Capítulo 9

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O barulho das pessoas falando ao mesmo tempo me deixava ansiosa e irritada e pior, estava no idioma armênio e eu queria muito ter o poder de colocar uma legenda nessa cena estranha.

Eu estava explicitamente ignorada e empurrada para longe de Fábio que estava nos braços de uma senhora emocionada e várias outras em volta querendo uma atenção dele também.

-Esta é minha noiva- Ele finalmente mostrou que eu estava presente ali.

Todo mundo me olhou de forma avaliativa de cima a baixo. Isso me deixou envergonhada, principalmente por causa do olhar da senhora que estava agarrada no braço dele.

-Olá senhora, muito prazer-Falei devagar o suficiente, caso ela não entendesse.

-Eu entendo a sua lingua, não precisa falar comigo desse jeito- Ela disse com certo desgosto na voz.

-Mãe!- Fábio a advertiu.

Essa senhora que não foi com a minha cara é minha sogra. Respirei fundo.

-Fábio!- ouvi alguém gritar.

As senhoras se afastaram abrindo caminho e eu pude ver uma mulher correndo até onde estávamos. Não era só uma mulher, era uma mulher maravilhosa, uma armênia com os grandes olhos escuros amendoados, cabelo preto esvoaçante, até a cintura, pele morena e para completar a cena cinematográfica, estava usando um vestido estilo grego que dançava ao vento.

Ela agarrou Fábio pelo pescoço como um macaquinho do mal.

Quem é essa mulher?

Ela falou com ele em outra língua e isso me deixou irritada.

-Mikaela- Ele me chamou quando ela desgrudou.

A garota me olhou sorrindo mas eu percebi a decepção em seus olhos.

Me aproximei até que ele pegou minha mão e me puxou para perto.

-Essa é Lory-

-Lory, Mikaela é minha...- Foi interrompido.

-Eu sei, príncipe.-Falou com intimidade fora do contexto- Você é a nova noiva! Muito prazer, eu sou a antiga noiva- Apertou minha mão.

Olhei boquiaberta para Fábio que não sabia onde enfiar a cara.

Essa viagem já estava começando péssima.

Fomos praticamente arrastados para dentro da casa em meio a vozes e músicas. As pessoas estavam comemorando e felizes.

Fábio segurava forte minha mão para não correr o risco de eu me perder na multidão. Ele parecia bem querido ali.

Sentamos em um dos bancos no pátio da mansão no meio da multidão que não calava a boca.

Pessoas vieram nos entregar copos e não deixavam eles ficarem vazios, bem como estavam nos entupindo de comidas variadas e bem temperadas. Aquilo era uma grande e animada festa de boas vindas.

E eu espero que não seja sempre assim.

-Você não avisou que é um príncipe- resmunguei para Fábio que parecia exausto.

-É porque eu não sou-Afirmou olhando para os lados procurando alguém.

-É sempre assim ou só hoje porque você chegou?- Questionei curiosa.

-Armênios são bem receptivos. Eu passei anos sem voltar e vim para casa e ainda com uma noiva é algo a se comemorar-Respondeu.

-São bem receptivos? Você tem certeza que é um armênio de verdade?-Perguntei rindo de sua expressão de tédio.

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