CAPÍTULO 19

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Olá leitoras, desculpem por esse capítulo ter ficado um pouco extenso, mas foi proposital rs. Aposto que muitas de vocês vão gostar e por isso quero dedicá-lo para todas rs. Espero que gostem rs.

Boa leitura e Deus abençõe grandemente vocês! Beijos!!

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Era a primeira vez que eu saía sozinha pelas ruas de São Paulo, desde que vim morar com meus tios. Tranco o portão e vou em direção ao metrô. 

A cidade já está bastante movimentada, várias pessoas indo e vindo de diversos sentidos. 

Passo a catraca do metrô e vou para a plataforma esperar o trem. 

Duas meninas passam por mim. Elas aparentam ser um pouco mais novas que eu, e as duas estão vestidas de calça jeans e camiseta com nome de instituição. 

Enquanto elas conversam e riem, lembro-me de quando Lívia e eu estudávamos juntas. Adorávamos ir à pé para escola, isso nos fazia sentir mais 'adultas' em relação a outras garotas da nossa turma. Ri com este pensamento. Nossa! Que saudade de você, minha irmã.

Pego o trem e em poucos minutos desembarco no meu destino. Saio de dentro da estação e uma brisa gelada toca meu rosto, só assim percebo que estou chorando. Passo as costas das mãos na face e caminho em direção ao Campus Universitário.

A entrada está vazia, embora o portão esteja aberto. Do outro lado da rua, olho para o prédio e mais uma vez lembro de minha irmã.

- Por quê você foi embora, Lívia? - falo em voz alta.

Sento-me no chão e coloco minha cabeça entre as pernas, deixo as lágrimas saírem à vontade.

Lívia não podia ter me deixado, não aqui com essas pessoas que por tudo me julgam e nunca entendem o que eu sinto. Contrariam qualquer coisa que eu falo e me crucificam, jogando a culpa na morte dela.

- Por quê, mana? Você disse que seríamos parceiras para sempre! Você esqueceu o quê significa PARA SEMPRE? - choro.

Em meio aos soluços me ajeito, encostando minhas costas no poste atrás de mim. Passo uma de minhas mãos no rosto para enxugar as lágrimas, e a seco na calça, depois deito o rosto novamente entre as pernas.

Ouço alguém se aproximar e ergo a cabeça. É ele, aposto que veio me trazer mais dor. Mas para quê? Eu já não estava mais aguentando de dor. Estou cansada de tudo. Só preciso ficar sozinha.

- Ah, por favor, Bernardo. Não estou querendo brigar. Pode me deixar sozinha?

Ele, como sempre, é insistente e inoportuno. Diz que veio saber como eu estava e, mesmo quando digo que estou bem e querendo ficar sozinha, senta ao meu lado e me enche de perguntas irritantes como se fôssemos amigos íntimos e ele tivesse o direito de saber sobre minha vida.

- Como é chato, Bernardo. Você não vai desistir desse negócio de amizade, não é?! - ele assente com a cabeça. - Por quê se importa tanto? Por quê não me deixa e vai dar uma volta por aí?

Olho para ele, que fica calado por um bom tempo, me observando pensativo. Por um momento chego a pensar que obtive êxito ao sugerir que fosse passear um pouco e me deixasse em paz, mas me engano quando ele quebra o silêncio.

- Me  importo porque tenho uma certa influência para que você esteja assim. - respiro fundo. - Nic me disse que, provavelmente, o motivo de você me odiar é por ter quebrado seu celular onde tinham algumas recordações importantes para você. Então parte do seu choro tem a ver comigo.

Você Aceita Orar Comigo? [EM REVISÃO]Where stories live. Discover now