Capítulo 35 - Fora de foco

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Enquanto andava pelo departamento policial. Angel avistou um dos policiais responsáveis pela carceragem provisória do local. Ela sabia que não poderia se aproximar de Travis, mas sua revelação sobre o Detetive Stark a deixara intrigada, como também a conduta de Lauren. Embora até então a jovem ainda não havia se manifestado sobre a agressão, apenas a confissão de Travis fora o suficiente para que ele fosse detido. Ela precisava saber quem estava mentindo, o ex-namorado querendo vingança ou o atual querendo dar uma prova de amor.

- Ei você! - chamou ela atraindo a atenção dele. - Eu preciso interrogar um dos detentos. - disse evitando dizer o nome de Travis, já que sabia que não poderia fazê-lo sem a permissão de Richard.

- Quais deles? - perguntou apanhando a prancheta.

- Travis Harris.

- Você não tem permissão para falar com ele.

- Como assim não tenho permissão?

- Só cumpro ordens, mas ele foi liberado acerca de 20 minutos.

- Mas que merda! - esbravejou furiosa.

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Em sua sala, Angel trabalhava incansavelmente atrás de qualquer detalhe ou informação que eles tenham julgado anteriormente como não importante ou que tenha passado sem que os tenha percebido, uma vez que a investigação inicial era baseada em suspeitas contra um marido violento que conseqüentemente assassinou sua esposa. No entanto os grandes indícios mostravam cada vez mais o quanto estiveram enganados e que o verdadeiro assassino estava solto e Laura havia sido apenas mais uma de suas vítimas, as demais poderiam estar em qualquer oura parte do estado.

- Agora vai ser assim? - indagou Jason com o tom autoritário, fechando a porta atrás de si. - Eu achei que trabalhávamos juntos.

- Eu não tinha o endereço da senhora Paige antes de começar a reunião. - respondeu ela tranqüila, desviando a atenção de seu bloco de notas, para encará-lo. - A verdade é que também foi uma surpresa pra mim.

- Besteira! - esbravejou a encarando bastante frustrado. - Se eu ainda sei ler, no meu distintivo está escrito "Detetive", o mesmo que no seu, então não vai achando que é melhor do que eu.

- Eu não estou dizendo nada sobre isso. - retrucou erguendo o queixo o encarando com os olhos fixos. - E estou dizendo a verdade, Nick estava pesquisando para mim.

- E quando é que você iria me contar sobre ele, o Nick? - rebateu impaciente. - Mais que porra Angel. - disse ele enfurecido socando o armário de arquivos do seu lado direito, deixando a forma de seu punho no metal.

Angel deu um sobressalto engolido a seco. Ela entreabriu os lábios para se desculpar, mas Jason foi mais ágil e se retirou da sala, fechando a porta com violência. Angel soltou o ar de seus pulmões, mas não sentiu nenhum alívio nisso. Sua convivência com Jason estava revelando traços perturbadores de sua personalidade que nesses dois anos tinham passado por despercebido por ela. Ele estava se tornando alguém perigoso, alguém que ela odiaria temer.

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Os olhos dela se acenderam ao encarar os dele. Seus cabelos ondulados em tons de castanho meio avermelhado brilhavam vibrantes, os quais ele jamais descobriu igual. Sua pele macia era tão perfumada e então ela sorriu, foi algo extremamente lindo e mágico de se ver. Ela o amparou em seus braços, ela por um bom tempo havia sido feliz.

Junto dela ele sabia que estaria seguro. Embora ainda fosse bastante novo, ele sabia que alguém o tirava dos braços dela durante a noite, para que assim pudesse se aproveitar daquela a qual ele tanto amava. Algo dentro dele crescia de forma violenta, um sentimento que ele jamais saber explicar, isso por muita das vezes o fazia chorar e ele era novo para entender. O rosto dela se distorcia até que se tornasse em um borrão.

No pequeno banheiro o vapor da água quente, que antes saia do chuveiro, tomava conta de todo do cômodo em meio a pouca iluminação do luar, que adentrava através da janela. Enchendo seu copo com água da torneira, ele abriu o armário atrás do espelho, apanhando um pequeno frasco de comprimidos. Os lançando garganta a baixo ingeriu a água em duas goladas. Pondo o frasco novamente em seu lugar, exibindo a descrição da farmácia de manipulação juntamente com nome do médico que o havia receitado e o nome do medicamento "Clokpromazina". Fechando a porta do armário, ele passou uma das mãos no espelho, encarando a sua própria imagem refletida no espelho. Alec não conseguia reconhecer a expressão em seu rosto, mas era a mesma que o confundia todas as noites.

A noite fria e silenciosa foi ganhando batidas frenéticas quando ele adentrou num beco, e Alec já conseguia sentir a energia vibrante, exalando nos corpos de pessoas que saiam do bar. Um grupo passou por ele, e uma das meninas se chocou contra o lado esquerdo de seu corpo, e isso fez com que ele se virasse para encará-la. A bela jovem de pele clara, e cabelos castanhos escuros, o encarou de volta, observando-o com o seu olhar hipnotizante, o qual Alec não conseguiu se desvencilhar.

As batidas frenéticas da música eletrônica soavam de modo ensurdecedor, corpos suados pulavam e dançavam, enquanto se fundiam as luzes coloridas. Se lançando junto ao balcão, Alec estendeu uma das mãos, pedindo uma bebida, embora sua atenção se voltasse o tempo para a multidão atrás de si, como se estivesse se certificando de que ninguém o havia seguido para dentro do bar.

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