Ser mãe estava longe dos sonhos da Liz.
Ela estava focada em ter a sua tão sonhada carreira de modelo e dar uma vida melhor para as pessoas que ama... ela não só não contava que o universo ia brincar com a sua cara, mostrando que nem tudo acontece...
Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.
Voltar pra casa de fato é uma das melhores sensações da minha vida. E isso não quer dizer que eu odeie morar fora, mas nada se compara com o calor brasileiro.
E não estou falando só do clima, mas assim de do afeto que só nós latinos temos.
—Olha— mostrei pra minha sogra um dos presentes que havíamos ganhado de alguns fãs do charles.
Era vestido de crochê todo rosa com laço e mais um sapatinho pra combinar.
—Meu Deus— a minha sogra sorriu toda boba olhando o presente. —Ela está ganhando tantas coisas, né? O pessoal do hotel estão ficando malucos.
—Ela está mesmo, a maioria das fãs que estão vindo tentar encontrar o charles, trás alguma coisa pra cathe— sorri. —Tive que pedir pro segurança comprar uma mala extra, só pra ela.
—Você já virou figurinha carimbada ali na recepção — ela riu. — Outro dia uma funcionária veio me contar que uma moça chorou só de te ver passando.
Soltei uma risada surpresa, levando a mão até a barriga, onde Catherine parecia se remexer com gosto depois do café da manhã.
—Eu fico toda sem graça com isso, juro — confessei, ainda sorrindo. —Tipo, elas chegam emocionadas, às vezes tremendo, e eu não sei o que fazer além de abraçar e agradecer. Mas é surreal, né?
Minha sogra assentiu, passando os dedos com delicadeza pelo sapatinho minúsculo de crochê. Ela tinha aquele olhar distante e doce, que só uma avó à espera de uma neta consegue ter. Era como se a ficha ainda estivesse caindo, mesmo depois de tantas ultrassons, roupinhas lavadas e planos feitos.
—É lindo de ver, Liz. De verdade. Você conseguiu conquistar o coração delas também. Elas te enxergam como parte do que o Charles representa... mas não só isso — ela me olhou com ternura. —Você é luz. E agora que a Catherine tá vindo... essa luz só aumenta.
Engoli seco, sentindo a emoção se acumular na garganta. Eu nunca soube reagir muito bem a elogios, ainda mais quando vinham com tanto carinho e sinceridade.
—Eu só... eu fico feliz, sabe? De ver que mesmo com tudo, com as câmeras, os julgamentos, tem tanta gente torcendo por nós. Pela nossa família. E tem algo muito poderoso nisso.
Me abaixei com cuidado para colocar o vestidinho de volta na caixa que montamos só para os presentes da bebê. O quarto já estava virando um campo de guerra entre malas, sacolas e bilhetes. Mas havia beleza na bagunça. Havia história ali.
—E como você tá se sentindo? — ela perguntou, sentando na poltrona ao lado da cama, cruzando as pernas com a tranquilidade de quem já viveu esse ciclo antes.
Olhei pra ela, depois pra janela, onde o sol brasileiro invadia o quarto com a intensidade que só esse país tinha. Respirei fundo, deixando o ar quente encher meu peito.