Capítulo 45 - Uma Toalha

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Ponto de vista de Enzo

O que diabos estava acontecendo agora?

Isso não poderia estar acontecendo.

Lila ficou na minha frente com os olhos arregalados, olhando para Connie atrás de mim. Connie, que estava desfilando apenas com uma toalha, estava procurando a roupa íntima que tinha perdido.

Ambas tiveram um péssimo timing.

O corpo de Lila começou a tremer enquanto dava um grande passo para longe de mim.

O que ela estava fazendo aqui? Esta era a moradia da faculdade. Estudantes não eram permitidos aqui.

— Enzo? Você ouviu... —  Connie se aproximou de mim e uma vez que percebeu Lila olhando para ela, ela parou — Oh... Desculpe. Eu não sabia que você tinha companhia. A companhia de uma estudante, ainda por cima. —  Connie levantou as sobrancelhas.

— Eu já estava saindo.—  Lila gaguejou enquanto se virava. Ela começou a se apressar para longe da casa.

— O que você estava fazendo aqui? —  Eu perguntei enquanto ela se afastava, fechando a porta atrás de mim ao sair.

Eu podia ouvir Connie dizendo algo de dentro, mas a ignorei.

— Eu não deveria ter vindo aqui. —  Lila disse rapidamente, ela ainda estava de costas para mim  — Sinto muito por incomodar você.

— Por que você veio? 

— Eu só queria ter a certeza de que você estava pronto para a noite de amanhã. —  Ela disse em um tom suave, quase parecia que ela estava chorando. Mas isso não poderia estar certo. Por que ela estaria chorando?

— Sim, tenho a segurança pronta para o baile. —  Eu respondi  — Era só isso que você queria?

Ela assentiu.

— Sim. —  ela sussurrou, antes que eu pudesse dizer mais alguma coisa, ela já estava desaparecendo nas sombras da noite.

Suspirei e voltei para dentro para ver Connie terminando de se vestir.

— O que foi aquilo? —  Ela perguntou, cruzando os braços sobre o peito.

— Ela só queria ter a certeza de que eu tinha a equipe de segurança pronta para o baile amanhã. —  eu respondi.

— Ela não poderia ter ligado? —  Ela perguntou, levantando as sobrancelhas  — Isso parece um pouco estranho.

— Talvez ela tenha ligado, e eu não ouvi o telefone. —  Eu dei de ombros — Não tenho a certeza. Foi só isso que ela disse.

— Ela saiu rapidamente. Ela estava chateada com alguma coisa?

— Não tenho certeza. —  Eu respondi — Isso importa?

— Sim, Enzo, importa. —  Connie resmungou — Acho que ela estava chateada porque me viu. Acho que ela pode estar apaixonada por você e isso é um problema.

— Você está sendo ridícula. —  Eu disse, balançando a cabeça  — Ela é minha aluna. 

— Exatamente e você é incrivelmente atraente. Se ela estiver apaixonada por você, isso pode te meter em encrenca. Você precisa garantir que ela saiba que você não está disponível para ela. Ela não pode simplesmente aparecer na sua casa assim. Não é apropriado.

— Não é assim. 

— Por que você está defendendo ela tanto? Se o conselho soubesse...

— O conselho não vai saber e eu não estou defendendo ela. Estou te dizendo o que sei e o que sei é que Lila não tem uma queda por mim. O pai dela é  importante, e eu prometi a ele que a manteria segura enquanto estivesse na escola. Lila se sente confortável comigo por esse motivo e somente por esse motivo. Não tenho a certeza por que ela veio aqui sabendo que estava contra as regras da academia, mas ela veio. Vou conversar com ela de manhã. Mas minha relação com ela é estritamente profissional e também não é da conta de ninguém. Incluindo a sua.

Eu me virei e comecei a andar em direção ao meu quarto, ela ficou me olhando, com a boca aberta em choque com as minhas palavras. Eu nunca tinha falado assim com ela antes e ela não sabia o que pensar.

