Proximidade

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OS OLHOS CASTANHOS DELA NÃO DESGRUDAVAM DA JANELA. Draco não entendia o que Granger estava vendo demais através do vidro; estava chovendo! Mas ele agradeceu o fato, muito sobrenatural, da castanha estar tão perdida em seus pensamentos, que não percebeu a falta de entusiasmo dele com o trabalho.

Draco Malfoy amava o trabalho dele, era uma das poucas coisas que ele amava. Na verdade, lista delas era possível contabilizar em uma mão. Sua mãe, sua tia Andrômeda, Teddy e seu trabalho. Pelo menos era o que ele tinha consciência de amar. Ele sabia que a mulher misteriosa estava ocupando um espaço cada vez maior em sua vida. Não pelo fato de que às vezes ele ficava pensando nas conversas sobre política e economia que ele tinha com ela na cama, ou como o corpo pequeno e curvilíneo dela se encaixava perfeitamente no dele. Simplesmente, pelo fato de que parecia que ela o entendia. Entendia os motivos que o transformaram em um Comensal da Morte, entedia as razões por detrás de cada ato dele e não o julgava.

Eram as risadas gostosas que ela dava das piadas idiotas que ele contava, ou como às vezes eles ficavam abraçados na cama, ela ouvindo palavra por palavra do que ele dizia. Ela o ouvia de verdade, e Draco nunca teve ninguém que fizesse isso por ele, tirando Narcissa.

Ele deu um soco na mesa e se ergueu rapidamente, ignorando o olhar indagador da colega de trabalho, ele apenas pegou sua pasta e partiu da sala, sua mente estava sendo consumida pela falta de informações sobre a mulher misteriosa, parecia que todos os investigadores que ele colocou atrás dela não encontravam nada de útil. Era como se ela virasse pó depois que saía da casa dele.

Draco adorava Astoria, de verdade. O casamento foi forçado e eles estavam sendo obrigados a gerar um herdeiro, mas depois que isso fosse feito, bem, talvez ele pudesse perguntar sobre a identidade da mulher que ia gerar o filho dele, certo? Ele fechou os olhos e apertou com força a ponte do nariz. Astoria nunca contaria quem a mulher era. E ele não deveria se enganar com isso.

Ele estava perto do elevador quando ouviu seu nome ser chamado. Revirou os olhos e se virou lentamente, com cara de poucos amigos.

Granger vinha correndo do final do corredor, onde ficava a sala deles, outros funcionários olhavam a garota com seus cabelos cheios, irritados com tanta baderna. Aquele corredor não era famoso pelo seu bom humor.

"O que é, Granger?" Ele perguntou quando ela se aproximou, respirando lentamente e segurando a lateral do corpo.

"Meu divórcio... semana que vem... trabalhar... processo." Ela disse entre uma respiração e outra. "Você... não pode ir... embora." Ela ergueu o rosto, os olhos castanhos vermelhos como se tivesse chorado recentemente, Draco inclinou a cabeça para o lado.

"Eu sei que ter casado com o Cabeça-de-Cenoura foi um erro, mas não imaginei que você quisesse tanto o divórcio que estaria chorando por aí." Ele comentou, colocando um dedo em cima dos lábios de Hermione. "Lambe o dedo." Ele ordenou, e Hermione obedeceu sem perceber. Ele passou o dedo pelo rosto dela, limpando um rastro seco de uma lágrima.

"Isso foi... nojento." Ela comentou, limpando o rosto com a manga da camiseta. "E não era sobre isso que eu estava chorando, foi só uma irritação nos olhos."

Draco revirou os olhos. "Claro." Ele respirou fundo e olhou novamente para o elevador. "Eu estou meio inútil hoje."

"Por quê? Problemas no paraíso?" A castanha, abraçou o próprio corpo.

"Pode se dizer que sim." Draco riu baixo. Ele encarou Granger e resmungou. "Com certeza é o paraíso."

"O que você disse?" Hermione perguntou, apertando os braços ao redor do corpo dela.

Barriga de AluguelDove le storie prendono vita. Scoprilo ora