Run.com. - Jikook

Together? Together. - Part two.

꧁꧂ Parte dois ꧁꧂

Jungkook permaneceu em silêncio por longos instantes. Seus olhos, intensos e parcialmente ocultos pela máscara, refletiam uma dor silenciosa e uma culpa que parecia pesar mais do que os anos acumulados em seu semblante. Lentamente, como se cada sílaba pesasse toneladas, ele falou com uma voz rouca e embargada:

— Eu... eu não sabia que você era assim, Jimin. Jamais imaginei que sua inocência, mesmo marcada pela dor, pudesse ser tão pura... tão vulnerável. — Jeon diz, apertando os punhos. Era óbvio que ele estava se sentindo mais que culpado, mas um monstro.

Antes mesmo que Jimin pudesse replicar, o ambiente se tornou denso, carregado de um silêncio que vibrava como um lamento ancestral. Num gesto que misturava a delicadeza de uma redenção com a tensão de um crime irreparável, Jimin se levantou aproximou-se do homem. Ainda com as mãos trêmulas pelo recente curativo feito no pulso de Jungkook, ele deixou que seu toque percorresse a pele dele, como se quisesse gravar naquele instante cada traço de sofrimento e redenção. O perfume – mescla de menta fresca e madeira esfumaçada – envolvia-os num universo particular, onde cada centímetro de pele se transformava num território sagrado de desejo proibido, enquanto a mente de Jimin gritava por recuo.

A tensão aumentou quando Jungkook, ajeitando a luva de couro que agora cobria sua mão curada, soltou um suspiro profundo, carregado de remorso e memórias dilacerantes:

— Você não consegue imaginar como estou envolvido, Jimin. Sério? Pensa um pouco... Não me faça reviver tudo o que eu passei. Eu sei que fiz coisas terríveis com você, mas... agora não é o momento. — Jeon diz, suspirando logo a seguir. Jimin nunca havia ouvido ele falar de forma tão... informal, e ao mesmo tempo conseguir manter sua pose de durão.

Jimin permaneceu imóvel por alguns longos segundos, seu corpo tremendo, não só pelo nervosismo, mas também pela atração avassaladora que o homem misterioso despertava nele. "Eu estou ficando maluco?" O garoto pensa. Seu coração pulsava com uma intensidade que o fazia duvidar se estava reagindo ao medo ou a um desejo avassalador. Em meio a esse turbilhão, ele ansiava por respostas, por explicações que o libertassem ou, ao menos, lhe permitissem compreender a dor que o unia a Jungkook.

Num grito abafado, de voz carregada de fúria e dor, Jimin rompeu o silêncio:

— Você... você era uma das pessoas que... trabalharam... — Jimin interrompe a fala, claramente nervoso. — Na real, que porra foi aquela de mandar eu tirar a foto da forca sendo que você nunca me disse o que fazer com ela?! Por que me arrastou para esse inferno? Por que usar a minha dor para te provar algo que eu nem queria ver?

Jungkook fitou Jimin com um olhar oscilante entre o arrependimento e a resignação. Num tom baixo, quase imperceptível, ele respondeu:

— Eu fiz você tirar aquela foto porque os arquivos do laboratório diziam que você saiu da empresa por tentar cometer suicídio. Eu imaginei que isso te afetaria... que você veria, de uma vez, o quanto as pessoas que passaram por isso estavam quebradas. Eu sei que não mereço seu respeito, Jimin, mas preciso que me ouça. Eu não sabia que você não sabia, e só depois de te injetar aquilo... eu notei que você realmente parecia não lembrar do que havia ocorrido. Eu deveria ter parado, mas eu estava cego pela merda da vingança. — Jeon diz, suspirando profundamente enquanto colocava as mãos na cabeça. Ele estava falando a verdade, era óbvio. E Jimin nunca havia imaginado que veria aquele homem estaria tão vulnerável na frente dele.

A acusação e a revelação pairavam no ar como sombras que se alongavam ao pôr-do-sol. Incapaz de conter sua impaciência, Jimin, com voz carregada de urgência, ordenou:

— Tira essa máscara e fala comigo direito! Me fala seu nome, quem é você! Não precisa mais esconder quem você é! — Jimin diz, levando suas mãos em direção a máscara de Jeon.