— Desculpe. —  ela disse por trás de mim  — Só me preocupo com você, só isso.

Eu entendi isso e se os papéis fossem invertidos, eu me preocuparia com ela também.

Senti a mão dela no meu ombro, me fazendo pausar antes de chegar à porta do meu quarto. Me virei e vi os seus olhos grandes e curiosos me encarando por entre os cílios. Seu rosto estava levemente vermelho e ela mordia levemente o lábio inferior.

— Estou envergonhada pela forma como me comportei. —  Ela disse em um tom baixo  — Eu me importo muito com você, e não quero te ver machucado ou em apuros.

— Nada disso vai acontecer. —  Eu a assegurei.

Ela se aproximou de mim.

— Obrigado por me deixar ficar aqui... —  Ela disse, ainda me observando cuidadosamente por entre os cílios — Sendo apenas uma professora temporária, eles não me deram uma casa no campus. 

É claro que eu já sabia disso. Ela estava aqui apenas por alguns dias, e eu não a deixaria dormir na rua. Connie era praticamente minha irmã e eu a conhecia quase a minha vida toda. Minha mãe nos criou juntos e não seria certo da minha parte dispensar Connie depois que ela me ajudou a assumir o controle da minha turma durante a minha ausência.

Mas eu não disse essas palavras em voz alta, apenas assenti para ela e me virei novamente.

— Estava pensando que talvez possamos ir juntos ao baile! —  Connie disse rapidamente, eu pausei novamente. Fiquei surpreso com a sugestão dela, e ela sabia disso pela expressão no meu rosto. Ela deu uma risada suave e seu rosto ficou ainda mais vermelho.  — Podemos dançar juntos... pode ser agradável. 

— Não estou lá por razões sociais. Estou lá fazendo um trabalho. —  Lembrei a ela — Sou o chefe da equipe de segurança, não terei tempo. 

— Apenas uma dança, Enzo. Não será o fim do mundo.

Ela se aproximou novamente, desta vez pressionando o seu corpo contra o meu. Permaneci impassível, ela estava tentando me seduzir. Isso era óbvio.

A minha pergunta foi:  — Porquê? 

— Nós formamos uma boa equipe, sabe… —  disse ela, baixando ainda mais o tom — E poderíamos formar algo ainda melhor...

Ela correu as pontas dos dedos pelo meu braço até chegarem ao topo do meu ombro.

— Nos conhecemo-nos a vida toda... talvez seja um sinal de que fomos destinados a estar juntos…

Afastei-me dela, fazendo com que a mão dela caísse do meu ombro de volta para o lado. Ela franziu a testa enquanto olhava para cima para mim.

— Vou fingir que esta conversa não aconteceu, Connie. Você é praticamente minha irmã. Não há mais nada. Vá dormir. —  Disse eu ao afastar-me dela.

— Enzo?

Ela me chamou, mas eu já tinha fechado a porta do quarto atrás de mim, bloqueando as palavras dela.

...

Ponto de vista de Lila

As lágrimas escapavam rapidamente dos meus olhos, eu tinha que desaparecer por um tempo antes de perder o controlo dos meus poderes. Normalmente, quando ficava  assim, os meus poderes eram imprevisíveis.

Respirei fundo algumas vezes e permiti-me sentir as emoções que percorriam o meu corpo.

Ver a Connie de pé na casa do Enzo, praticamente nua, mexeu comigo. Não estava à espera deste tipo de sentimentos, mas não conseguia evitar.

A Val estava em completo desespero,  assim que os vimos juntos, foi como se ela tivesse desligado completamente. Ela devolveu-me todo o controle e tudo o que consegui pensar foi em fugir.

Agora sabia que nunca seria eu que o Enzo queria.

Era a Connie.

A Connie era a sua companheira escolhida.

E eu não era nada para ele.

Meu Companheiro Alfa Onde histórias criam vida. Descubra agora