Ruptura

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Uma semana havia se passado, e a jovem imperatriz estava mergulhada nas suas novas responsabilidades. Ao seu lado, Gilda, recentemente promovida a dama de companhia da consorte, a auxiliava na escolha da nova paleta de cores das vestes imperiais. A decisão era crucial, pois não se tratava apenas de moda, mas de definir a cor que representaria a família imperial perante o Império.

— Dourado ou vermelho? — Perguntou Karoll, segurando dois finos pedaços de seda em suas mãos.

Gilda, sempre atenta ao humor da imperatriz, inclinou-se ligeiramente para analisar as amostras mais de perto.

— O problema, vossa majestade, é que ambas as cores lhe caem divinamente. — Ela hesitou por um momento, buscando as palavras certas para expressar sua opinião sem influenciar demais a decisão. — Mas talvez o dourado transmita mais a grandiosidade do seu reinado. O vermelho, por outro lado, carrega força e paixão.

Karoll suspirou, sua expressão antes decidida agora mostrava sinais de cansaço. A escolha parecia se arrastar por horas e horas, e a tensão estava começando a pesar em seus ombros.

— Isto está ficando cansativo. Quanto mais tempo passamos aqui, menos consigo me decidir...

Ela olhou ao redor, percebendo o ambiente sufocante da sala onde estavam. As paredes forradas de tapeçarias, os tecidos espalhados por todos os lados, tudo parecia apertar ainda mais o nó em sua mente. Sentia-se presa, como um pássaro em uma gaiola dourada.

Foi então que um suave bater à porta interrompeu o momento. Um servo entrou, com uma reverência rápida, anunciando:

— Lady Astrid deseja ver vossa majestade.

— Astrid? — Seus olhos brilharam com uma mistura de alegria e curiosidade. — Deixe-a entrar.

Assim que Astrid cruzou a soleira, Karoll avançou, seus passos rápidos e decididos, acolhendo a amiga com um sorriso caloroso e um abraço apertado.

— Astrid! Que bom vê-la! — exclamou, enquanto seus braços envolviam a visitante em um abraço que falava mais do que palavras. — O que faz aqui? Não deveria estar em sua terra, ocupada em dar herdeiros para seu pai? — Karoll brincou, tentando aliviar o ambiente com uma piada.

No entanto, ao ouvir as palavras de Karoll, as lágrimas começaram a descer silenciosamente pelo rosto da ruiva. A soberana, inicialmente confusa, franziu o cenho, percebendo que algo estava terrivelmente errado. Ela segurou o rosto da amiga com as duas mãos, obrigando-a a olhar nos seus olhos.

— Astrid, o que aconteceu? Fale comigo!

Astrid balançou a cabeça, suas palavras saindo entrecortadas pelos soluços.

— Eu não devia ter me casado, Karoll… Eu não devia… — Sua voz estava carregada de arrependimento. — Gustav… ele me recusou. Me disse que nunca dormiria comigo, que só dividiria o leito com a mulher que ele ama… Ele tem uma amante Karoll! — A revelação saiu em um grito desesperado, como se cada palavra a machucasse profundamente.

Karoll sentiu o sangue gelar em suas veias.

— Por Cellestya… — murmurou, completamente indignada. Não apenas por Gustav ter agido contra o que ela havia pedido, mas pela injustiça cruel que sua amiga estava sofrendo. Astrid tremia em seus braços, soluçando sem parar, e Karoll sabia que precisava ser forte, ainda que sua própria culpa a corroesse por dentro.

— Você contou isso a alguém além de mim?

Astrid balançou a cabeça negativamente, os olhos cheios de medo.

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