Capítulo 30 - A Prova

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Ponto de vista de Lila

— É o Professor Enzo? —  A Srta. Grace perguntou em um sussurro enquanto se levantava lentamente.

Senti o sangue subindo para a minha cabeça enquanto encarava o retrato de Enzo.

Isso significava que o quadro que eu tinha para esta aula ainda estava no meu quarto.

Como eu cometi um erro tão terrível assim?

— Ele é tão bonito. —  Val suspirou amorosamente enquanto observávamos a imagem.

Eu fiz um ótimo trabalho capturando cada um dos encantadores traços de Enzo. Ele tinha tanta personalidade em seus olhos escuros que faziam meu estômago revirar.

Eu tinha que pensar em algo para dizer e rápido.
— Sim! —  respondi, virando-me para a turma de olhos surpresos e curiosos — Este é o Alpha Enzo. Ele é incrivelmente inspirador. Ele é o Alfa mais jovem e o meu pai fala muito bem dele. Ele tem grandes ambições. Descobri recentemente que ele está cuidando de sua mãe doente, além de ser um professor incrível. Não sei como ele tem tempo para dormir, sinceramente. Mas me vejo querendo ser como ele. Ele pode não ser minha maior inspiração, mas sou inspirada por ele. É uma honra tê-lo como meu professor.

Houve uma longa pausa de silêncio enquanto todos processavam o que eu tinha dito, esperando ter sido convincente o suficiente.

Logo, o silêncio terminou com uma rodada de aplausos e alguns alunos até se levantaram para me dar uma ovação de pé.

Uma onda de alívio me preencheu e senti o meu corpo relaxar.

Sorri para os rostos animados.
Até a Srta. Grace parecia satisfeita.

Seus olhos se iluminaram por um momento enquanto observava meu retrato.

— Você está certamente correta. —  Ela disse, ainda olhando para a imagem — Ele realmente é um homem incrível. Muito bom trabalho capturando isso, Lila.

— Obrigada, Srta. Grace. —  respondi com um sorriso.

— Você acha que podemos conversar depois da aula? 

Franzi a testa imediatamente.

Ela ainda estava olhando para o quadro, com carinho e isso começou a me deixar um pouco inquieta. Havia uma parte de mim que queria me colocar na frente do quadro e proteger os olhos dela de Enzo, mas não o fiz.

Mantive minha posição e consegui dar um aceno de cabeça para ela.
— Sim, claro, —  respondi.

Sem pensar, peguei o lençol e o coloquei sobre o quadro, observando enquanto a Srta. Grace piscava algumas vezes, saindo de seu transe.

Ela forçou um sorriso quando percebeu que eu estava a encarando.

— Agora pode se sentar. —  Ela instruiu.

Concordei com a cabeça e voltei para o meu lugar.

O que foi aquilo? Por que ela estava olhando para o meu quadro daquele jeito? E por que eu me importava tanto?

— A Srta. Grace é certamente bonita. Eu me pergunto se o Enzo também percebe isso. —  Val cantarolou no meu ouvido.

Ignorei-a, não queria ficar com ciúmes de alguém que não se importa comigo. Sacudi o pensamento da minha cabeça e aguentei o resto da aula.
Ao final da aula, todos foram direto para os corredores assim que o sino tocou, me deixando sozinha na sala com a Srta. Grace.

— Você queria falar comigo? —  perguntei enquanto me aproximava de sua mesa.

Ela me olhou por cima do computador e me deu um sorriso doce, o mesmo sorriso que ela costuma me dar se eu a encontro nos corredores ou digo oi para ela no almoço.

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