Capítulo 15

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Adaga de Deméter

(...)

Estava a basicamente uma hora sendo torturada por uma mulher com máscara, ser torturada não é lá meu passatempo favorito... Não tenho como avisar meu pai e nem meus amigos do meu paradeiro, o que significa que se eu não conseguir sair daqui sozinha, não irei sair nunca mais. Finjo um desmaio.

-Garota fraca! Ei vocês! A levem daqui, agora.-Grita a moça. Sinto meu corpo sendo elevado, depois de alguns minutos sou jogada em uma superfície macia, permaneço imóvel por mais alguns minutos para ter a certeza de que estou sozinha.

Assim que abro meus olhos, tenho noção do local que me encontro, estava em um quarto muito bem arrumado. Meu corpo doía e estava sangrando, mas eu não poderia simplesmente vegetar naquela cama e deixar com que me matem.
Tento lembrar-me das palavras que estudei com Anne, Divisiones aquarum? Seria recomendável inundar essa casa? Não tenho nada melhor em mente.
Fecho meus olhos e tento ao máximo me concentrar, imagino um rio e me imagino a sua frente, eu vejo o rio se levantar e as águas começarem a me rodear. Abro meus olhos e vejo que há águas realmente me rodeando, me sinto o próprio Avatar.
Levanto com um pouco de dificuldade da cama, e começo a fazer barulhos, na esperança de um dos homens que me trouxeram aparecer, o que de fato não demora muito, assim que ele aparece na porta, movo minhas mãos para frente fazendo toda água cair por cima deles, eu sou a própria dominadora de água.
Assim que consigo sair daquele quarto avisto uma janela no fim do corredor, corro o mais rápido possível parando a beira da janela, analiso a altura, deveria ser uma queda de cinco metros, deuses, por favor, me ajudem. Passo pela beirada da janela, e escorrego o começo do telhado, até parar na calha, tento me lembrar de mais alguma palavra em latim que possa ser útil, leve em latim é sicut, ar é caeli, leve como o ar..., sicut lumen in caeli!

-Sicut lumen in caeli, sicut lumen in caeli, sicut lumen in caeli...-Começo a repetir diversas vezes, até sentir meu corpo leve como uma pena, sinto que posso flutuar.

Me jogo da janela e vejo meu corpo ser elevado, Deuses! Estou voando, flutuando, isso é incrível! Começo a fazer movimentos como se estivesse nadando, abrindo e fechando as pernas e cortando o ar com os braços, deve estar uma cena muito ridícula! Mas estava funcionando, ridiculamente funcionando, estava me movendo na direção das árvores, esperando que nenhuma delas me alfinetassem, depois de alguns minutos nessa situação ridícula vejo uma espécie de flash de luz e depois uma pessoa, e mais um flash, e mais uma pessoa, acho que aquelas eram as minhas pessoas, um vulto negro aparece revelando o garoto por qual eu estava meio balançada, enquanto fazia mais gestos pra tentar me aproximar dos meus amigos fico presa em uma árvore, o que me faz ficar meio incomodada e parar de me concentrar no feitiço, fazendo ele consequentemente perder o efeito, começo a cair e sinto os galhos e folhas das árvores baterem contra o meu corpo, consequentemente abrindo alguns cortes.

-Maia!-Exclama, Nícolas, meu pai. Correndo até mim e me apertando, fazendo assim algumas partes do meu corpo serem esmagadas.

-Calma, pai, eu estou bem, na medida do possível.-Digo, com dificuldade.- Eu estava sendo torturada por uma mulher, mas ela estava de capuz, juntamente a ela estava o Voldemort.-Digo, vendo a cara de espanto de Harry, Ron, Hermione e meu pai, e a cara de confusão dos semideuses.

-Vamos pra Hogwarts, lá é mais seguro.-Digo. Nico vem até mim e me pega no colo, estava meio relutante a essa ideia, mas como estava machucada e não aguentaria uma viagem das sombras em pé, deixei ele me levar. Quando chegamos em Hogwarts fui direto para o meu quarto, ou melhor, o Nico me levou pro meu quarto, no meio do caminho encontramos o Malfoy, ele me olhou de cima a baixo, não saberia dizer se seu olhar era de preocupação ou de medo, entretanto qualquer um olharia assim, eu estava toda machucada.
(...)

Semideusa: A Filha de HécateOnde as histórias ganham vida. Descobre agora