele era bem diferente de você, Domenic. Ele merecia viver

Me virei, para Domenic não ver as lágrimas que descerem pelo meu rosto.

— eu te pedi para esquecer aquilo. Isso nunca teria acontecido, e nós...

Fiz uma pausa e engoli o nó que se formou em minha garganta. Me virei de volta e não terminei de falar o que pensei.

— porque?

Perguntei

— por que você teve que estragar tudo?

Minha voz saiu fraca agora.

— estávamos indo tão bem...

As lágrimas desciam pelo meu rosto sem controle.

Domenic ficou em silêncio por um instante e abaixou a cabeça.

— eu não consegui me controlar.

Eu olhava para ele com dor no coração.

— eu não consegui esquecer o que você me disse. Eu tentei, mas eu não consegui.

APOSTA DA MÁFIA ( Livro 1 )Onde histórias criam vida. Descubra agora