Quem você quer ser?

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HERMIONE ENCAROU O PERGAMINHO NOVAMENTE, como se isso fosse mudar o que as palavras em uma letra fina sentenciavam. Astoria havia perdido a cabeça, isso era única coisa que Hermione pensava enquanto andava de um lado para o outro do pequeno hotel.

Tudo na sua vida ia de mal a pior, o casamento frustrado, o divórcio cada vez mais complicado, e agora, a cereja no topo do sorvete, Astoria e sua sandice.

"Eu posso fazer isso. Eu sou Hermione Jane Granger, eu ajudei a derrotar LordVoldermort, eu posso fazer isso." Ela respirou fundo e leu novamente o pergaminho amassado de tanto passar pelas mãos dela.

Hoje à noite, esteja aqui em casa às sete e meia. Sem atrasos e sem gracinhas.

Astoria Malfoy.

"Vaca!" Ela largou o pergaminho na cama e se dirigiu para o banheiro. Apesar de parecer o fim do mundo dentro do coração e da cabeça de Hermione, o dia estava lindo em Londres, e ela tinha mais um dia de trabalho. Ao lado de Draco.

ELA ESCREVIA COM TANTA FÚRIA NO PERGAMINHO que Draco pensou que fosse furá-lo. Ele encarou-a enquanto sua colega de trabalho bufava mais um xingamento e continuava a massacrar o pergaminho.

"Tudo bem?" Ele perguntou, apoiando a cabeça na mão. Hermione ergueu os olhos e mordeu o lábio, mas acenou afirmativamente com a cabeça e voltou ao seu trabalho.

Draco sentiu seu estômago pesar ao se lembrar de que ele deveria estar tão ou mais furioso que Hermione. A conversa do jantar da noite anterior com sua esposa não saía de sua cabeça. Ele ainda podia ouvir o ressoar das palavras doces que disfarçavam a histeria da mulher.

"Você tem que fazer isso." Ela bradou, se pondo em pé e derrubando sua taça na mesa com força. "Você me prometeu um bebê, e sua herança pede um filho!" Astoria virou-se e levou os dedos às têmporas. Draco podia sentir que ela tentava conter a explosão, em vão.

"Eu prometi um bebê a você, Astoria," Ele também se pós em pé, já não sentia nenhuma vontade de comer. "Não a uma estranha. Uma estranha que nem vou poder ver."

"Mas ela é profissional!" Astoria o encarou com o olhar de um felino machucado. "Ela é paga para fazer isso, Draco. Faz parte do trabalho dela."

"Isso é errado,Astoria!" Draco andou até a mulher a virou com brusquidão. "Eu não posso transar com uma estranha para dar um filho a ela."

Astoria o empurrou com força e tirou a varinha de dentro das vestes, apontando para o peito dele. Draco respirou fundo e revirou os olhos.

"O bebê vai ser meu. Nosso." Ela cutucou o peito dele novamente. "Eu não posso te dar filhos do jeito tradicional, mas eu ainda os quero. E. Você. Vai. Me. Dar." Astoria pegou o pergaminho que continha as cláusulas estúpidas daquele contrato e jogou no peito dele. "Assineisso agora!"

"Eu nem li ainda." Draco reclamou, afastando a mão dela com a varinha no peito.

"Lê depois. Assine!" Draco resmungou algo sobre isso ser imprudente, mas Astorianão oouviu enquanto conjurava uma pena e lhe entregava.

Com o coração apertado e pressentindo que isso não traria boas consequências Draco assinou o contrato. Sem nem ler nenhuma regra.

Ele queria tirar o pergaminho de dentro das vestes e ler as cláusulas que ditariam sua vida dali em diante. Após o contrato assinado,Astoria lhe entregou uma cópia e ele ficou tão transtornado que nem se deu ao trabalho de ler.

Draco sentia como se aquilo tudo fosse errado. Não importava se a garota era profissional ou não, deitar-se com uma estranha toda noite e tentar fazer um filho com ela soava estranho até mesmo no mundo mágico. Astoria procurou aquela solução no mundo trouxa, eles haviam apelado para tudo quando descobriram que ela não poderia ter filhos. Foi quando a mãe dele, Narcissa, contou que os Malfoy não podiam engravidar uma mulher sem de fato ter estado com ela. Magia antiga.

Barriga de AluguelOnde histórias criam vida. Descubra agora