Epílogo

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CINZAS.

Era a única coisa que cobria a vastidão de destruição do que restou de Astafleer.

Uma pequena mão emergiu do solo cinzento, erguendo o corpo soterrado do sobrevivente. O rosto ferido e manchado de cólera do garoto surgiu na superfície. Seus pulmões estavam sedentos por ar puro, mas a única coisa que conseguia inalar era o enxofre, resultado de um vilarejo pulverizado.

Com as pernas trêmulas, cambaleou para fora de seu esconderijo. Suas roupas rasgadas e deterioradas apenas confirmavam o que seus olhos viam. Seus pequenos olhos verdes foram preenchidos com as cenas de horror das horas anteriores enquanto assistia, de seu esconderijo, seu reino ser destruído tão rapidamente pelas chamas de um fogo tão laranja quanto seu próprio cabelo chamuscado.

Seus pés descalços começaram a caminhar pelo solo enquanto seus dedos tornavam-se pretos de cinzas. Tentou ignorar a ânsia que lhe embrulhava o estômago ao reconhecer os rostos sem vida que se elevavam na superfície. Era incrível como, em tão pouco tempo, sua infância foi levada de si, sendo substituída pela maturidade que apenas alguém que vê a morte passar ao seu lado pode adquirir.

O garoto vagou pela imensidão de um mar que reflete o céu cinzento que havia se tornado as ruas do reino. Ele segurou firme as lágrimas que começaram a se formar em seus olhinhos, mas ele não poderia deixar que elas caíssem. Ele precisava ser forte, como seu pai o havia instruído. Como será que ele soube de que tudo aquilo aconteceria? Como ele soube a hora de certa de escondê-lo? Como seu pai pôde abrir mão de sua própria vida para que ele pudesse sobreviver ao incêndio?

Ele sabia o motivo. Seu pai era forte e o amava. E essa era a combinação perfeita. E tudo o que o garoto sonhava naquele momento era crescer e se tornar alguém como seu pai.

Em meio a um lugar que exalava luto, ele encontrou esperança.

Com passos determinados, ele seguiu em frente, à procura de outros que houvessem sobrevivido também, mas não foi muito longe. Seu rosto contorceu-se de dor, enquanto suas mãos alcançaram seu pé ferido ao pisar em algo pontiagudo. Ele olhou para o chão coberto de cinzas, procurando descobrir o que o havia machucado. Seus olhos demoraram em conseguir entender o que era o quê no chão aos seus pés, mas rapidamente ele conseguiu distinguir o objeto envolto em um pano. Como aquilo não havia sido consumido pelo fogo como todo o reino?

Os olhos esverdeados do garoto aumentaram ao conseguir desenterrar o objeto e surpreendeu-se pela leveza dele. Olhou para um lado e para o outro, como se tivesse que ter certeza de que ninguém o espiava, enquanto ele abria o embrulho. Em um segundo, o tecido azul apareceu em seus olhos. O garoto livrou o pequeno livro das camadas de tecido chamuscado e encarou boquiaberto o tesouro que tinha em suas mãos.

Ele abriu cuidadosamente o livro e deixou que a leve brisa virasse as páginas suavemente. Seus olhos cresceram ao notar que livro era aquele. Ele já havia visto seu pai com uma cópia dele, e ele se lembrava de como seu pai prezava pelas histórias ali contidas, podia até ouvir a voz de seu pai em sua mente enquanto ele dizia que as lições daquele livro poderiam mudar completamente sua vida.

Um sorriso surgiu nos cantos dos lábios do garoto, fazendo surgir uma expressão de determinação em seu rosto pálido, uma mistura de sardas e cinzas. Ele abraçou com firmeza o livro contra o peito como se ele pudesse escorrer de suas mãos e se desintegrar como o resto do reino.

Algo tão frágil havia sobrevivido e ele não teve dúvida de que aquele era um sinal: de que a chama de esperança que havia sido acesa dentro do si não era apenas um sonho de uma criança. Mas sim, o motivo pelo qual ele seria um homem que ergueria seu reino das cinzas, não os deixando esquecer quem eles eram, nem de onde eles vieram.

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AI MEU DEUS CHEGAMOS AO FINAL!

Primeiramente, eu gostaria de agradecer a você por ter me acompanhado até aqui e por ter aturado a Brianna desde o começo, não desistindo dela nos seus primeiros sinais de chatisse. Serio mesmo, vocês são incríveis! Obrigada por terem dado uma chance a essa história.

Foi um trabalho de praticamente quatro anos de escrita, revisão, voltar do começo e escrever tudo de novo, edição, revisão de novo, e por aí vai. Várias vezes cheguei a pensar em desistir, achando que a história estava bobinha demais ou coisas assim. Mas fui agraciada por Deus com amigos incríveis que me apoiaram desde o começo, quando os primeiros rascunhos estavam horrorosos. Então, se você acompanhou a história e gostou, são a eles o agradecimento.

Estarei ansiosamente terminando o livro Dois, para logo publicar para vocês. Mas, enquanto ele não vem, eu já separei uma nova história, chamada Hanna e o Diário Secreto, que terá a estreia no dia 11 de Novembro. A sinopse do livro já foi postada na página dele. Então, já adicionem na sua biblioteca porque logo logo vocês receberão outras atualizações sobre o livro.

Sem esquecer também, o leandrozapata e eu estamos abrindo um concurso que JÁ está com inscrições abertas. O concurso "E se...?" nos dá a oportunidade de ler algo que você escreveu. Não sinta vergonha de mostrar seus dons escriturais, não! Todos começamos do mesmo lugar, e só aperfeiçoamos nossa escrita escrevendo. Combinado?

Espero ouvir de vocês, a opinião final de vocês do livro, e espero poder contar com vocês para me acompanhar em outras histórias no futuro.

Beijinhos <3


O Florescer do FogoWhere stories live. Discover now