Capítulo 13 - E sua alma se esvai como sangue

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A menos de um ano atrás

O seu corpo vibrava ao toque meticuloso do agressor. A vítima era Grace Paige. A jovem aparentemente de 20 anos, tinha os cabelos castanhos e olhos claros e pele branca. Ela sentia seu coração pulsar violentamente contra o peito, enquanto a língua do seqüestrador deslizava sobre seu corpo, saboreando o sabor do seu medo. Seus olhos estavam quase em orbita era como poesia em pastos verdejantes, o fazendo sentir como a alva do dia, em sublime harmonia com a alma sedenta por vida.

A morte era um contato físico com a poesia, nem mesmo o mais puro amor seria ousado o bastante para transformar a perda dos sentidos em arte. A morte é bem mais que perder a vida física em si e simplesmente deixar de existir, havia uma conexão profunda entre viver ou morrer, onde decidir um dos lados não seria uma questão de escolha e sim de tentativas, mas quando se frustram, lentamente como em uma noite serena ela se aproxima, transformando a dor em agonia, a culpa em uma vontade sobrenatural para continuar respirando.

A vontade que suas vítimas têm em continuar vivendo o excita, aquela sensação explorava os cantos mais sombrios de sua mente torpe. Era fenomenal o que um simples suspiro embargado de dor poderia fazer com cada nervo do seu corpo, a vibração constante energizava sob sua pele liberando uma carga extra de adrenalina.

Ele se estreitou sobre ela e ao senti-la vibrar junto ao seu corpo, foi completamente insano. Suas narinas percorreram sobre a pele macia.

Era exatamente como ele se lembrava.

Suas mãos fortes agarraram-lhe o pescoço a sufocando. Simplesmente magnífico observá-la lutar pela própria vida.

Olhos dela se esticaram ao encarar a lamina prateada reluzindo próximo o suficiente de sua pele. Ele ergueu a cabeça encarando-a com o olhar sombrio, como se estivesse prestes a devorá-la viva. A lamina da faca deslizava sobre a sua pele traçando uma linha imaginaria.

___

Angel passava pelo corredor carregando em uma das mãos um grande copo de café, seus pensamentos como sempre estavam voltado para Los Angeles, mas dessa vez a imagem de Laura surgia com bastante freqüência.

– Psiu! – chamou alguém no corredor.

Abismada, Angel procurou por quem a chamava. Seus olhos depararam com os incríveis olhos cinzentos de um jovem. Ele tinha cabelos pretos e um rosto perfeitamente belo. Com os olhos esticados ela tentava entender como não o havia percebido, isso durante dois anos.

– Você é novo por aqui? – indagou juntando as sobrancelhas.

– Não esquenta, eu sou apenas o garoto da "Inteligência", é tão triste, ninguém nota o rapaz do "T.I". – ele fez uma careta pensativo, o que durou alguns segundos. Ele virou a cadeira ficando de costa para Angel. – Mas vamos ao que interessa. Eu encontrei na lista de pessoas desaparecidas quatro mulheres com o mesmo perfil físico, estético e social da sua vítima. – informou Nicholas Wonder, um jovem policial que realizava somente trabalhos internos na delegacia.

– É um padrão. O filho da puta tem um padrão de vítimas. – exasperou Angel.

– Está me dizendo que esse maníaco caça essas mulheres como se fossem animais? – indagou o jovem policial bastante falsamente abismado. – Há! Pode me chamar de Nick e não precisa se apresentar, já sei muito a seu respeito.

– Como sabe sobre mim, ou melhor, como você sabe sobre o caso? – questionou o encarando em alerta, mas Nick nem se quer se virou para encará-la.

– Eu já te falei que o menino do "T.I" ninguém nota por aqui? – retrucou curvando os lábios num sorriso perverso. – Os testes da balística não ira localizar a arma do crime e muito menos o seu atirador. – comentou.

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