Gabi Guimarães-parte 2

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Deitada na cama do centro médico, a dor no tornozelo era apenas uma pequena parte do desconforto que você sentia. A verdadeira dor vinha do vazio em seu coração, da ausência de Gabi, da incerteza sobre o que ela estava pensando. Você pegou o celular ao lado da cama, hesitante, mas sabia que precisava tentar falar com ela.

Você abriu o WhatsApp, seus dedos tremendo levemente enquanto procurava o contato de Gabi. Vários pensamentos passaram pela sua mente—e se ela não respondesse? E se estivesse muito magoada para sequer ler suas mensagens? Mas você precisava tentar, não suportava a ideia de deixar as coisas assim.

Digitou a primeira mensagem, simples, sem saber por onde começar.

S/N: *Gabi, can we talk? Please.* 
(Gabi, podemos conversar? Por favor.)

Você esperou, observando as três bolinhas no canto superior da tela, esperando por qualquer sinal de que ela estivesse online. Mas não havia resposta imediata. Você suspirou, sabendo que ela provavelmente estava com as colegas de time, processando a derrota e os eventos que ocorreram.

A culpa pesava mais forte. Você digitou outra mensagem, sentindo a necessidade de explicar melhor, mesmo que por texto.

S/N: *I’m so sorry for everything that happened. I never wanted to hurt you. What I did… it was a mistake. I was just following orders, trying to help my team, but I regret it so much. I love you, Gabi. Please, talk to me.* 
(Me desculpa por tudo que aconteceu. Eu nunca quis te machucar. O que eu fiz... foi um erro. Eu só estava seguindo ordens, tentando ajudar meu time, mas eu me arrependo muito. Eu te amo, Gabi. Por favor, fale comigo.)

Os minutos se arrastaram, e o silêncio do outro lado da tela era ensurdecedor. Cada segundo sem resposta parecia uma eternidade. A angústia de não saber o que Gabi estava pensando te consumia.

Você digitou mais uma mensagem, tentando manter a esperança viva.

S/N: *I don’t want to lose you. I’ll do anything to make this right.* 
(Não quero te perder. Farei qualquer coisa para consertar isso.)

Mas, novamente, não houve resposta. Você soltou o celular, deixando-o cair suavemente ao seu lado na cama. As lágrimas que você havia conseguido segurar até então começaram a escorrer pelo seu rosto.

Enquanto você se deitava ali, o coração pesado, se perguntando se havia perdido Gabi para sempre, o celular finalmente vibrou. Você olhou rapidamente, cheia de esperança. Mas, ao desbloquear a tela, viu que ainda não era uma resposta de Gabi, apenas notificações sem importância.

O desespero começou a se instalar. Você sabia que havia errado, mas o que mais te machucava era a possibilidade de ter machucado Gabi de uma forma irreparável. Aquele momento de incerteza era terrível, e tudo o que você queria era uma chance de se explicar pessoalmente, de segurar Gabi em seus braços e pedir desculpas.

Você voltou a se deitar, o celular ainda em sua mão, esperando que, a qualquer momento, Gabi respondesse. Mas o silêncio continuava, e a dor emocional apenas crescia, como um peso que você não conseguia carregar sozinha.

Pov Gabi

Gabi estava no quarto, sentada na cama, tentando processar tudo o que tinha acontecido. A derrota na semifinal já era difícil de engolir, mas a revelação de S/N pesava ainda mais em seu coração. Cada bloqueio, cada provocação em quadra agora fazia sentido, e a dor da traição que sentia era quase insuportável. Lágrimas silenciosas deslizavam por seu rosto, enquanto ela olhava para as mensagens de S/N no celular.

Thaísa, sua amiga e companheira de quarto, percebeu o estado de Gabi e sentou-se ao lado dela, colocando uma mão carinhosa em seu ombro. “Gabi, o que tá acontecendo? Você tá assim desde que voltou do centro médico. Quer conversar?”

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