꧁꧂ Parte um... ꧁꧂
O silêncio entre eles era denso, quase palpável, enquanto Jimin finalizava o curativo na mão de Jeon. Seus dedos, delicados mas ainda sim cuidadosos, traçavam um caminho preciso pelo tecido branco que agora envolvia a pele machucada. O contato era mínimo, mas ainda assim havia algo ali—uma eletricidade branda, como faíscas flutuando entre o que era dito e o que ficava guardado no espaço vazio entre um olhar e outro.
Jimin mordeu o lábio inferior, apertando a faixa levemente antes de soltar a mão dele. Respirou fundo. Seu peito subia e descia em um ritmo irregular, como se cada pensamento que girava em sua mente fosse um peso adicional que ameaçava derrubá-lo. Ele sabia que precisava falar. Mas dizer aquilo em voz alta tornaria tudo real demais.
Mas Jeon percebeu. Ele sempre percebia.
Com a mão ainda entre as de Jimin, ele afrouxou os dedos e fez um leve movimento, quase um chamado mudo para que Jimin o olhasse. Seus olhos eram fundos, enigmáticos, carregavam tempestades que ele nunca deixava transbordar. Mas, naquele instante, havia um convite ali—um silêncio que dizia: "Fale. Eu estou aqui."
Jimin engoliu seco e baixou os olhos para a mão enfaixada.
— Eu sinto que eu deveria falar... — sua voz saiu falha, engasgada, como se a confissão se recusasse a tomar forma. — Eu preciso te contar uma coisa.
Jeon manteve o olhar fixo nele, mas não apressou. Apenas esperou, como sempre com seu olhar intenso, e com aquela camisa ainda marcando perfeitamente seu corpo. Jeon era lindo, mesmo que seu rosto não estivesse a mostra.
Jimin respirou fundo novamente, buscando estabilidade. Mas não havia mais estabilidade, não havia mais chão firme desde que sua vida tinha sido arrancada das próprias mãos sem aviso.
— Vou começar bem do começo... Eu comecei trabalhar no laboratório — começou, com a voz levemente trêmula. — Era uma empresa de clonagem de células. Pelo menos, era isso que eu acreditava. Pesquisas médicas, avanços na ciência, sabe? Parecia... normal. — Ele soltou uma risada vazia, carregada de ironia e pesar. — Mas não era.
Jeon mordeu levemente o lábio, era um tópico sensível para os dois.
— E como você descobriu que não era o que você pensava ser? — Ele perguntou, a voz firme, mas com um tom que tentava ser acolhedor.
Jimin esfregou o rosto com as mãos, os dedos pressionando as têmporas como se tentasse dissipar a dor da lembrança.
— Calma, me deixa explicar mesmo que você já saiba. Eu preciso tirar isso do meu peito. Por favor. — Jimin diz, fazendo com que Jeon assentisse, para que o garoto continuasse sem pressa.
— Era clonagem humana. Eles estavam criando pessoas. Reproduzindo vidas como se fossem... produtos. E eu... eu não sabia que... — Ele passou a língua pelos lábios secos e, quando voltou a falar, sua voz tinha um quê de desespero contido. — Eu não sabia. Juro, eu não sabia. Mas então, comecei a notar coisas estranhas. Arquivos que sumiam. Experimentos que nunca eram mencionados abertamente. Vozes abafadas por portas trancadas... — Jimin diz, sentindo em sua garganta um nó se formando.
Jeon continuava ali, imóvel, atento a cada palavra, sem interromper Jimin. Ele queria que o garoto sentisse que fosse um lugar seguro para ele dizer tudo que deveria.
— E então... pouco antes de tudo acontecer, houve um garoto. — Ele fechou os olhos por um segundo, recordando a imagem gravada em sua mente como uma cicatriz. — Ele apareceu para mim, coberto de sangue, como se tivesse acabado de escapar de algum lugar. Veio correndo, desesperado. Me segurou pelo pulso e disse... — Jimin abriu os olhos e olhou para Jeon, a lembrança se derramando por sua voz: — "Salve o meu irmão."
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Run.com. - Jikook
Фанфикшн"-Oh Jimin...seu sussurro assustado é tão delicioso de se ouvir. Eu gostaria de saber como esse sussurro seria enquanto eu estivesse te fodendo." © copyright ; esta história tem todos seus direitos reservados.
