Meu Deus eu nem acredito que aquele camelo pediu-me em namoro quer dizer, não é que eu me esteja a queixar, nada disso é só que, sei lá...parece que ainda ontem andavamos a discordar de tudo e hoje já nem nos podemos separar. Foi tudo tão de repente, mas tão mágico ao mesmo tempo. Credo eu pareço uma miúda de 15 ou 16 anos aos pulinhos quando tem o seu primeiro namorado. Bem, realmente eu não tenho essa idade, mas pode dizer-se que às vezes eu comporto-me como tal, mas...ninguém precisa de saber e vocês também não vou contar, pois não? Ah acho bem, assim estamos a falar melhor. Quando me despedi do Harry e entrei em casa tropecei em alguma coisa e caí no chão.
-Fodasse...-caí de rabo-o meu rabo nãooo-fiz beicinho.
Acho que isto de cair na entrada está a tornar-se um hábito. Olhei para onde havia caído e reparei que tropecei nuns saltos e debaixo do meu querido e dolorido rabo estava um vestido vermelho e ao lado estava um cinto e umas calças. Tarados do caraças. Peguei nas suas roupas e subi as escadas. Abri a porta do quarto dos meus pais sem bater e entrei...
-É assim...-atirei as suas roupas para o chão e meti as mãos na cintura vendo os meus pais a dormir.-TOCA A ACORDAR-gritei pulando na cama deles.
Ambos se sentaram na cama ainda meio ensonados e eu reparei que a minha mãe estava em sutiã, sua tarada. Andou a noite toda no truca-truca com o meu pai e agora olha está de ressaca do sexo, isso existe? Se não, passa a existir.
-Filha...-a minha mãe olhou para mim.
-Vocês são inacreditáveis-abanei a cabeça em divertimento-quer dizer, uma pessoa chega a casa toda bem disposta e mal entra em casa é recebida com uma queda de rabo no chão por causa das roupas que vocês não conseguiram manter no corpo até chegarem ao quarto.
-Desculpa...-a minha mãe encolheu os ombros-sabes como é...
-Sexo nunca é de mais-completou o meu pai.
-Tarados malucos-ri deles-bem, eu agora vou tomar um banho e vou sair e depois...
-Onde passaste a noite Lucy?-perguntou o meu pai-e de quem são essas roupas? E onde vais com tanta pressa?
-Em casa do Harry, com o Harry e vou passear...-bufei com as suas perguntas-mais alguma pergunta?
-Humm...-a minha mãe olhou para mim desconfiada-vai lá então.
Fui para o meu quarto, tomei um banho rápido e vesti-me. Peguei no meu telemóvel e vi que já eram 09:49 horas da manhã, ou seja, eu só tinha onze minutos para chegar ao café D'ior. Peguei na minha mala e coloquei a minha carteira, o meu telemóvel e desci as escadas a correr e logo fui contra alguém.
-Porra...-queixei-me-oh desculpa mãe.
-Tanta pressa...-ela sorriu-onde vais?
-Humm...-encolhi os ombros-vou só passear.
-Agora?-perguntou desconfiada.
-Eu não demoro-assenti beijando a sua bochecha.
-Mas...
-Adeus mãe...-saí pela porta e fui direta para o meu carro.
Conduzi até ao café e entrei sentando-me numa das mesas. Enquanto esperava pedi um sumo de laranja natural. Entravam e saíam muitas pessoas, tanto homens como mulheres, mas lembrei-me...eu não sei quem é ela, não sei como é a minha mãe biológica. Bolas, como é que eu não me lembrei desse pormenor.
-Olá...-ouvi uma voz feminina.
-Olá...-levantei a cabeça e sorri-precisa de ajuda?
-Na verdade...-ela sorriu-és a Lucy?! Lucy Hale?
-Ahm sim...-olhei com mais atenção e aí me apercebi-você, você é...?
-A tua mãe-ela assentiu-posso sentar-me?
Fiquei uns segundos a olhar para ela. Ela era alta, magra, de cabelos e olhos castanhos, morena e pelo que vejo é sorridente e simpática.
-Ahm...claro-assenti.
-Como tu cresceste-ela sorriu-estás tão grande e linda.
-Pois, já se passaram muitos anos-olhei para ela.
-Olha o meu nome é Lyra...-ela sorriu-e antes de começar-mos a nossa conversa eu queria pedir-te desculpas por tudo e...
-Pois, mas eu sempre aprendi que as desculpas não se pedem, evitam-se-falei ríspida.
-Eu compreendo a tua mágoa-ela assentiu-mas...
-Estou a ouvi-la...-encostei-me para trás na cadeira e cruzei os braços.
-Está bem...-ela assentiu um pouco magoada-eu...eu ainda era muito nova quando engravidei e eu não tinha condições para te sustentar, por isso é que recorri ao orfanato, eu...embora não acredites, custou-me muito saber que me tinha de afastar de ti, mas era a única solução para te proteger e manter em segurança e...
-E porquê agora?-desencostei-me da cadeira e apoiei os cotovelos na mesa-porque só me procurou agora? Ah já sei, porque eu já sou maior de idade e já não dou trabalho para cuidar, não é mesmo?!
-Tu estás a pensar errado-ela negou com lágrimas nos olhos-eu só queria estabilizar a minha vida e quando estivesse melhor eu ía te buscar, mas quando lá cheguei disseram-me que tu tinhas sido adotada e eu não pude fazer nada.
-E porque não me foste buscar? Porque não lutaste por mim-senti as minhas lágrimas a descer no meu rosto.
-Porque eu sei o quanto dói estarmos longe das pessoas que mais amamos, principalmente dos nossos filhos e...por muito que me custasse eu não seria capaz de te retirar dos teus pais adotivos Lucy, já pensaste na dor que eles sentiriam? Eu não queria que eles passassem pelo que eu passei, pela dor que eu passei...talvez esteja a ser egoísta sim, mas eu não sou assim.
Ficámos em silêncio por alguns segundos e então ela resolveu falar...
-Desculpa meu amor...-ela colocou a sua mão por cima da minha.
-Não me chame de meu amor...-retirei a minha mão-se pensa que me vai obrigar a entrar na sua vida e chamá-la de mãe está muito enganada, isso nunca vai acontecer, porque eu já tenho pais.
E com estas palavras levantei-me e saí dali até casa. Estacionei o carro na garagem e entrei em casa batendo a porta e chorando ao mesmo tempo.
-Filha eu tenho uma novidade para...-a minha mãe calou-se ao me ver naquele estado-Lucy o que se passa meu amor-ela veio na minha direção e abraçou-me.
-Nunca me deixes...-chorei no seu ombro-nunca.
-Mas o que é isso Lucy?-olhou para mim confusa-eu nunca te abandonaria-abraçou-me outra vez.
-Eu...eu preciso de descansar-saí dos seus braços e fui para o meu quarto.
-Mas e o almoço?-olhou para mim.
-Eu não tenho fome...-encolhi os ombros e fui para o meu quarto onde me deitei e acho que acabei por adormecer.
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I Need You
WerewolfLucy era uma rapariga comum como todas as outras. Ela tinha 19 anos e vivia com os seus pais adotivos em Londres. Lucy era uma rapariga bonita, de cabelos castanhos, olhos verdes, magrinha, mas era uma miúda muito rebelde e muito teimosa, mas lá no...