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Hoje foi o aniversário de cinco anos da Manuella, minha priminha. Amo essa garota demais. Minha namorada, S/n, veio também, porque minha família é apaixonada por ela. E, como sempre, o aniversário acabou virando mais uma festa dos adultos do que só uma festinha infantil.
De noite, o quintal onde aconteceu a festa estava quase vazio. A decoração rosa ainda enfeitava as paredes, mas o pula-pula, que durante o dia tinha sido disputado pelas crianças, agora estava abandonado, balançando de leve com o vento. Minha tia estava sentada numa cadeira de plástico com a Manu dormindo no colo, exausta depois de tanto brincar.
Eu e S/n estávamos encostados na grade do pula-pula, olhando aquele cenário silencioso e nostálgico. Ela estava abraçada a mim, e eu segurava a mão dela, entrelaçando nossos dedos.
— É tão bom ser criança, né? — ela comentou, com um sorriso sereno, o olhar perdido no pula-pula vazio.
— Melhor fase da vida — concordei, observando as luzes coloridas que ainda piscavam no varal de lâmpadas.
— Saudades de quando a única preocupação era se ia ter pula-pula na festa — ela riu baixinho. — Dá até vontade de voltar a ser pequena.
— Bora matar essa vontade? — propus, olhando para ela com uma sobrancelha levantada.
— Não... vai que sua tia briga com a gente — ela respondeu, rindo e balançando a cabeça.
— Ah, para. Minha tia vai rir quando ver isso. Vem! — Peguei na mão dela e a puxei para perto da escadinha do pula-pula.
— Não sei não, amor...
— Não sabe o quê? Anda, dá o pé aqui.
Me abaixei, abri o fecho da sandália dela e tirei meu tênis em seguida.
— Aí, meu Deus... — ela disse, ainda com um sorrisinho indeciso.
Subi primeiro e estendi a mão para ela. Mesmo relutante, ela segurou e finalmente subiu.
— Vai, vida, deixa a criança interior falar mais alto agora — provoquei, começando a pular para incentivar.
— Só você mesmo! — Ela riu e, aos poucos, começou a me acompanhar.
O barulho das molas do pula-pula começou a ecoar pelo quintal, misturado com nossas risadas.
— Dá a mão pra mim — pedi, estendendo as duas mãos.
Ela segurou com firmeza, rindo com os olhos brilhando.
— Mano, eu não lembrava dessa sensação! — S/n sorria, quase ofegante, enquanto continuávamos a pular.
No meio da brincadeira, uma vozinha aguda me chamou:
— Primo, quero pular com vocês! — Era a Manu, que tinha acabado de acordar e vinha correndo na nossa direção, com os bracinhos esticados.
— Vem, vem, princesa! — parei de pular e ajudei ela a subir.
Manu agarrou a mão da S/n e começou a pular animada. O som das risadas dela era contagiante, preenchendo o quintal vazio como se fosse o dia todo de novo.
— Dá a mão, Manu! — falei, estendendo minha mão para ela.
Ela segurou imediatamente, e com a outra mão, continuou segurando a da S/n.
— No três, a gente pula juntos, tá bom? — Falei, animado.
— Tá bom! — respondeu ela, quase pulando antes da contagem.
— Um, dois, três!
Pulamos com força, e logo depois caímos. Eu fui o primeiro a desabar no chão inflável, e as duas caíram por cima de mim, rindo como nunca.
— Ai, vocês estão me esmagando! — brinquei, gargalhando enquanto abraçava as duas.
— Foi você que deu ideia! — S/n respondeu, se ajeitando para não machucar Manu, que ria descontroladamente.
Ficamos ali um tempo, deitados e rindo à toa. Olhei para o céu, que já estava escuro e cheio de estrelas, e depois para as duas ao meu lado. Manu estava abraçada a S/n, que a olhava com carinho.
— Melhor parte da festa, hein? — comentei, entre um suspiro e outro.
— Com certeza. — S/n sorriu, e Manu concordou dando uma risadinha.
E foi assim que a noite terminou: cheia de risadas, lembranças e aquele sentimento de que momentos simples como esse são os que realmente importam.