Capítulo 6

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Corri atrás de Samuel que ainda não havia chegado na revista. É só querer falar que ele some e aparece nas horas mais inconvenientes.

Sai perguntando nos outros setores mas o homem realmente havia sumido mesmo.

- Está correndo atrás de inspiração para sua história ruim, Mikaela?- O meu colega de trabalho mais insuportável falou ao me ver passar.

-Pra uma pessoa da sua idade, você é muito infantil, Andrew- Falei com a maior calma que eu consegui reunir.

-E você- Segurou meu queixo entre seus dedos- é uma garotinha muito sonhadora.

Me afastei com nojo do seu toque e fui embora.

Eu vou derrotar esse homem e quando eu estiver lá em cima eu vou mostrar a ele quem é a garotinha sonhadora.

Voltei para minha sala pisando duro.

-O que você está fazendo aqui Samuel? Eu estava te procurando por toda a parte!

Exclamei ao vê-lo sentado na minha sala.

-Eu vim falar com você-Se levantou.- Mas as damas primeiro- Indicou com a mão que eu prosseguisse.

-Eu preciso de mais tempo- Fui direta.

-Mais tempo?- Perguntou surpreso.

-Obviamente, se passaram alguns dias, meu prazo está ridiculamente menor e eu sequer tenho a passagem comprada, assim eu não tenho como trabalhar- Informei, ele pensou bem em minhas palavras.

-Eu não deveria fazer isso, é favoritismo, você sabe...- Explicou com cautela.

-E aí?- Incentivei.

-Mas eu posso estender o prazo até o fim do mês e nada mais que isso- fiquei aliviada.

-Muito obrigado!- Dei um abraço apertado nele. Mesmo sem jeito por minha espontânea e inesperada demonstração de afeto ele correspondeu.

-Faça um bom trabalho,Mika, aquele cargo pertence a você- Falou baixo e eu afirmei.

- Vou revisar alguns textos e tirar o dia de folga, Samuca, preciso me organizar- Falei quando ele estava saindo da sala.

Ele sorriu e fechou a porta.

Terminei de adiantar alguns trabalhos e me dirigi até o pub, eu e Fábio temos muito a tratar.

Passei quase dois minutos tocando o maldito sino e ninguém apareceu. Me sentei em desistência. Não é possível que não tem ninguém aqui.

Depois de vinte minutos esperando eu mesma fui para trás do balcão e me servi de um copo de coca. Admito que foi muito interessante servir a mim mesma em uma daquelas máquinas foi algo diferente, geralmente eu sou quem fica do outro lado do balcão.

Derrubei gelo no chão e abaixei para pegar. Alguém podia escorregar ou eu mesma e isso não seria legal.

Atrás do balcão eu procurava as três pedras de gelo que escapuliam da minha mão. De repente um par de pernas estacionou na minha frente.

Rezando para não ser um ladrão eu levantei minha cabeça devagar.

Fábio estava parado com sacolas na mão me olhando curioso.

-Tá fazendo o que aqui no chão do meu bar?- Perguntou.

Minha posição estava desfavorável e desconfortável , eu estava agachada diante dele.

-Eu derrubei o gelo e...- Me levantei num pulo, bati as mãos nos joelhos para limpar- Temos muito a conversar.

Ele passou por mim, depositou as sacolas no balcão e voltou a me encarar.

A proposta - DEGUSTAÇÃO -Onde as histórias ganham vida. Descobre agora