Capítulo 12 - Alguém, mais que um simples alguém

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A hora passou e sem que percebessem, Amir e Kayra ainda estavam sentados frente a frente junto a uma das mesas da cafeteria Panic. Ambos davam gargalhadas de algo que fora dito. Ela levava as mãos aos lábios impedindo o som alto de sua própria gargalhada.

Os olhos de Amir fitavam-na intensamente, como se ela fosse algum objeto de muito valor, o qual ele perdido, que há pouco tempo havia recuperado. Ele gostava da forma como seus lábios se contorciam para formar um belo sorriso, aquela covinha se acentuando no lado direito próximo as bochechas de um jeito tão meigo e sexy.

– O que você faz para sobreviver? – perguntou ela de repente, tentando disfarçar o calor que sentiu, que fez ruborizar o seu rosto assim que o apanhou analisando-a.

Amir sentiu sua garganta pouco a pouco secar. Por um breve momento esqueceu-se de quem ela era e onde estavam. Precisava respondê-la, mas ela gostaria da resposta? Quem ele deveria ser para que ela não se sentisse ofendida com sua aproximação?

– Sou cozinheiro. – respondeu o mais rápido que pode em um tom alto, como se fosse para convencer a si mesmo de que aquilo era verdade.

Kayra até se assustou com o tom de voz dele, mas tudo voltou ao normal quando ele sorriu meio sem jeito, como se dissesse "desculpe".

Uma sensação percorreu por suas pernas até os cabelos por detrás da nunca, caso não conter-se iria emitir um gemido e se sacudiria. Isso não seria interessante de ser visto. Os olhos castanhos dele brilhavam como chamas, os cabelos pretos e lisos eram curtos acima das orelhas, estavam penteados de lado com algumas pontas desgrenhadas. Com um sorriso maroto ele a deixou encantada. Mesmo que ele fosse apenas um estranho. Existia algo na presença dele que a fazia se sentir protegida. Só poderia está ficando louca. Pensou meneando discretamente a cabeça de forma negativa.

– Que bom, achei que fosse algum playboyzinho metido a besta em seu carro importado e banhado em grife. – o provocou.

– Por que pensaria algo assim de mim? – retrucou fingindo estar ofendido.

– Certo! Você não é o único que vem aqui usando roupas de grife. – contra atacou num tom insinuante.

– Essa imitação? – devolveu num tom humorado, enquanto segurava as ambas do seu casaco-sobretudo de cor preto. – Esse casaco me custou menos que esse relógio. – informou estendendo o pulso mostrando o relógio de couro com a descrição de uma marca famosa.

– Então me enganei. – disse ela enquanto sorria. – Você não é nenhum galã de Wall Street, mas é um bandido da quinta!

– Eu apenas quis me vestir bem. – revelou fingindo está desanimado.

Amir não tinha certeza do que estava fazendo. Nunca mentiu sobre si mesmo, ao contrário, sempre fez questão que soubessem quem ele é e o que poderia fazer. Sobre a conversa com John, ele levaria sim uma linda jovem para desfrutar de tudo que ele tem, mas não Kayra. Não é que ela não merecesse. Ela merecia um cara melhor e não estar em um lugar melhor.

Seus olhos se estreitaram a fim de encontrar os dela. Amir não sabia como descrever, apenas pressentia que havia algo de errado, algo oculto e muito bem enterrado naqueles lindos olhos castanhos. Dor, foi a única coisa que soube descrever, pois de dor ele entendia, era um sentimento que parecia está sempre presente em sua vida. Ele não conseguia entender, quem ousaria machucá-la? Uma vontade crescente o fez desejar tomá-la em seus braços e beijá-la até que ambos perdessem o fôlego e não restasse nenhum outro motivo para permanecerem ainda vestidos.

– Você não precisa dessas coisas. – disse Kayra com sinceridade. Sem se dar conta, ela pousou as mãos sobre a dele.

– Não é isso que meu amigo diz. – disse olhando as mãos delicadas e suaves sobre a sua.

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