Capítulo 5

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O plano era chegar em casa, dar um jeito de contar a minha família que eu estava quase me casando, marcar um jantar para apresentar meu pretendente e informar que em menos de um mês eu iria para o outro lado do mundo.

Que ótimo!

Talvez eu não fosse uma contadora de história boa o suficiente para convencer minha família que aquilo tudo não passava de uma história, um negócio, mas tinha que dar certo.

Minha mãe me esperava como sempre tricotando alguma coisa, sentada no sofá.

Eu nunca deixei de morar com meus pais, não havia essa necessidade até porque sempre fomos uma família feliz, que se dá melhor juntas e a casa era enorme.

Nós estamos em 5 pessoas, meus pais , eu e minhas duas irmãs, Greta e Lena.

Minha mãe com seus quase 45 anos tinha uma beleza incomum , com os cabelos loiros quase platinado natural, olhos absurdamente azuis e uma elegância digna de uma rainha. Sempre estava envolvida em alguma obra social e quando tinha tempo, geralmente no fim da tarde e começo da noite, fazia algum mimo para as crianças com quem trabalhava. Ela era a calma.

Meu pai, sempre agitado trabalhando em seus projetos, era o contrário de mamãe, super elétrico, sempre disposto, no alto de seus cinquenta e poucos anos, tinha uma boa aparência que ainda conquistava com seus cabelos pretos e olhos verdes.

Eu era uma mistura dos dois, fisicamente, eu tinha o cabelo escuro do papai, e os olhos da mamãe, além de ter a agitação dele.

Lena tinha os cabelos mais claros, um tom de mel que ficava no meio termo, olhos verdes do papai e a garra da mamãe.

Greta, que apesar de ter a mesma idade que nós, consideravamos a caçula por ter nascido por último, tinha o cabelo loiro escuro, olhos azuis da mamãe e se destacava pelo seu senso de aventura e coragem do papai. Ela nos deixava preocupados com frequência por causa de suas maluquices.

-Boa noite meu amor- Minha mãe falou assim que notou minha presença.

-Oi mãe, como está?

-Estou bem querida e você?- Ela sempre tinha real interesse em nós.

-Tô bem mãe-Respondi rapidamente.

-Vou tomar banho e já desço- Subi correndo as escadas.

Minutos antes da hora do jantar eu já estava pronta porém me sentia presa a cama sem coragem de ir contar a todo mundo que eu ia casar.

Depois de muito pensar eu me dei conta de que eu pouco sabia de Fábio e claro que minha família iria querer saber mais, e eu iria rezar para ninguém perguntar nada.

Todo mundo estava sentado na mesa só me esperando e me cumprimentaram ao me ver chegar. Sentei e comecei a me servir.

Greta começou a contar sobre o seu próximo protesto e todo mundo ouvia com atenção. Lena mexia na sua comida, calada, parecia até triste, talvez fosse por seus problemas conjugais.

Eu fiquei ali calada observando minha família e pensando em qual seria a reação deles quando eu falar e no fim eu não conseguia imaginar.

Eu só vou saber quando falar.

-Gente, eu estou noiva- Falei rápido e alto.

Todo mundo pareceu virar uma estátua, eles se olharam entre si e depois me fitaram. Eu senti meu rosto queimar de vergonha.

Ok, isso não foi o que eu esperava.

Meus pais estavam surpresos com a boca aberta, Greta estava com um sorriso divertido e Lena também.

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