Capítulo 1 - Sem deixar rastros

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Um ano atrás

De início todas nós somos especiais, e se por algum motivo você desacreditar dessa versão de sua vida, ah, ele fará com que você acredite e se torne especial. Tudo o que você sempre almejou, os sonhos mais simples, os quais você jamais pensou ser capaz de torná-los reais, não se preocupe, ele simplesmente o fará acontecer, não importa as leis ou até que custo, porque para ele, regras não existem, e se houver algum empecilho, ele irá ultrapassar todos eles. Não importam quais sejam as conseqüências de seus atos torpes, pois tudo se tornará num jogo, o qual apenas ele ditará as regras e se divertirá. E quando você menos imaginar, ele mostrará o monstro voraz que habita sua alma, ele se tornará maior e impetuoso, deflagrando qualquer forma de vida em você.

O cheiro de barro e folhas fundiram-se no ar úmido durante a noite sombria. O ar quente saia dos seus lábios em contato com o ar frio do ambiente, se transformava em vapor. A mata fechada se estendia em meio a escuridão, enquanto o chão de barro e grama bastante escorregadio deslizavam abaixo de seus pés, mas Juliet não pretendia parar, não podia parar de correr.

Um feixe de luz atravessou a mata iluminando o tronco de uma grande árvore, a luz se movimentava de um lado a outro a procura do que havia se perdido. Por detrás dessa mesma árvore, escorada junto ao tronco, Juliet tentava controlar a própria respiração descontrolada de pavor.

Seis horas atrás

Em uma casa, a qual tinha a fachada tingida em amarelo limão, e o telhado colonial tingido em tons de branco, que cobria a pequena, porem espaçosa varanda. O som de gaita, seguida pelo som de violino, preencheu todos os cômodos da casa, com a música country "you you you". Era perfeito o dueto e a sintonia quase incomparável entre a voz da linda jovem de olhos tão azuis, quanto aquele céu de verão, que encobria todos naquela cidade, com a voz marcante da cantora Julianne Hough.

Mansfield é uma cidade bucólica, localizada no estado norte-americano de Ohio, no Condado de Richland, onde as pessoas iam e vinham tranquilamente pelas ruas. Os jovens eram diferentes dos das grandes cidades, a maioria não pretendesse sair da cidade ou mudar de vida, pois tudo o que precisavam para se manterem vivos e felizes estava bem alí. Um lugar em que todos se conheciam, onde sempre encontrariam pessoas dispostas a ajudar uns aos outros, sem esperar nada em troca.

Um carro diferente dos existentes na pequena cidade cruzou o trevo com a velocidade reduzida. O veículo virou à direita entrando numa rua pouco movimentada, o motorista observava as casas como se procurasse por uma especifica.

Enquanto se mantinha ocupada com os afazeres de casa, a jovem de vez em quando se aventurava a subir até o telhado, para retirar as folhas que se acumulavam na calha, e nas vezes que o fazia, algum vizinho ou especificamente a senhora de setenta e poucos anos, fazia questão de cumprimentá-la todas as vezes que a encontrava. A verdade era que ninguém na vizinhança conhecia a sua história e o porquê havia se mudado para lá. Sua presença despertava muita curiosidade.

Estacionando junto ao meio fio, o motorista saltou do veículo seguindo em direção a casa de cercado branco a altura da sua cintura. Sem chamar a atenção, o invasor abriu o pequeno portão entrando no quintal gramado. Seguindo em direção a porta da frente, ele se deteve ao ouvir a cantoria que vinha da cozinha. Mudando de estratégia, o estranho recuou alguns passos, seguindo desta vez para os fundos da casa, onde o som da música country soava em dueto com a voz da moradora.

Distraída enquanto utilizando uma colher de pau como microfone, Juliet cantava o refrão da música. Ela mantinha os cabelos loiros presos num tradicional rabo de cavalo, enquanto preparava o jantar. O invasor adentrou a cozinha em passos lentos, aproximou-se sem que a moradora o percebesse, e como um predador, ele a agarrou por trás, suas mãos agarraram-na pela garganta. Aos gritos Juliet dava risadas eufóricas de alegria, por conta dos beijos que Richard preenchia em sua nuca. Seu ponto fraco e ele sabia muito bem disso.

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